Reciclagem de resíduos de construção civil e demolição

III.5. A reciclagem dos Resíduos da Construção e Demolição e o Uso de Reciclados

Com o acelerado crescimento da economia e da própria população, a geração de resíduos aumentou exponencialmente, e sem políticas de controle deste resíduo solido agravou ainda mais o problema.

Neste cenário, para tentar solucionar o problema dos resíduos, viu-se necessário a adoção de políticas de valorização dos resíduos e sua reciclagem, política que alguns países desenvolvidos já aderem a muitos anos e que vem dando um ótimo resultado.

No Brasil, a reciclagem de RCD ainda é um assunto novo, mas que já atrai muitas atenções devido as possibilidades que apresenta enquanto solução de destinação dos RCD e a produção de produtos de baixo custo. Mas muitas da vezes o que falta é uma política adequada, aonde favoreça a reciclagem destes resíduos , pois por muitas vezes já foram observados que no Brasil já existe tecnologia e matéria prima para a reciclagem dos resíduos sólidos de construção civil.

Nos estudos feitos por esses países que aderiram a política de valorização dos resíduos e sua reciclagem, foram observados que a lógica da reciclagem incentiva a diferenciação dos RCD, o que favorece a valorização do resíduo pois sua pureza chega com maior percentual as empresas que trabalham com este produto. Foi também constatado que o preço do descarte nas instalações de reciclagem, na maioria dos países, é nitidamente menor do que a deposição em aterros.

Os países desenvolvidos vêm consolidando o uso de RCD reciclado como material de enchimento para a preparação de terrenos, para projetos de drenagem, para a sub-base de vias e estradas, e como agregado para a produção de novo concreto (HANSEN, 1992), sendo este último uso o ocorrente em menor volume. O que vem tornando a utilização destes resíduos reciclados, é que estudos feitos apontam que não há aspectos técnicos que ofereçam obstáculo significativo a aplicação do mesmo, o que leve este resíduo reciclado vira a substituir os condicionantes econômicos locais, como custo de agregado naturais, valores de taxas de deposição em aterros, custo de transporte e etc. Tornando assim um produto atrativo no mercado.

Mesmo com muitos pontos a favor da reciclagem do RCD, o que se tem visto no brasil é um  cenário aonde não existe uma politica  central que daria uma estrutura de apoio adequada. Isto é refletido nas soluções adotadas por grandes e pequenos municípios, que são soluções meramente emergenciais que não evitam significativo impactos ambientais e o dispêndio dos recursos elevados.

Os impactos ambientais e econômicos são gerados pela falta de uma solução para o descarte e captação dos resíduos,  pois estes resíduos continuam a serem gerados todos os dias, principalmente nas áreas de expansão ou renovação urbana, ou seja , a pratica de uma gestão corretiva deteriora cada vez mais o meio ambiente urbano.

Deve ser ressaltado o continuo descumprimento  dos municípios e seus gestores, das diretrizes estabelecidas nos documentos legais em vigor, onde as leis orgânicas municipais preveem a responsabilidade municipal pelas soluções de limpeza, destinação de resíduos, e preservação do meio ambiente, a recente Lei 9.605, onde classifica como crime ambiental os procedimentos adotados nos municípios brasileiros.