Resenha Desenvolvimento de Chuveiro Itinerante

Resenha texto: Desenvolvimento e implementação de um chuveiro itinerante para pessoas em situação de rua: os pressupostos da Engenharia do Produto como ferramenta de reintegração social

O texto de Marcos Santos, Ana Paula Gomes e Angélica Rodrigues trata a respeito da situação dos cidadãos em situação de rua, mais especificamente como a não higiene destes podem os atrapalhar física e mentalmente. Trata da inserção de um novo mecanismo de ajuda para estes, os chuveiros públicos itinerantes. “Segundo Ayala (2015), “a falta de acesso à higiene agrava a situação da saúde dessa população tornando-as mais vulneráveis física e mentalmente.”

Ao longo do texto, os autores explicam como os moradores de rua são vistos pela nossa sociedade, de forma insignificante e até mesmo invisíveis. Uma crítica muito bem pontuada no texto é a falta de sensibilidade que passamos a ter com estes, incluindo profissionais de saúde e de acolhimento. É muito difícil para estes cidadãos serem bem aceitos na sociedade por conta de suas aparências e pelo estereótipo já relacionado a eles. “Muitos moradores de rua são estigmatizados como bêbados, bandidos e sujos, sendo, indiscutivelmente, discriminados pela sociedade, o que leva a diversas formas e níveis de violência, sendo a invisibilidade social uma forma dela (ARISTIDES, 2009).”

A ideia principal que foi desenvolvida, foi a criação de banheiros itinerantes com duas cabines, uma masculina e outra feminina. Ao entrar no box os utilizadores receberiam um kit higiene com artigos necessários ao banho. Está cabine se instalariam em diversos bairros da cidade para dar suporte aos mais de 4000 cidadãos em situação de rua no Rio de Janeiro atualmente.

É válido ressaltar a importância deste projeto e de tantos outras que visam a melhoria da vida de pessoas menos favorecidas até mesmo para talvez se tornarem parte de políticas públicas da área da saúde e prevenção de doenças. Um outro projeto muito interessante é o Mini Gentilezas que tem o intuído de recolher produtos de limpeza na versão mini para distribuir a estes cidadãos em situação de rua. Inclusive, seria muito válido o trabalho em conjunto destes projetos.

“De acordo com as diretrizes formuladas pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção, o perfil desejado para a profissão é o de uma sólida formação científica e profissional geral que capacite o engenheiro a identificar, formular e solucionar problemas ligados às atividades de projeto, operação e gerenciamento do trabalho e de sistemas de produção de bens e/ou serviços, considerando seus aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. ”

Ou seja, o engenheiro precisa desenvolver tecnologias que ajudem a sociedade e os seres humanos no geral. Seu trabalho não pode ser exclusivo para grandes industrias, pois este profissional tem uma responsabilidade social sobre os seus conhecimentos. Neste projeto por exemplo, podemos perceber o quanto a gerencia de produção foi importante para o desenvolvimento final do produto de forma a desenvolver a sequência produtiva com menos custos e desperdícios possíveis, inclusive ajudando na sustentabilidade do projeto.

Ao longo dos estudos no curso de Engenharia de Produção, percebemos que grande parte das teorias e funcionalidades que são aprendidas no curso, são voltadas para o melhoramento da escala de produção dos produtos produzidos pelas grandes empresas e industrias. É muito interessante ver que com a junção de alguns especialistas, neste caso, engenheiros de produto com a vontade de fazer o bem, é possível produzir algo extremamente valioso para a sociedade no geral mas principalmente para aqueles que serão atingidos, os moradores de rua e de certa forma, com este produto eles sanam um problema para estes e lhes devolve o mínimo de cidadania/humanidade* que ainda lhes resta.