Resenha capítulo: Fisica Moderna Caruso
Por: João Coelho • 19/9/2016 • Resenha • 3.024 Palavras (13 Páginas) • 431 Visualizações
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Física Moderna
Joao Pedro Martins Coelho Júnior
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Capítulo 1 – A estrutura da matéria: concepções filosóficas na Antiguidade
O capítulo inicia com a definição de cosmovisão científica, que foi um fator primordial para a história da humanidade. Seu contexto era baseado em um novo olhar sobre a natureza, motivo essencial para a origem e o florescimento da filosofia e da física na Grécia Antiga. Filósofos buscavam compreender a natureza através de um único princípio ou matéria primordial, ou seja, da existência de um Cosmos palavra que vem do grego que significa “Um todo organizado”.
As origens do conceito “átomo” e a essência da constituição da matéria chamaram a atenções dos filósofos antigos que teve suas origens pela “Escola Jònica” fundada por Tales de Mileto. O principal intuito dessa escola era explicar a natureza física do mundo e gerando assim a busca de respostas para a pergunta “Do que é constituído a matéria? ”. [pic 2]
Tales foi o primeiro a responder a tal pergunta, afirmando que a água seria a causa material de todas as coisas, embora a ideia da criação do mundo pela água já era defendida na Índia e Babilônia. Uma característica marcante do trabalho de Tales foi postular que a natureza esteja conectada a um único princípio usando justificativas através de deuses ou forças sobrenaturais. Outros filósofos da Escola Jônica tal como Anaximandro de Mileto, discípulo de Tales, destacou-se como o primeiro a apresentar uma descrição escrita da natureza, que diferente de Tales, sustentava a ideia que a substância que constitui o mundo seria o apeiron, ou indefinido e que não seria nenhum dos elementos naturais, por exemplo, a água.[pic 3]
Anaximando sustentava a hipótese da existência de uma realidade imperceptível escondida na realidade perceptível, em outras palavras seriam elementos impossíveis de se ver a olho nu. O apeiron era capaz de gerar diferentes formas e corpos e ao mesmo tempo era dotado de um movimento sem fim que estaria em busca de equilíbrio, e seria responsável de oferecer um ao outro uma oportunidade de reparação.
Já Anaxímedes, terceiro filósofo de Mileto, acreditava em um movimento perpétuo que causaria a transformação de uma substancia primeira em outra, para ele, o ar. Heráclito de Efésio admitia o fogo como substancia primeira como o aither (éter), acreditando na unidade essencial dos contrários, uma alternância entre contrários entre elas, coisas frias esquentam, coisas quentes esfriam, coisas úmidas secam e entre outros, visando que tudo está em mudança nada permanece parado. Xenófanes tomou como substancia primária a terra, afirmando que todos os seres vivos se originaram do lodo.
Parmênides admitia que os objetos de pensamento devem ser reais. Para ele “uma coisa é ou não é” por isso negou o tempo, o vazio e a pluralidade - o fato de existir em grande quantidade – e que passado e futuro não tinham significado.
Outros filósofos tais como Zenão de Eléia e Melisso de Samos tiveram argumentos contra a pluralidade. Melisso buscou a constatação através de sentidos argumentando que eles provocam apenas ilusões pois coisas reais não mudam e se houvesse uma pluralidade, deveriam ser da mesma natureza que o Uno. Anáxoras foi outro filósofo que teve uma importante contribuição para os pensamentos da época, dizendo que a “força” que controla o movimento deve estar totalmente separado da matéria no qual ela atua.
E por último, René Descartes deduz que matéria e força seriam conceitos independentes e que Deus seria responsável pela simplicidade e pela conservação do movimento.[pic 4]
Embora a procura de um elemento único foi gerando discussões ao longo do tempo, mais perguntas surgiam e a busca incessante por respostas continuava a todo vapor. O surgimento da palavra “átomo” e “vazio” intrigaram ainda mais pensadores da Grécia Antiga. Leucipo foi o responsável pela introdução do conceito átomo postulando a existência de inúmeros elementos em movimento infinito, e aceitou a existência de um vazio. Acreditava que os átomos se moviam no vazio, e ao se combinarem produzem o nascimento e a separação, a morte. Junto com Demócrito, que acreditava que tudo acontece pela necessidade, descreveram que átomos se movem por colisões e choques, e descrever duas propriedades dos átomos, o tamanho e o formato. Mais tarde, Epícuro adiciona mais uma propriedade para o átomo, o peso que era responsável pela sua queda no espaço.[pic 5]
Com o surgimento da Escola Pitagórica cujo ideal era o estudo da Matemática veio seus seguidores, os pitagóricos que argumentavam que a matemática e a essência dos números eram o princípio de todas as coisas
Platão com sua geometrização, afirmou que um corpo físico é simplesmente uma parte do espaço que é limitado por superfícies geométricas, as quais não contem nada além do vazio. Para os pensadores gregos a compreensão da natureza precisava de um tipo de ordem, a necessidade de reconhecer simetrias: tudo em busca de uma Unidade. Para Tales essa unidade era a água, Heráclito o fogo e Platão, a geometria. A simetria e a geometria platônica tiveram grande impacto na Astronomia do século XVI com Nicolau Copérnico ao escrever sobre a revolução dos orbes celestes.
Um dos célebres pensadores da época, Aristóteles, era contra a teoria atomista, pois defendia um Cosmos finito e ordenado, sendo a Terra ao seu centro. Ele tenta considerar a forma como espécie de princípio, ideia diferente dos atomistas que consideravam uma segunda característica dos átomos. Defendia o senso comum e o papel fundamental dos sentidos ideologias negadas na teoria atomista. Platão acreditava no telos, um fim, uma perfeição suprema onde todas as transformações acontecem que era base a base do princípio teológico. [pic 6][pic 7]
Capítulo 2 – As origens do atomismo científico: contribuições da Química
O século XV, com a invenção da imprensa, surge uma tendência em geometrizar o desenho que antecede a pintura com destaques dados aos pintores renascentistas Mosaccio, Piero dela Francesa e Raffaello todos marcados pelo uso da perspectiva, o livro destaca essa passagem como um presságio para a geometrização da Física.
Com o Renascimento quebra-se o uso da cosmovisão religiosa usada na Idade Média e valorizando o relacionamento entre o homem e a natureza. Copérnico e Kepler contribuem para a geometrização na Astronomia e Descartes funda a Geometria Analítica e uma nova Filosofia através da publicação do seu livro Principia Philosophiae onde são mostrados os princípios gerais da Física, detalhes de fenômenos terrestres e celestiais e fundamentos de seu sistema filosófico. Em seu projeto filosófico buscava explicação de fenômenos físicos a partir de partículas ou corpúsculos que não devem ser identificados como átomos.
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