Resenha do Documentário "Mina de Ouro Sul Africana"
Por: Bruna Alves • 19/9/2020 • Resenha • 1.279 Palavras (6 Páginas) • 282 Visualizações
Resenha do documentário "Mina de Ouro Sul Africana"
Historicamente, a mineração tem desempenhado um papel importante na modernização das cidades sul-africanas. A cidade de Joanesburgo, por exemplo, teve desenvolvimentos econômicos, industriais e urbanos que estão intimamente relacionados à história da mineração na região, se tornando a maior cidade do país. Mas com passar dos anos a exploração e consequentemente a produção do ouro está em baixa.
No documentário é mostrada a mina de ouro Mponeng, localizada na África do Sul. Essa mina fica a 1 hora da cidade de Joanesburgo, significando um trajeto longo. A mina subterrânea mais profunda do mundo, com 3800 metros de profundidade, há 4 km abaixo do solo, ela contém elevadores de 50 toneladas que suportam 120 mineiros a cada viagem e funcionam com velocidade de 65 km/h, e eles são o único meio de entrar e sair da mina, seja dos trabalhadores ou das rochas sedimentadas. Seu peso é contrabalanceado por outro elevador. A exploração mais superficial da mina já está com um curto período de duração, e para estender o tempo de vida, o estudo de geólogos, procederam em uma operação de perfurações cada vez mais profundas, afim de encontrar o veio de ouro, contendo mais de 140 toneladas do mesmo, localizada a quase 5 km da superfície.
Acidentes como, o rompimento da corda de içamento do elevador já aconteceu em uma mina próxima, resultando na morte de oito trabalhadores, e para que isso não aconteça na mina de ouro, são adotadas medidas de prevenção, como a realização do teste de resistência no cabo, onde é cortada uma extremidade e encaminhada a um laboratório. Os elevadores param por duas horas para que aconteça a retirada do cabo, e para desfazer a torção que existe no mesmo, a fim de evitar qualquer tipo de acidente por causa da energia acumulada, ele precisa ser fixado. O funcionamento seguro do elevador garante, além da segurança dos trabalhadores, a continuidade dos trabalhos.
À medida que a profundidade da mina fica maior, a pressão e temperatura são fatores que também aumentam, causando nos mineiros um desconforto físico. A equipe terá de abrir um túnel de 2100 metros para conseguir alcançar o veio do ouro, realizando 600 explosões para esse fim. O risco de acontecer terremotos e desmoronamento na hora de dinamitar as rochas que estão no ponto mais fundo da Terra, são constantes, pois as pedras tem falhas, maximizando o risco de acometer a saúde dos trabalhadores. Além disso há muita energia acumulada nesse ambiente de trabalho, e a água que fica aquecida, pode causar queimaduras quando em contato com a pele; no vídeo é mostrado o contato com a luva, e o repórter manifesta ser bem quente. A parede é dinamitada seguindo um padrão em losango, que concentra o primeiro impacto no centro, onde é o ponto mais difícil de quebrar, fazendo a abertura para mais duas cargas explosivas menores e assim quebra-la com segurança até a borda. O explosivo é preparado e testado no local, a maneira que os mineiros fazem isso, é colocando uma porção na ponta do dedo e levando à boca, ingerindo substâncias, mesmo que em baixas quantidades, explosivas, que a longo prazo pode prejudicar a saúde, e isso poderia ser evitado utilizando a balança. Com uma haste as dinamites são colocadas nos buracos da parede, onde é bombeado 11 litros de explosivos em cada furo. Uma distância de 300 metros precisa ser tomada durante a explosão, para que a onda de choque que é gerada, tenha um impacto menor sobre os mineiros, e também minimiza a pressão. Usam a técnica de abrir a boca para que os tímpanos não estourem durante a detonação, onde poderia ser adotadas medidas como, um lugar mais seguro, para que o mesmo não aconteça e não fiquem expostos.
Preparar-se emocionalmente e luminosamente, por ser um ambiente bem escuro, são questões que os mineiros enfrentam por estarem a uma profundidade tão alta, porque eventos sísmicos, incêndio e problema de ventilação, podem acontecer a qualquer momento, e como recurso de emergência, eles tem vários abrigos espalhados pela mina, é uma caixa de concreto pressurizada, onde é possível fazer uma ligação de emergência e possui equipamento de primeiro socorros, uma maca, água para o prazo de 7 dias e um apito para sinalização de onde estão. Os túneis são bem pequenos, e por parte dele, os trabalhadores andam curvados, sendo um trabalho onde a ergonomia não existe; eles se adaptam ao trabalho, ao invés de acontecer o contrário. O teto da mina é escorado por macacos de aço de 1,20m de comprimento, que suportam uma carga de 10 toneladas.
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