Sistema Just In Time
Dissertações: Sistema Just In Time. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: juniorcamburi • 22/5/2014 • 2.289 Palavras (10 Páginas) • 929 Visualizações
SISTEMA JUST IN TIME: CONCEITOS IMPRESCINDÍVEIS
RESUMO
No processo de globalização no qual as organizações estão envolvidas atualmente, a
concorrência é imensa, os clientes estão cada vez mais exigentes, os recursos são escassos e mais onerosos. Nesse ambiente, o atendimento aos requisitos de clientes, relativos ao tempo, tornam-se um fator de diferenciação. A vantagem competitiva baseada na dimensão de tempo está associada aos objetivos da produção: velocidade, pontualidade e flexibilidade. Este artigo apresenta uma revisão bibliográfica sobre a Manufatura Enxuta (ME), com foco principal em
Just in Time, que consiste de um sistema de programação para puxar o fluxo de produção e um sistema de controle de estoques que possui três objetivos: eliminar desperdício associado a qualquer atividade que não agregue valor, reduzir estoques e garantir que sempre que se faça necessário ter estoques, estes deverão estar disponíveis imediatamente antes do momento da utilização, assegurando a pontualidade.
Palavras-chave: Produção; qualidade; desperdício; estoques.
1. INTRODUÇÃO
O sistema Just in Time, doravante denominado JIT, foi desenvolvido no início da década de 50 na Toyota Motors Company, no Japão, como um método para aumentar a produtividade, apesar dos recursos limitados (MOURA e BANZATO, 1994).
Em japonês, as palavras para just in time significam “no momento certo”, “oportuno”.
Uma melhor tradução para o inglês seria o just in time, ou seja, em tempo, exatamente no momento estabelecido. In time, em inglês, significa “a tempo”, ou seja, “não exatamente no momento estabelecido, mas um pouco antes, com certa folga”. No entanto, o termo, conforme Shingo (1996), sugere muito mais que se concentrar apenas no tempo de entrega, pois isso poderia estimular a superprodução antecipada e daí resultar em esperas desnecessárias. Cada processo deve ser abastecido com os itens necessários, na quantidade necessária, no momento necessário – just-on-time, ou seja, no tempo certo, sem geração de estoque.
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(1,2,3,4) – Acadêmicos do Curso de Mestrado em Administração - Universidade de Caxias do Sul
5 – Professora do Mestrado em Administração – Universidade de Caxias do Sul 2
Revista Qualit@s. ISSN -1677 4280.Vol. 7, No 2 (2008)
Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerado um
desperdício. Dessa forma, estoques que custam dinheiro e ocupam espaço, transporteinterno, paradas intermediárias, refugos e retrabalhos são formas de desperdício e conseqüentemente devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo.
Just in Time significa que, em um processo de fluxo, as partes corretas necessárias à montagem alcançam a linha de montagem no momento em que são necessários esomente na quantidade necessária, afirma Ohno (1997). Uma empresa que estabeleça esse fluxo integralmente pode chegar ao estoque zero. Do ponto de vista da produção, esse é um estado ideal.
Segundo Uhlmann (1997), posteriormente o conceito de JIT se expandiu, e hoje é uma filosofia gerencial que procura não apenas eliminar os desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo e na hora certa. As partes são produzidas em tempo de atenderem às necessidades de produção, ao contrário da abordagem tradicional de produzir para caso as partes sejam necessárias. O JIT leva a estoques bem menores, custos mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas convencionais.
2 Fluxo de uma idéia de bom senso
Quando o JIT (Just in Time) é citado – o material certo, disponível na hora certa, no local certo, no exato momento de sua utilização – não se observa um conceito exatamente novo. Esse conceito baseia-se na percepção de que se chegar tarde há paralisação do processo produtivo, e chegando muito cedo haverá um simples acúmulo de material sem utilidade naquele momento, requerendo espaço e capital, entre outros.
De acordo com Martins e Laugeni (2006), esse tipo de pensamento pode ser considerado natural nas indústrias de fluxo contínuo. Henry Ford, o propulsor da produção em massa, aplicou esse conceito já no início do século XX nas suas fábricas de automóveis onde as linhas de montagem eram concebidas de tal maneira que de uma estação de trabalho passava-se a seguinte no exato momento da sua utilização, caracterizando o que se denomina princípio seqüencial.
O encadeamento das submontagens, do abastecimento de materiais até o despacho do produto final: todos seguiam esse princípio, que funcionava perfeitamente. Dados históricos dão conta que o ciclo de produção do “Modelo T”, na década de 1920, era de somente quatro dias, tempo invejável para a época. O entendimento dessa visão de mercado e da abordagem da produção com as suas conseqüências podem ser reforçados com a atual concepção dada ao conceito Just in Time, que é o combate aos desperdícios de maneira contínua (conceito kaizen).
Conforme Bernardes e Marcondes (2006), a metodologia JIT prevê um sistema de gestão das pessoas conforme o descrito para a Qualidade Total, para que se garanta a participação, o comprometimento e não conformismo do indivíduo. As metas colocadas pelo JIT são amplas e ambiciosas. Não são alcançadas da noite para o dia, mas em um movimento contínuo de aperfeiçoamento, denominado Kaizen, que engloba os seguintes aspectos:
a) zero defeitos; 3
Revista Qualit@s. ISSN -1677 4280.Vol. 7, No 2 (2008)
b) tempo zero de preparação;
c) estoques zero;
d) movimentação zero;
e) quebra zero;
f) lead time zero;
g) lote unitário (uma peça de cada vez).
Uma produção JIT caracteriza-se por profundas alterações no conceito estrutural. A
clássica divisão por funções se vê substituída por células de manufatura, que são áreas de
tamanho e formato variáveis – diretamente relacionadas com o tipo de produto e maquinário
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