TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO CONTROLE E MUNDO DO TRABALHO: PENSAR TECNOLOGIA NA ÓTICA DO TRABALHADOR
Trabalho Universitário: TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO CONTROLE E MUNDO DO TRABALHO: PENSAR TECNOLOGIA NA ÓTICA DO TRABALHADOR. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: danyeldas • 18/2/2015 • 2.538 Palavras (11 Páginas) • 366 Visualizações
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ISSN 1517-6916
CAOS - Revista Eletrônica de Ciências Sociais
Número 11 – Outubro de 2006
Pág. 14-24
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO CONTROLE E MUNDO DO TRABALHO:
PENSAR TECNOLOGIA NA ÓTICA DO TRABALHADOR
Ana Paula Cavalcanti Ferreira3
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Resumo
O controle da administração ao trabalhador não fica restrito apenas a tecnologia e informação, ela
se legitima em várias esferas desde a falta do conhecimento intelectual, ético, moral, até
necessidades fisiológicas. Quando se tem a tecnologia como único culpado esquece-se dos vários
conceitos psicossociais que alicerçam todo este controle no mundo do trabalho.
Palavras-chave: taylorismo, fordismo, deshumanizacão, ciborgue.
Introdução
Ao longo dos anos, o mundo do trabalho sofreu inúmeras transformações, concentrando-se
principalmente nas mudanças tecnológicas. Desde a administração cientifica de Taylor, nota-se que,
essas mudanças só vêm reforçar o controle dentro das organizações. Discutir tecnologia como fator
de controle nas relações empresariais, demonstra-se como uma questão delicada, pois este cenário é
constituído de varias posições adotadas pela sociedade, como: comportamento e cultura, que
comungam com as práticas gerenciais desenvolvidas nas organizações.
Esses outros questionamentos levam a crer que entender os fenômenos relacionados ao
trabalho atualmente é muito complexo e, portanto muito difícil de propor mudanças que ponham em
equilíbrio os trabalhadores em relação à administração. Nessa perspectiva, tentarei ressaltar as
mudanças tecnológicas e sua inter-relação com o controle da administração, e ainda os equipamentos
de tecnologia que em sua constituição já propõe controlar, não só o trabalhador, mas o próprio ser
humano em sua vida social.
Pois, partindo do pressuposto de que as tecnologias não necessitam ser de enorme magnitude e
nem estar presente em grandes indústrias, pois seja o processo de produção mais complexo ou o
trabalho de uma pequena empresa, a continuidade do trabalho pode ser paralisada e/ou atrofiada por
uma falta de energia, insumos ou defeito de programação ou software. Em virtude dessas posições um
fato relevante é o papel ético e moral inerente as relações empresariais, onde cada um deve se atribuir
de uma postura aceitável aos modelos pré-estabelecidos e pré-conceituados, ou seja, como a ética aceita
padrões que transgridem à moral e coloca o capital empresarial acima do ser humano.
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Aluna do Curso de Ciências Sociais, UFPB. (fagulha 82@yahoo.com.br).
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Portanto, é preciso discorrer sobre os discursos das teorias organizacionais na história da
tecnologia ao longo do tempo relacionado ao trabalhador, para entender as conseqüências hoje
visualizadas. Se o ser humano é socialmente construído, pode-se dizer que o trabalhador é moldado
e adestrado pela administração; no entanto, essa relação de expropriação não aconteceu do dia para
a noite, durante anos essa realidade vem sendo colocada cada vez mais forte, e o discurso utilizado
atribui ao empregado a culpa dessa realidade vivida pelo trabalhador, um exemplo disso é quando
Sennett fala sobre flexibilização: “Pede-se aos trabalhadores que sejam ágeis, estejam abertos a
mudanças em curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e
procedimentos formais”. (Sennett, 2002 p. 09 )
Portanto, a crise se concentra na necessidade do homem manter suas necessidades básicas, e
para isso é primordial que ele se encaixe nos modelos tecnocráticos, para então, como Sennet fala,
haver uma mobilidade ascendente. Não sei dizer se a culpa da crise do trabalho pode ser atribuída à
mobilidade social, que leva o trabalhador a aceitar estas conjecturas, porém, posso afirmar que a
mobilidade é responsável por grande parte destas construções. Entretanto, por principio tentarei
analisar as propostas a luz das teorias passadas e revoluções acontecidas.
Teorias Organizacionais
Ao apreciar a questão trabalho, não podemos descartar as conseqüências da Revolução
industrial, que modificou a essência do trabalho como também as características do
trabalhador.Buscou-se, a partir do séc. XVIII enquadrar as organizações em um modelo único que
implicasse em lucratividade e produtividade com otimização do tempo. Com a revolução industrial
o trabalho artesanal foi descartado. Esta transição é bem representada através do celebre trabalho de
Taylor, a administração cientifica, como ponto característico deste modelo de administração, seria a
teoria dos tempos e movimentos, teoria essa que consiste em diminuir gradativamente o tempo de
produção. Para
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