TROCA DE DORMENTES DE MADEIRA POR DORMENTE DE AÇO NA ESTRADA DE FERRO VITÓRIA-MINAS (EFVM)
Artigos Científicos: TROCA DE DORMENTES DE MADEIRA POR DORMENTE DE AÇO NA ESTRADA DE FERRO VITÓRIA-MINAS (EFVM). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: danielleteles1 • 29/3/2014 • 1.504 Palavras (7 Páginas) • 1.572 Visualizações
INTRODUÇÃO
Atualmente, a ferrovia vem sendo um marco muito importante para a economia no que diz respeito ao transporte logístico de cargas gerais e no escoamento do minério de ferro para os portos de todo país. Devido custo alto, peso das cargas e estradas ruins, a ferrovia vem ganhando espaço na economia brasileira.
Uma estrada rodoviária, dependendo do fluxo de carga, precisa de manutenção pelo menos de ano em ano, sendo que uma ferrovia, a manutenção pode ser até de 8 em 8 anos podendo chegar até mais do que isso.
Os custos e os impactos ambientais vêm sendo discutido e polemizado quando se fala em manutenção de uma ferrovia. Uma ferrovia contém na sua estrutura, aço, madeira e plástico, produtos que são de recursos naturais renováveis e não renováveis. Quando a matéria-prima é renovável, o custo se torna mais alto por causa dos gastos com mão de obra, terra e tempo, além de utilizar produtos químicos no solo. Quanto a matéria-prima não renovável, quando é retirada da natureza, ela não tem mais volta, por isso não tem custos e ainda degrada a natureza.
A linha férrea para ter consistência e condição segura para o trafego de veículos ferroviários, utiliza o dormente em sua estrutura, seja ele de madeira, plástico, concreto ou aço.Com o tempo esses dormentes necessitam de manutenção, já que são submetidos a esforços muito grande devido ter que suportar toneladas e toneladas de peso dos vagões e das locomotivas. Dentre esses quatro recursos, mais de 80% das ferrovias brasileiras utilizam dormentes de madeira por ser mais seguro e de dar maior estabilidade para a via férrea.
Quando se fala em manutenção, os custos têm peso considerável em uma linha de produção. E a via férrea não fica para trás nessa situação, por isso muito se discute a respeito de qual matéria- prima ou recurso que é mais viável para que não degrade tanto o meio ambiente e o custo na hora de dar uma manutenção em certo equipamento ou em uma linha de produção. O aço não proporciona para uma via férrea boa estabilidade quanto a madeira, mas para o bem do meio ambiente, por enquanto, está substituindo a madeira em uma das principais ferrovias do Brasil, na EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas). Segundo a VALE S/A (empresa exploradora da via), mais de 80% da linha férrea já está utilizando o aço na dormentação dos seus 960 km de via.
As opções de outros tipos de recursos para dormente ferroviário até hoje estudados são de bloco de cimento e plástico além da madeira e do aço. Os primeiros dormentes utilizados nas primeiras ferrovias foram de blocos de pedra, mas logo depois foram trocados por dormentes de madeiras nativas por não terem boa estabilidade para segurar a bitola da linha e por não terem boa rigidez fazendo com que a via ficasse insegura. Os dormentes feitos de plástico são pouco usados devido terem um preço muito alto fora da realidade. Já o dormente de madeira proporciona segurança para a via devido ter boa estabilidade e ter boa rigidez. Mas o que vem causando muita discursão entre órgãos ambientais é a questão do plantio e conservação da madeira usada na linha férrea. A madeira do eucalipto é a mais utilizada na fabricação de dormentes ferroviários por causa da facilidade do plantio, rápido crescimento e pela sua primeira muda poder ser reutilizada mais duas vezes depois do seu primeiro corte. Os eucaliptos são plantados na maioria das vezes em margens de lagoas ou de rios por necessitarem de muita água, por isso o solo onde são plantados, fica improdutivo além de produtos químicos utilizados durante seu plantio.
A madeira quando exposta ao sol, chuva e a esforços muito grandes, precisa de um tratamento para suportar todos esses fatores. Nesse caso o dormente de madeira se enquadra em todos os itens citados acima. E para suportar tudo isso, o dormente passa por um tratamento com o uso de herbicidas, produto que se não for usado de forma correta e cuidadosa, pode causar sérios danos ao meio ambiente principalmente ao solo.
Por causa das pressões mundiais pela conservação e preservação do meio ambiente, as empresas ferroviárias ficam obrigadas a buscarem novas soluções para substituírem ou diminuírem os impactos causados no uso dos dormentes na estrutura da linha férrea.
Uma das primeiras soluções vem sendo usadas em algumas ferrovias do Brasil e do mundo que é a troca da madeira pelo aço na utilização de dormentes. O aço também é um recurso natural e que não é renovável, mas em comparação á madeira, tem vida útil três vezes maior quando usado como dormente ferroviário. As empresas entendem que o aço além durar três vezes mais, não utiliza produtos químicos para sua conservação e tratamento. O custo do aço é muito maior do que a madeira na dormentação de uma linha férrea, mas tem custo de vida útil melhor e pode ser reutilizado para outros fins depois de trocados no fim da sua vida útil.
Portanto, o objetivo deste artigo é pesquisar sobre a inovação do uso do aço na dormentação da EFVM. Apresentar ganhos, tempo de manutenção, impactos ambientais e custos na substituição de dormentes de madeira por dormentes de aço na estrutura da via além de demonstrar como uma empresa pode produzir de forma responsável e sustentável sem causar tanto impacto negativo ao meio ambiente.
2 FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS DOS DORMENTES FERROVIARIOS
Os dormentes surgiram junto com a ferrovia em 1820, na época feitos de concreto, mas que não duraram muito tempo por causarem vários acidentes e descarrilamentos de locomotivas
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