Termodinamica aplicada
Por: Alisson Rodrigues • 25/11/2015 • Relatório de pesquisa • 1.692 Palavras (7 Páginas) • 281 Visualizações
1. Exergia ‘ X ’ – Conceitos fundamentais
O que importa em uma fonte de energia é o potencial de trabalho da mesma. O restante da energia será rejeitado como energia indisponível.
Exergia : disponibilidade, ou energia disponível.
O potencial de trabalho da energia contida em um sistema em um estado especificado é o máximo trabalho útil que pode ser obtido do sistema.
O trabalho realizado durante um processo depende do estado inicial, do estado final e da trajetória do processo.
O máximo trabalho realizado é o trabalho reversível e o sistema deve estar no estado morto ao final do processo para maximizar o trabalho produzido.
Um sistema está no estado morto quando está em equilíbrio termodinâmico com o ambiente, isto é:
Mesma temperatura e pressão, velocidade nula e cota nula em relação a um plano horizontal de referência. Além disso, não reage com o ambiente, isto é, é quimicamente neutro.
Estado morto: representado por índice ‘0’ em suas propriedades.
No estado morto, um sistema possui exergia 0.
Vizinhança: tudo o que está fora das fronteiras do sistema
Vizinhança imediata: vizinhança que é afetada pelo processo
Ambiente: região além da vizinhança imediata. Suas propriedades não são afetadas pelo processo.
2. Exergia associada às energias cinética e potencial
A energia cinética é uma forma de energia mecânica e então pode ser convertida totalmente em trabalho. Portanto a exergia da energia cinética de um sistema é igual à própria energia cinética.
[pic 1]
Sendo: xec : exergia específica (por unidade de massa) (kJ/kg) e
V: velociedade do sistema em relação a um referencial.
A energia potencial é também uma forma de energia mecânica e então pode ser convertida totalmente em trabalho. Então a exergia da energia potencial de um sistema é igual à própria energia potencial.
[pic 2]
Sendo g: aceleração da gravidade e z: altura em relação a um plano horizontal de referência.
3. Trabalho reversível e irreversibilidade
O trabalho realizado pelos dispositivos que produzem trabalho nem sempre pode ser utilizável. Por exemplo, o gás de um arranjo pistão-cilindro quando se expande, parte do trabalho realizado pelo gás é utilizado para deslocar o ar atmosférico sobre o pistão. Este trabalho , chamado de trabalho de vizinhança, não pode ser recuperado e vale:
[pic 3]
A diferença entre o trabalho real e o trabalho de vizinhança é chamado trabalho útil.
[pic 4]
Na expansão de um sistema, parte do trabalho realizado pelo gás é utilizado para superar a pressão atmosférica e portanto Wviz representa uma perda. Quando um sistema é comprimido a pressão atmosférica ajuda o processo de compressão e, assim, Wviz representa um ganho.
O trabalho realizado pela ou contra a pressão atmosférica somente tem significado para sistemas com movimento de fronteira de gases (fronteira móvel). Em turbinas, bocais, compressores dinâmicos não tem significado.
Trabalho reversível ‘Wrev’ é definido como a quantidade máxima de trabalho útil que pode ser produzida ou o trabalho mínimo que preceisa ser fornecido, quando um sistema sofre um processo entre dois estados especificados. Quando o estado final é o estado morto, o trabalho reversível é igual
à exergia.
A diferença entre o trabalho reversível e o trabalho útil se deve às irreversibilidades presentes durante o processo e é chamada de irreversibilidade I.
[pic 5]
para processos de expansão, sendo o trabalho que sai do sistema e
[pic 6]
para processos de compressão, sendo o trabalho que deve ser fornecido ao sistema.
A irreversibilidade equivale à energia destruída. Num processo totalmente reversível a irreversibilidade é nula. Os processos totalmente reversíveis não geram entropia.
A irreversibilidade é um valor positivo para todos os processos irreversíveis, uma vez que Wrev≥Wu para sistemas que produzem trabalho e Wrev≤Wu para sistemas que consomem trabalho.
A irreversibilidade pode ser vista como um potencial de trabalho desperdiçado ou uma oportunidade perdida de realizar trabalho.
O desempenho de um sistema pode ser aperfeiçoado, minimizando a irreversibilidade a ele associada.
4. Eficiência de Segunda Lei
As eficiências térmicas e coeficientes de performance definidos na Termodinâmica Básica referem-se apenas à Primeira Lei.
A eficiência de Segunda Lei, ηII é definida como a relação entre a eficiência térmica real e a máxima eficiência térmica possível (reversível), sob as mesmas condições:
[pic 7]
Tambem pode ser expressa como a relação entre a produção de trabalho útil e a máxima produção de trabalho (trabalho reversível) possível:
[pic 8]
ou:
[pic 9]
Para os refrigeradores e bombas de calor, tem-se:
[pic 10]
Em nenhuma hipótese o rendimento de segunda lei pode exceder 100%.
As definições acima de eficiência de segunda lei se aplicam a processos que consomem ou produzem trabalho. Num processo qualquer, de maneira geral a eficiência de segunda lei é a relação entre a exergia recuperada e a exergia fornecida. Então:
[pic 11]
Em um processo reversível, a exergia fornecida é totalmente recuperada e a irreversibilidade deve ser zero. A eficiência de segunda lei é zero quando não se recupera nada da exergia fornecida.
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