Toxicidade do Petróleo em Ambiente Marinho
Por: Edio Soares Jr. • 5/6/2016 • Artigo • 5.496 Palavras (22 Páginas) • 198 Visualizações
Edio Ferreira Soares Jr.
Prof. Dr. Luiz Mauro.
02 de outubro de 2014.
Toxicidade do Petróleo em Ambiente Marinho
FORMAÇÃO DO PETRÓLEO
O petróleo é encontrado naturalmente em formações geológicas de rochas porosas, que lhe servem de reservatório subterrâneo por milhões de anos. É um combustível fóssil, resultante da transformação e decomposição de seres vivos, sejam protistas, vegetais ou animais. O acúmulo ocorreu durante milhões de anos no fundo de mares, lagos e pântanos com a crescente pressão decorrente dos movimentos da crosta terrestre, gerando um material oleoso chamado petróleo.
Este óleo cru desloca-se e concentra-se em bacias sedimentares formadas por camadas porosas de calcários, areia ou arenito gerando jazidas onde o petróleo e a água se encontram na porção mais baixa, enquanto o gás natural se concentra nas mais altas.
O petróleo é uma fonte de energia eficaz. Atualmente, o petróleo é obtido por métodos e processos mecânicos de perfuração e exploração de poços, cada vez mais complexos e sofisticados tecnologicamente, chegando a ser produzido, na costa brasileira, a partir de poços submarinos localizados em lâminas d’água de até 2.000 metros de profundidade.
O Brasil, atualmente, é o 11º país em produção de petróleo e gás natural, com uma produção média de 2 milhões e 105 mil barris/dia. Através da aplicação das ciências geológicas e geofísicas, o solo é analisado visando os estudos preliminares para a fase de exploração. As camadas de rocha onde possa haver acúmulo de petróleo são analisadas e, em caso positivo, passa-se então para as explorações geofísicas no sub-solo. Nos locais determinados pelas pesquisas inicia-se a perfuração e um poço pioneiro é perfurado através de uma sonda ou torre de perfuração. Comprovada a existência de petróleo, outros poços são perfurados para avaliar a extensão da jazida, avaliar se é viável comercialmente ou não, e só então começa a fase de produção, onde o petróleo pode vir a tona impelido pela pressão interna dos gases ou, quando a pressão é reduzida, bombeado por processos mecânicos.
O gás natural, chamado “gás associado ao petróleo”, pode ser descoberto dissolvido junto ao petróleo, sendo separado durante a produção.
Atualmente, o petróleo serve como matéria-prima para a produção anual de bilhões de toneladas de produtos químicos, como combustíveis, solventes, óleos lubrificantes, parafinas, asfaltos e outros derivados, mas antes de estar pronto, o óleo cru é levado para a etapa de refino, onde as impurezas são retiradas utilizando-se filtros, agentes desemulsificantes e floculantes.
Devido ao enorme aumento na escala de produção, transporte e utilização mundial, o petróleo tem-se tornado um dos principais contaminantes de vários ecossistemas, especialmente dos oceanos. Anualmente, de uma produção mundial de 3,2 bilhões de toneladas de petróleo, aproximadamente 3,2 milhões de toneladas contaminam o meio ambiente marinho, ou seja, é despejado um barril de petróleo nos oceanos para cada 1.000 barris produzidos ao ano, sendo que nos próximos 75 anos, 2 bilhões de barris poderão atingir o Meio Ambiente (UNEP, 1992).
COMPOSIÇÃO DO PETRÓLEO
A composição química e a natureza física do petróleo podem ter uma variação significativa. Já foi constatado que o petróleo americano, mais velho, é constituído principalmente por hidrocarbonetos parafínicos, enquanto os mais novos são ricos em compostos naftênicos. O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos e de pequenas quantidades de compostos orgânicos contendo enxofre, nitrogênio e oxigênio, bem como baixas concentrações de compostos orgânicos metálicos, principalmente níquel e vanádio.
Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos constituídos exclusivamente de moléculas formadas por átomos de hidrogênio e carbono, dispostas em diversas configurações estruturais. Atualmente podem ser identificados mais de 270 tipos distintos de hidrocarbonetos na composição dos diferentes derivados do petróleo. Os três principais grupos de hidrocarbonetos no petróleo são os parafínicos, naftênicos e aromáticos.
Podem ser encontrados hidrocarbonetos saturados e insaturados, de acordo com o respectivo grau de saturação dos átomos de carbono pelos átomos de hidrogênio, em sua estrutura molecular.
Os hidrocarbonetos saturados podem apresentar-se dispostas sob a forma de cadeias abertas, conhecidos como hidrocarbonetos parafínicos ou alifáticos e, em forma de anel, chamados hidrocarbonetos naftênicos ou ciclo-parafinicos.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS COMPONENTES DO PETRÓLEO
As propriedades físico-químicas do petróleo são determinadas por sua composição total e características de cada um dos seus constituintes. O petróleo pode ser classificado, de acordo com sua densidade relativa, em leve, médio e pesado. Os hidrocarbonetos encontrados no petróleo podem se apresentar sob diferentes formas físicas. Nas condições normais de temperatura e pressão, os hidrocarbonetos podem estar nas formas gasosa, líquida ou sólida, dependendo do número e disposição dos átomos de carbono nas suas moléculas.
Dependendo do tipo de formação geológica do campo produtor, a consistência e coloração do petróleo podem variar de líquido amarelo-amarronzado a preto viscoso e semi-sólido. Esta variação está diretamente relacionada com o tipo de hidrocarboneto predominantes.
O petróleo constituído por hidrocarbonetos de cadeia pequena poderá apresentar-se na forma líquida e conter grande quantidade de gás dissolvido, enquanto aquele contendo uma proporção maior de hidrocarbonetos de cadeia longa será altamente viscoso, com nenhuma ou pouca presença de gás (WHO, 1982).
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