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Trabalho de Alvenaria de madeiras

Por:   •  19/5/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.170 Palavras (13 Páginas)  •  479 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A madeira como material estrutural normalmente se encontra em diferentes formas tais como: madeira em tora; madeira serrada; madeira laminada colada; madeira compensada e madeiras reconstituídas. Sua aplicação como material estrutural exige um domínio do conhecimento da estrutura interna dos diferentes tipos de madeira para orientar as técnicas de detalhamento das ligações e de regiões especiais das estruturas, garantindo-se a segurança e durabilidade das construções de madeira.

Em nível mundial o desenvolvimento da indústria de estruturas de madeira

ocorreu, principalmente, na Europa do pós-guerra devido à necessidade dereconstrução rápida e econômica das cidades destruídas pela guerra.

No Brasil a madeira é empregada para diversos fins, tais como, em construções deigrejas, residências, depósitos em geral, cimbramentos, pontes (grande utilização do Eucalipto), passarelas, linhas de transmissão de energia elétrica, na indústria moveleira, construções rurais e, especialmente, em edificações em ambientes altamente corrosivos, como à beira-mar, nas indústrias químicas, curtumes etc.

Atualmente, ainda existe no Brasil um grande preconceito em relação ao emprego damadeira. Isto se deve ao desconhecimento do material e à falta de projetos específicos e bem elaborados. As construções em madeira geralmente são idealizadas por carpinteiros que não são preparados para projetar, mas apenas para executar. Consequentemente, as construções de madeira são vulneráveis aos mais diversos tipos de problemas, o que gera uma mentalidade equivocada sobre o material madeira.

TELHADOS

Os telhados são formados e distinguidos em três partes, a saber: a estrutura, a cobertura e a captação de águas pluviais. A primeira trata-se de um conjunto de elementos capazes de dar suporte à cobertura e à parte do sistema de captação de águas pluviais, levando em consideração o sistema de captação de águas de escoamento, a forma e o tipo de cobertura empregado.

        Com efeito, uma estrutura de telhado poderá ser composta de tesouras (madeiras, metálicas, de concreto ou mistas); arcos (madeiras, metálicos ou de concretos); terças (simples, armadas ou treliçadas); caibros; ripas, contraventamentos; mão-francesa.

        No que tange a estrutura de madeira, também conhecida como tesoura e muito utilizada nas edificações, esta é composta pelo material peroba-rosa, em vigas de seção padronizada, de 6,0 x 16,0 cm ou de 6,0 x 12,0 cm.

        As sambladuras, emendas e ligações feitas numa tesoura, uma vez que, no mercado madeireiro há, por vezes, há a necessidade de emendar duas peças para obtenção do comprimento estimado, são compostas de acordo com o tipo de esforço da peça da tesoura, podendo ser de compressão, de tração ou de flexão.

        Atualmente, a madeira que é executada na obra é utilizada como reforço da sambladura tendo em vista a dificuldade de ferreiros para executar as aludidas peças com o reforço de peças metálicas.

        Em relação à tesoura, esta é composta pelas seguintes peças: linha ou tirante; perna, asa ou empena, pendural, suspensório e escora. Quanto às funções das peças, tem-se que as terças, frechal e cummeira são responsáveis pela transmissão de carga à tesoura.

        Acerca do tipo de solicitação nas peças, existem a compressão, direcionada para a asa, perna, empena e âncora; a flexão para a cummerira, frechal e terça e, ainda, a tração, para a linha, tirante, pendural e suspensório.

        Dando continuidade às sambladuras principais, o cuidado que se deve ter na execução da linha e perna é proporcionar que o resultante Q dos esforços provenientes destes fiquem no plano da parede e, no máximo, faceando a mesma a fim de que não resulte em binário de rotação composto pela reação da parede R e a correspondente Q.

Ainda, sobre este tema, aduz Helio Alves de Azeredo:

“Quanto menor a inclinação do telhado, menor a probabilidade do encontro dos esforços atuantes na linha e na perna cair fora do plano da parede. Entretanto devido ao afastamento da extremidade da linha em relação à face externa da parede, para que se possa fazer o remate externo com um tijolo de espelho para evitar o aparecimento da seção da madeira no revestimento, assim como o pequeno comprimento do tijolo (ordem de 23 cm), geralmente a componente Q fica fora do plano da parede, surgindo o binário de rotação, obrigando a linha a trabalhar à flexão, para a qual não foi dimensionada, provocando esforço no sentido de jogar a parede para fora (fig. 6.4)”. ( AZEREDO,1921, p. 146)

Quanto aos detalhes da sambladura perna-pendural, muito discutida entre os autores quanto à sua execução, deve-se dimensionar a distância c que irá resistir ao cisalhamento pelo esforço da perna.

        Já os detalhes da sambladura pendural-linha, deve-se atentar para a não transmissão de nenhum esforço à linha pelo pendural e escoras.

        Importante ressaltar que no período da seca a carga do telhado é mínima, enquanto no período chuvoso as telhas tendem a absorver água, ensejando peso na cobertura e, consequentemente, achatando-a ao transferir carga da ancora ao pendural.

        A sambladura das escoras no pendural deverá ser executada da mesma forma que foi exposta antes no que se refere à distância que resistirá ao cisalhamento.

        Já os detalhes inerentes à sambladura perna-escora-suspensório, as tábuas (talas) de 2,5 x 12,0 cm ou 2,5 x 16,0 são fixadas na perna e linhas lateralmente ao plano da tesoura, onde existem cuidado da escora ficar embaixo da terça; esta não deverá apoiar-se no suspensório e este deverá ultrapassar a face superior da perna e a face inferior da linha.

        Importante frisar que as terças se apoiam na perna da tesoura, as quais estão separadas entre si, com média de 3m de espaçamento. Quanto à inclinação da sambladura, está deverá ser feita no sentido do diagrama dos momentos fletores.

        A mão-francesa é sambladura com peças de vigas de 6,0 x 12,0 cm ou 6,0 x 16,0 cm bem semelhantes às escoras que apoiam-se na cumeeira e no pendural.

        O Contraventamento é formado por peças de caibros com finalidade de manter a tesoura no plano vertical e tirar a possibilidade de qualquer inclinação, conforme se observa na imagem demonstrativa abaixo:

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