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Um Estudo Crítico Da Relação Entre Ser Humano E Natureza. Possibilidades Para Fundamentação De Uma ‘Educação Ambiental'

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Por:   •  18/3/2014  •  4.081 Palavras (17 Páginas)  •  512 Visualizações

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Um estudo crítico da relação entre ser humano e natureza.

Possibilidades para fundamentação de uma ‘Educação Ambiental’

Universidade Federal de Santa Catarina

Florianópolis, SC

(Brasil) Soraya Corrêa Domingues

Andrize Ramires Costa

Heloisa dos Santos Simon

Elenor Kunz

socodo11@yahoo.com.br

Resumo

O texto representa estudos e pesquisa na área do meio ambiente, educação, natureza e sociedade. A partir de reflexos sobre a conceituação terminológica de natureza e analisando as ações históricas do ser humano e a destruição ambiental nos dias atuais indica-se limites e possibilidades de superação dessa relação exploradora e a revisão da conceituação dialética entre teoria e prática presente na conduta ecológica de vida.

Unitermos: Meio ambiente. Natureza. Educação Ambiental. Trabalho. Ser Humano

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010

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O ponto de partida da análise é entender as questões ambientais nas relações sociais, que são propriamente as relações entre o ser humano e a natureza. O texto busca refletir algumas considerações ontológicas para compreender politicamente a destruição ambiental como um problema historicamente construído entre as ações de dominação e exploração do ser humano com ele mesmo, do outro e do mundo.

A base para o entendimento da sociedade atual é a totalidade do modo de produção capitalista na vida humana. Marx ao analisar o ser humano e suas relações com a natureza no atual modo de produção destaca a dialética da ação do ser humano no mundo e em si mesmo:

“O trabalho é antes de tudo um processo entre o homem e a natureza, um processo no qual o homem por sua atividade realiza, regula e controla suas trocas com a natureza. Ele põe em movimento as forças naturais que pertencem à sua natureza corporal, braços e pernas, cabeças e mãos, para se apropriar das substanciais naturais sob uma forma utilizável para sua própria vida. Agindo assim, por seus movimentos sobre a natureza exterior e transformando-a, o homem transforma ao mesmo tempo a sua natureza”. MARX (2001, p. 211).

A relação dialética entre o ser humano e natureza pressupões uma existência e a sua sobrevivência, estabelecendo ao longo da história relação de transformações do meio ambiente. Os estudos recentes sobre meio ambiente1 afirmam que essas relações são destrutivas, a vida coletiva em sociedade difere dos animais quando não consegue acomodar-se e adaptar-se ao meio ambiente em que vive, tendo ele que estabelecer uma relação de transformação e modificação do seu habitat. A relação ser humano e natureza se estabelecem através do trabalho, um trabalho que domina e transforma para atender as necessidades individuais e coletivas (ARENDT, 1996). É nele, trabalho, que ao atingir certo nível de desenvolvimento histórico e industrial, se exigem meio mais elaborado e tecnologicamente mais avançado de desenvolvimento. O que resultou, na modernidade, em devastação e destruição dos espaços.

Marx nos coloca em sua análise que, tudo disposto no planeta, que não seja ainda virgem, é resultado do trabalho humano e, por tanto, representa os meios e a produção final com valor de uso para a sociedade. Para Leff (2001) isto representa a apropriação social da natureza, na qual a responsabilidade está associada as ações que o ser humano em sociedade, tem perante ao meio. É nesta sociedade capitalista que, historicamente, as relações do ser humano e natureza são determinadas e determinam o trabalho alienado. Ele é o meio pelo qual se estabelece a relação entre ser humano e natureza, produzindo, a riqueza das nações e representando a base estrutural desse sistema. Neste sistema, o valor do produto do trabalho e o próprio trabalho são determinados2 pela relação econômica capitalista que tem por base o lucro, e pode ser entendida pelo conceito de mais-valia (MARX, 2000). A mercadoria passa a ter agregado o valor de troca e valor excedente, possibilitando a feitichização da mercadoria, coisificação, valorização do desejo de aquisição, transformando a vida consumo, garantindo a lei básica do capitalismo: o lucro e a acumulação de capital.

Na política, a ação dos ambientalistas, é uma possibilidade alternativa de organização social capitalista sustentável. Neste movimento ativo na política alguns3 pesquisadores e ativistas identificam a fragilidade dessas propostas no que concerne a falta de radicalização da questão colocada pela destruição ambiental. Para alguns deles, como LEIS (1999), as leis de mercado, lucro, propriedade privada, trabalho assalariado, não permitem alguma possibilidade de identificação do ser humano enquanto o ser transformador da natureza e de si mesmo, ao passo que não permite a relação de não destruição da natureza.

Nesse sentido, Frigotto (2000), afirma que os avanços das ciências e das tecnologias, o desenvolvimento, prometido pela modernidade, ajudaram fomentar, a maior destruição da natureza, o acúmulo exorbitante de capital, a exponencial produção de desemprego, trabalho precário, miséria e destruição dos direitos humanos. Esta tese está embasada na afirmação de que a finalidade da produção industrial é o lucro e a acumulação de bens a partir da exploração da natureza. O lucro e acumulação de capital, nesta sociedade, delineiam as relações entre ser humano e natureza, retirando as possibilidades de relações a partir de necessidades básicas da vida no planeta: alimentação, moradia, transporte, saúde e lazer.

A proposta segue um caminho de aprofundamento dessas questões quando ao elaborar o pensamento ou ações ambientalistas, chegam-se as relações atuais de produção, ou seja, as relações econômicas. Entre esses estão alguns pesquisadores no Brasil do Instituto Paulo Freire, como Gadotti (2000), que indica a possibilidade de através da educação ambiental garantir a crítica à concepção de desenvolvimento sustentável apresentando o conceito de “ecodesenvolvimento” a partir dos seguintes princípios: A satisfação das necessidades básicas da população; A solidariedade com as gerações futuras; A participação

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