VIABILIDADE ECONÔMICA
Por: RafaelPalhares • 9/8/2016 • Artigo • 3.532 Palavras (15 Páginas) • 412 Visualizações
1. Introdução
A substituição de equipamentos é nos dias atuais intrínseco no setor empresarial, porém esta tomada de decisão requer critérios quanto a sua viabilidade para a empresa. De acordo com o autor Hirschfeld (2000) as principais situações em que a análise de viabilidade da substituição do equipamento é pertinente cabem a fatores como; obsolescência física levando a alto custo de manutenção; inadequação caracterizada pela baixa capacidade de produção e/ou não atendimento de mudanças da produção exigida; obsolescência da funcionalidade do equipamento; surgimento de alternativas mais vantajosas e arrendamento ou aluguel por outros meios para a produção.
Nos dias atuais o mercado em todos os setores tem se tornando cada vez mais competitivos. Frente a esta situação, as organizações buscam cada vez mais a efetiva utilização de sua capacidade bem como a ampliação desta por meio de novos recursos tecnológicos, automação, investimentos em novos ativos ou substituição de máquinas.
Segundo Lapponi (2000) é importante ter conhecimento do mercado antes de se predestinar a um investimento, deve-se ter consciência dos riscos do mercado atuante e também da Taxa mínima de Atratividade (TMA) a se dispor pelo investimento, bem como o tempo de recuperação do capital de investimento e geração de riqueza frente ao investido. Dentre as ferramentas matemáticas mais utilizadas análises de viabilidade considera-se o Valor presente Líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR) e Período de retorno do investido (Payback).
Para Borges (2012) a análise de viabilidade econômica é o auxílio na a tomada de decisão do investidor frente a um investimento, este por sua vez, identifica a sua aceitabilidade ou inviabilidade, logo, esta análise se define em mensurar o desempenho financeiro do projeto de capital. Ainda segundo o autor, este estudo de viabilidade deve ser realizado em situações em que um novo projeto de investimento esteja em seu estágio embrionário, na abertura de um novo negócio ou expansão do seguimento em que se atua.
A pesquisa foi elaborada com objetivo de avaliar a viabilidade econômica e financeira da substituição de uma máquina empacotadeira no processo de produção de poupas de frutas em uma fábrica situada em Nova Floresta no estado da Paraíba. Nesse contexto, almeja-se resposta para tal problema: Os benefícios da substituição da máquina compensam o capital que será investido? Para isso, foi-se aplicado um fluxo de caixa incremental disposto de benefícios e sacrifícios frente à situação atual e proposta, a análise de viabilidade foi obtida pela aplicação das ferramentas matemáticas VPL, TIR, IR e Payback.
2. Procedimentos metodológicos
O desenvolvimento do presente trabalho se deu primeiramente através de pesquisas bibliográficas, definidas por um apanhado geral sobre trabalhos já realizados na área de finanças e análise da viabilidade econômico-financeira. (LAKATUS; MARCONI, 2003).
De acordo com Gil (1991) o trabalho é um estudo de caso de caráter descritivo-exploratório, envolvendo um intenso estudo sobre o objeto principal de estudo. Quanto à classificação de sua natureza, a pesquisa é tida como aplicada, para isso, a mesma propõe-se no auxilio da análise de viabilidade da substituição de uma máquina.
O estudo foi desenvolvido em uma fábrica de poupa de frutas, situada na cidade de Nova Floresta no estado da Paraíba. O principal objeto de pesquisa é o setor de empacotamento de sacos de 100 ml de poupa de frutas. A fábrica dispõe de uma cadeia produtiva composta por cinco etapas: Pré-seleção, Seleção, Lavagem, Processo de Produção e Setor de Empacotamento. Logo, verificado um gargalo no processo de empacotamento, faz-se cabível a substituição da máquina empacotadeira atual por uma nova empacotadeira (Emil) aumentando assim a capacidade produtiva da fábrica. A figura 1 mostra as respectivas etapas do processo de fabricação das poupas de frutas.
Figura 1 – Etapas do processo produtivo na fábrica de Polpa de frutas
[pic 1]
Fonte: Autoria Própria (2016)
Foram feitas visitas in loco e aplicação de questionário à gestora (proprietária) da fábrica, assim como também ao operário da máquina de empacotamento e o funcionário que inspeciona as máquinas fazendo suas respectivas manutenções corretivas. A coleta de dados também se deu a partir de análises documentais acerca de custos, despesas e receitas referentes ao cenário atual e análise do cenário proposto. A abordagem da pesquisa é de cunho quantitativo.
A aplicação metodológica foi abordada a partir de três principais aplicações sequenciais:
- Coleta de dados sobre receitas e os gastos incrementais provenientes da substituição da empacotadeira atual pela nova máquina;
- Elaboração do fluxo de caixa incremental;
- Aplicação das ferramentas de análise de viabilidade (VPL, TIR, Payback descontado e IR).
3. Métodos determinísticos de avaliação de projetos
Para Casarotto e Kopittke (2000) a análise de projetos de investimento é geralmente disposta de uma gama de ferramentas que por sua vez condicionam matematicamente a viabilidade do ponto de vista econômico e financeiro pressupostos de uma imposta Taxa Mínima de Atratividade. Dentre essas técnicas, destacam-se o VPL (valor presente líquido), TIR (taxa interna de retorno) e o Payback descontado (Prazo de retorno do investimento inicial).
3.1. Valor presente líquido
Segundo Copeland (2001) as grandes empresas utilizam suas respectivas análises de investimento pelo método do valor presente líquido. Esta ferramenta é constituída pelo somatório dos valores de fluxo de caixa descontados condicionado a uma taxa mínima de atratividade, somado pelo investimento desembolsado inicialmente. A viabilidade é considerada quando o VPL é maior ou igual à zero, logo, quanto maior for o VPL, maior será a aceitabilidade do projeto. (CASAROTTO e KOPITTKE, 2000). Seu resultado pode ser obtido a partir da equação (1).
[pic 2]
Sendo:
- INV: Investimento Inicial (Representa desembolso, por ser uma saída de capital, seu valor no fluxo de caixa é negativo);
- Fct: Fluxo de Caixa no t-ésimo período;
- i: Representa o custo de capital ou a Taxa Mínima de Atratividade (TMA);
- t: tempo de desconto de cada entrada de caixa;
- n: tempo de desconto do último fluxo de caixa
- VR: Valor residual
Generalizando, aborda-se a equação (2):
[pic 3]
Segundo Gitman (2001), a avaliação de determinados projetos, é realizado pelos gestores organizacionais a partir de fluxos de caixa relevantes ou incrementais de um ativo, logo, então, analisam o fluxo de caixa a fim de classificar a aceitabilidade de um projeto, ou a rejeição. Para isso, são dispostas várias ferramentas matemáticas, onde comumente o Valor Presente Líquido (VPL) se destaca.
3.2. Taxa Interna de Retorno
Para Westerfiled e Jordan (1998) a TIR (Taxa Interna de Retorno) é tida como a taxa de desconto que iguala o valor presente líquido a zero, consequentemente é a taxa que iguala os fluxos de caixas descontados ao investimento. Essa taxa mensura o desempenho e mérito econômico financeiro retornado em percentual de um projeto. Como critério de aceitabilidade, verifica-se que para o projeto ser viável, a TIR deve ser maior ou igual ao custo de capital adotado no projeto, em caso contrario, deve-se rejeitar o projeto.
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