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VIABILIDADE POR COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE PASTEJO CONTÍNUO E COMPOST BARN

Por:   •  13/10/2020  •  Artigo  •  7.382 Palavras (30 Páginas)  •  189 Visualizações

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VIABILIDADE POR COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE PASTEJO CONTÍNUO E COMPOST BARN

RESUMO

Hoje, o Brasil possui diferentes métodos de manejo, utilizando diferentes raças de animais com diferentes características na produção de leite. As características de cada animal, disponibilidade de alimentos, manejo, demanda por produtividade, bem-estar animal, genética e fundos de investimento são alguns dos fatores que determinam o sistema de produção. Este artigo irá analisar dois sistemas de produção de leite, comparando o processo atual de produção do leite a pasto com a produção no sistema Compost Barn, esses diferentes processos de produção podem ser diagnosticados para manejo e alimentação. Cada atributo tem suas próprias características, que podem determinar a forma de criação de acordo com as características da situação de ambos sistemas.

Palavras-chave: Compost barn. Leite a pasto. Produção de leite.

1. Introdução

O leite é considerado um dos principais alimentos do mundo, sendo um dos mais ricos em termos nutricionais, com altos teores de proteínas, sais minerais, vitaminas e aminoácidos necessários para a manutenção e crescimento do corpo, fazendo parte dos produtos lácteos que mais se destacam no comércio agrícola mundial.

Trata-se de um produto que está presente na sociedade desde a colonização, chegando no período pós-guerra já como uma ampla cadeia produtiva, já que o leite se transformou em um dos principais mecanismos de sustentação na política de alimento mais barato, tornando-se uma grande parcela de contribuição na vida econômica do país até a contemporaneidade, seja no transporte de cargas, na alimentação e na força de trabalho das atividades de terra (SOUZA, et al., 2015).

A cadeia agroindustrial do leite, é caracterizada como uma das mais importantes dentro do segmento do agronegócio, onde apresenta uma função vital no processo de desenvolvimento econômico e social. Apesar de obter maior destaque, a pecuária leiteira nacional é marcada por consecutivas crises, especialmente por questões político econômicas, de mercado e impostos no início do processo de industrialização, visto que, em questões produtivas, a organização ficava por conta somente de cooperativas especializadas no comércio de leite in natura. Em questões de produção dos derivados, as poucas empresas multinacionais dominavam este segmento.

Um momento considerado de grandes mudanças neste mercado, foi exatamente na abertura econômica e comercial, mediante a inserção das multinacionais, como a Danone e Parmalat, com o surgimento de novos modelos de leite in natura e derivados. Em vista desses fatos e mais falta de uma política agrícola presente, principalmente em relação ao governo, a produção de leite no Brasil é hoje mais do que nunca um grande desafio para os produtores rurais de pequeno porte.

Além da situação econômica dos produtores, ou seja, produtores de pequeno porte, outra dificuldade enfrentada por eles é a produção de leite em regiões tropicais, onde as condições climáticas são prejudiciais para as vacas leiteiras, visto que, muitos desses animais foram introduzidas por colonizadores europeus, as quais acabaram adquirindo características dos animais europeus, havendo grande necessidade de adaptação às temperaturas elevadas, principalmente aos parasitas, agentes patogênicos, alimentação peculiares às novas condições.

Neste contexto, existe duas possibilidades para o incremento da produção em região tropical, o primeiro, sendo o de custo mais elevado baseia-se em usar genótipos mais produtivos, e o segundo, refere-se à adaptação dos animais em ambientes com instalações de resfriamento, proporcionando uma sensação térmica adequada, ou seja, mais fria, tentando controlar as alterações climáticas, já que, as mesmas necessitam de temperaturas entre 5 a 18°C para a máxima expressão de seu potencial genético.

Como as vacas em estado fechado não podem escolher um ambiente com melhor conforto térmico (como ocorre ocasionalmente em um ambiente natural), a instalação deve ser: confortável, prática, e isso é permitido com o condicionamento de ar, ou seja, através de uma série de medidas artificiais, proporcionando condições favoráveis, mantendo a temperatura correta para aumentar a capacidade de produção.

Além de todos os requisitos mencionados acima, é interessante mencionar que, na indústria de laticínio é extremamente importante a aplicação de conhecimento técnicos relacionados ao manuseio, instalações, ambiente, conforto dos animais, tipos de ração e gerenciamento de mão-de-obra, já que, diversos estudos afirmam que a produtividade animal está parcialmente relacionada a todos estes requisitos e o controle da temperatura corpórea.

Um exemplo é o sombreamento artificial com estruturas fixas de telhas, pois apresentam melhores condições, com redução de carga de calor sobre o animal de aproximadamente 64%. Já com relação a ventilação, é interessante manter a natural e artificial, já que a natural renova o ar e a artificial promove a remoção de umidade do excesso de calor, e esta última são promovidas por ventiladores (GONÇALVES, 2017).

Fatos apresentado até aqui, demonstra a importância que tem a produção de leite no Brasil para a sociedade, visto que, existe diversos produtores pequenos, sendo responsáveis por uma parte da movimentação econômica nacional. Neste contexto, nota-se que, de acordo com o Censo Agropecuário (IBGE, 2006) apresentou que 74,7% dos estabelecimentos brasileiros que produzem leite tinham até 50 hectares e correspondiam a 49,4% de todo o leite produzido no país.

De acordo com EMBRAPA (2020), o Brasil é considerado o sexto país de maior produção de leite, e anualmente está crescendo aproximadamente 4%, ficando ainda por 66% do volume total de leite referente aos países que se compõe o Mercosul.                 Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar os fatores externos que podem influenciar ou não na produção e qualidade do leite, de modo a afetar a produção leiteira, visa também verificar qual a viabilidade (econômica e financeira) da implantação do modelo intensivo Compost Barn em uma propriedade leira média no Rio Grande do Sul.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, serão apresentados fatores relacionados ao rebanho que influenciam na produção de leite e na qualidade, bem como, os principais aspectos que norteiam a produção leiteira pelos sistemas de pastejo contínuo e Compost barn.  

2.1 QUALIDADE DO LEITE, SAÚDE E BEM ESTAR ANIMAL

O controle de qualidade do leite inicia-se exatamente com o gerenciamento do saneamento e higiene, isto é, exatamente no processo de produção da fazenda e manutenção dos animais saudáveis. Nas fases seguintes, ou seja, na industrialização, distribuição e comercialização, são realizadas várias medidas preventivas sobre qualidade do produto final, tais como, padronização dos procedimentos, definição dos pontos de controle de qualidade de alimentos, definição dos indicadores a serem coletados, acompanhamento dos resultados, e ajustes e feedback.

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