VIABILIDADE TÉCNICA/ECONÔMICA DA IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO DE LAVRA DE PAINÉIS VERTICAIS EM COMPARAÇÃO COM O MÉTODO DE BANCADA REGULARES PARA ROCHAS ORNAMENTAIS.
Por: Rodrigo Carneiro • 18/4/2017 • Projeto de pesquisa • 2.687 Palavras (11 Páginas) • 707 Visualizações
VIABILIDADE TÉCNICA/ECONÔMICA DA IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO DE LAVRA DE PAINÉIS VERTICAIS EM COMPARAÇÃO COM O MÉTODO DE BANCADA REGULARES PARA ROCHAS ORNAMENTAIS.
Rodrigo Carneiro Novaes1, Gleicon Roberto De Sousa Maior2
1 Estudante, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo-Campus Cachoeiro De Itapemirim
2 Professor, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo-Campus Cachoeiro De Itapemirim
rodrigo.carneironovaes@gmail.com
RESUMO
Os métodos de lavra para rochas ornamentais vêm indiscutivelmente evoluindo com o avanço das tecnologias empregadas. O amadorismo cada dia mais vem dando espaço a inovações tecnológicas na mineração. Em meio a tantos avanços, as aplicações das novas tecnologias em relação a demanda de produção exigida pelo mercado deve ser avaliada e estudada em cada caso. A implementação do método de lavra de bancadas baixas e altas regulares, até 20 metros de altura, é indiscutivelmente o mais utilizado atualmente, tendo em vista sua praticidade, popularidade e boa aplicabilidade tanto em encostas quanto em cavas. A implementação do método de lavra de painéis verticais (ou bancadas ultra-altas – BUA’s), bancadas com mais de 20 metros de altura podendo chegar a mais de 70 metros, vem ganhando espaço no mercado. Verificado por estudos sua relação custo X benefício positiva, e tendo em vista sua alta produtividade, sua viabilidade econômica se destaca em relação as bancadas regulares. O estudo visa comparar e apresentar diferenças, pontos positivos e negativos de ambos métodos, justificando e exemplificando suas aplicações em situações corriqueiras da mineração por meio de estudos técnicos e apresentações de tabelas comparativas para casos específicos de empresas de mineração que vivenciam esta realidade e aplicam estes métodos em suas próprias lavras de rochas ornamentais.
PALAVRAS-CHAVE: Rocha ornamental, Mineração, Método de lavra, Bancada Ultra Alta.
ABSTRACT
The mining methods for ornamental rocks have arguably evolving with the advancement of technologies applied. The amateurism more each day has given space to technological innovations in mining. Amid so many advances, the application of new technologies for the production demand required by the market should be evaluated and studied in each case. The implementation of the mining method of low and regular high slopes, up to 20 meters high, is arguably the most widely used, in view of its practicality, popularity and good applicability both on slopes as on holes. The implementation of the mining method of vertical panels (or ultra high benches), slopes whit over 20 meters high reaching more than 70 meters, has been gaining space in the market. Verified by studies, their good cost X benefit ratio, and in view of its high production, its economic viability stands out from the regular slope method. The study aims to compare and display differences, strengths and weaknesses of both methods, explaining and justifying their applications in everyday mining situations through technical studies and presentations of comparative tables for specific cases of mining companies who experience this reality and apply these methods in their own mines of ornamental rocks.
KEYWORDS: Ornamental rock, Mining, Mining method, Ultra high benches, vertical panels.
- INTRODUÇÃO
A relação entre homem e rocha vem de cerca de 1,5 milhões de anos, quando a rocha era utilizada apenas como um artefato lítico. A utilização da rocha com um caráter ornamental foi iniciado a cerca de 4500 a.C (CAMPELO, 2006). Com a evolução histórica o uso das rochas foi modificado e sua aplicação foi aumentando para diversas outras atividades, dentre elas a aplicação de rochas com caráter ornamental.
Atualmente o Brasil vem se destacando na produção de rochas ornamentais ocupando a posição de um dos cinco maiores produtores do mundo. O estado do Espírito Santo possui maior destaque dentre aqueles que fazem a explotação de tais bens mineras contribuindo com aproximadamente 47% da produção nacional. As rochas ornamentais tem sua aplicabilidade relacionada a construção civil, setor que tem seu crescimento reconhecido a nível nacional e mundial. Portanto, a demanda na produção de rochas permanece ascendente, tanto para o mercado interno, com São Paulo absorvendo quase 50% do mercado nacional, como o mercado externo. A explotação de rochas ornamentais no Brasil vem utilizando o métodos convencionais de lavra, com perfuração e corte com fio diamantado com bancadas regulares (MAIOR, 2013). Atualmente um novo método de lavra vem sendo aplicado no norte/noroeste do Espírito Santo, utilizando o método de painéis verticais/bancadas ultra altas (BUA), onde estas podem chegar à 70 metros de altura.
Este método vem atendendo bem a grandes produtores, tendo vista a alta produtividade, além de sua aplicação estar relacionada a ambientes topográficos desfavoráveis a aplicação dos métodos convencionais de bancadas regulares.
- BANCADAS ULTRA ALTAS
O método de bancadas ultra altas é um método relativamente novo, que vem sendo aplicado em pedreiras de granito no norte/noroeste do estado do Espírito Santo (vide figura 1). A aplicação do método de lavra tem ganhando cada vez mais espaço dentre os métodos de lavra conhecidos, por ter como características sua alta produtividade e boa aplicabilidade relevos acidentados e principalmente em encostas íngremes (MAIOR, 2013). A sua alta produtividade está relacionada diretamente a altura das bancadas utilizadas, estas são superiores a 20,0 metros, podendo chegar alturas superiores à 70,0 metros, dependendo do relevo de onde se planeja realizar a atividade extrativa.
O método demanda da utilização de equipamentos específicos para sua aplicação, além de treinamento das equipes de trabalho para sua execução correta e segura.
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Figura 1 – Painéis verticais encontrados no Noroeste do Espírito Santo (MINERAÇÃO GUIDONI, 2016).
2.1 Método de lavra
O método de lavra se assemelha ao utilizado em bancadas convencionais. Porém, como as bancadas tendem a chegar até 70,0 metros, algumas adaptações nos equipamentos e nas técnicas se fizeram necessárias.
O primeiro estágio é a perfuração, são necessários furos verticais e horizontais concorrentes, de modo que estes dimensionem o quadrote que se deseja lavrar. Os desafios do método se iniciam nesta etapa, uma vez que, quando ultrapassam 10 metros de alturas, furos realizados com marteletes pneumáticos, ou mesmo carretas de perfuração sofrem um desvio significativo (GERALDI, 2011), dificultando assim o encontro do furo horizontal com o vertical necessário para a passagem do fio diamantado. Estes desafios foram contornados com o treinamento correto para a equipe para trabalho em altura, e a utilização de sondas para realização da perfuração, uma vez que estas apresentam um desvio muito menor, comparados a outras técnicas de perfuração.
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