Viabilidade Técnica Fundações

1. CAPACIDADE DE CARGA GEOTÉCNICA

        De acordo com a NBR 6122/2019 – Projeto e execução de fundações, a capacidade de carga admissível de uma fundação é a máxima carga que esta fundação suporta sem produzir recalques prejudiciais a superestrutura ou sem romper o terreno ou até mesmo a estaca, no caso de fundações profundas.

A capacidade de carga de uma fundação profunda está relacionada com as tensões resistentes da ponta da estaca e a resistência da lateral. Ou seja, Cintra e Aoki (2010) afirma que a capacidade de carga é a soma das tensões resistentes  por atrito lateral em toda área da fuste da estaca com a tensão resistente normal à ponta da estaca.

        Inicialmente, a engenharia geotécnica era baseada em experiência no campo, ou seja, todos os métodos construtivos eram seguiam os métodos empíricos. Apesar disso, Dirceu Velloso (1995), baseado em sua experiência profissional e utilizando embasamento teóricos afirma que qualquer método que exija complexo e elaborado ferramental teórico deve ser usado com ressalvas e muita cautela.  

        Podem ser utilizados alguns métodos para a determinação da capacidade de carga de um solo. São eles: métodos empíricos, estatísticos, dinâmicos e prova de carga.  

• Métodos empíricos: são métodos baseados na experiência profissional do projetista e em dados dos laudos de sondagem SPT ou CPT.
• Métodos estatísticos: baseados em teorias clássicas da Mecânica dos Solos e também nos parâmetros geotécnicos, obtidos através de ensaios em laboratório ou in situ. Podem ser os seguintes:

1. Métodos estáticos racionais: Terzaghi, Skempton, Meyerhof, Vesic, Randolph, Poulos e etc utilizam teorias clássicas de capacidade de carga e parâmetros geotécnicos através de ensaios laboratoriais;
2. Métodos estáticos paramétricos: Berberian e Tavares (para tubulões) utilizam parâmetros obtidos através de correlações com SPT ou CPT;
3. Métodos estáticos Semiempíricos: Aoki-Velloso, Pedro P.C. Velloso, Meyerhof e etc utilizam capacidade de carga diretamente correlacionada com ensaios SPT ou CPT, aferindo através de provas de carga reais. Décourt-Quaresma utilizam classificação dos solos das camas atravessadas, o índice SPT de cada camada e tipo de fundação;

• Métodos dinâmicos: Utilizam parâmetros obtidos durante a cravação da estaca cuja fundação principal não é calcular a capacidade de carga, mas sim controlar a qualidade da execução em campo.
• Provas de carga: Este é considerado o método mais confiável para a determinação da capacidade de carga. Fellenius, Vesic, Mazurkievisky, Van der Veen, Aoki e a NBR utilizam vários critérios de capacidade de carga de ruptura de uma fundação através de prova de carga.

Dessa forma, é possível observar que as provas de carga são o método mais indicado para a determinação da capacidade de carga, porém, os mais utilizados são os métodos estáticos semiempíricos, que são muito bem aceitos na engenharia geotécnica e mais utilizados atualmente.  Dentre todos os citados, neste trabalho, será abordado os métodos semiempíricos desenvolvidos por Aoki Velloso e por Décourt-Quaresma para a determinação da capacidade de carga do solo para uma estaca hélice contínua.

1. MÉTODO AOKI-VELLOSO (1975)

De forma geral, a equação para a determinação da capacidade de carga é:

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