A Viabilidade da Computação Ubíqua com as Tecnologias dos Anos 20
Por: Daniel Meneses das Neves • 28/10/2019 • Artigo • 1.434 Palavras (6 Páginas) • 168 Visualizações
Viabilidade da Computação Ubíqua com as Tecnologias dos Anos 20
Daniel Meneses das Neves
Centro Universitário Ruy Barbosa | Wyden (Unirui) – Salvador, BA – Brasil
danielmenesesdasneves@gmail.com.br
Abstract. This article will focus on analysing Ubiquitous computing based on the concepts and notions of the earlier days of the 21st century, and then comparing them to the practical application of said fundaments, thanks to the technological jump of pervasive computing and the mobile devices already available to the general public in the turning point of the new decade of 10.
Resumo. Este artigo terá como objetivo analisar a computação ubíqua com base em seus conceitos e noções do inicio do século 21, e equipara-los a aplicação prática de seus fundamentos, graças ao salto tecnológico da computação pervasiva e dos dispositivos móveis já disponíveis ao público geral ao fim da nova década de 10.
- Introdução
A computação ubíqua é o conceito teórico da computação completamente integrada a vida das pessoas de forma imperceptível. Não é possível adentrar no tema sem os conceitos de computação móvel e pervasiva em mente.
- Conceitos
A computação ubíqua é considerada por muitos o casamento perfeito de duas áreas diferentes da computação: computação móvel e comutação pervasiva. Seguem as definições de ambas [1].
Computação móvel é fundamentada na capacidade de mover dispositivos computacionais e junto com eles seus serviços, trazendo a capacidade de leva-los a qualquer local desejado acabando assim com a necessidade de ficar preso ao local onde o computador se encontra. É possível devido a criação de computadores cada vez menores e os avanços nas redes de conexão sem fio.
Computação pervasiva é o conceito da computação que se torna imperceptível ao usuário por estar implementado diretamente no ambiente. Os computadores seriam inteligentes o suficiente para entender o contexto do ambiente do qual fazem parte. Da mesma forma o ambiente deve perceber esses dispositivos, utilizando-se de sensores.
Computação ubíqua existe em um ambiente no qual são altos os níveis de mobilidade como na computação móvel, e também os níveis de imersão como na computação pervasiva, como representado na tabela 1. Logo qualquer dispositivo pervasivo deve ter a capacidade de mover-se junto com o usuário, construir de forma dinâmica modelos computacionais do ambiente do qual fizer parte em dado momento.
[pic 1]
Figura 1 - Nível de imersão – adaptado de [1]
Ainda não é possível trazer efetivamente a computação ubíqua para além do teórico, mesmo no século 21 ainda existem limitações, o que torna ainda mais a frente do seu tempo os conceitos e ideias iniciais propostas por Mark Weiser em seu artigo The Computer for the 21st Century [2] em 1991.
- Computação Ubíqua segundo Mark Weiser
Considerado o pai da computação ubíqua Mark Weiser compara em seu artigo o conceito a escrita, segundo ele talvez a primeira tecnologia da informação, que já havia a muito tempo sido difundida mundialmente de forma que ela é ubíqua; de jornais a placas de trânsito a informação escrita está presente e faz parte da vida de forma imperceptível. Os computadores pessoais sejam eles desktops ou notebooks seriam um passo muito curto na direção da ubiquidade por serem extremamente visíveis aos usuários: toda a atenção é direcionada a caixa do computador e a suas telas, não sendo possível a integração com o ambiente de forma imperceptível. Além disso esses computadores mesmo no estado da arte da época, requerem do seu usuário um certo nível de conhecimento em informática não sendo uma tecnologia de fácil acesso a todos.
Mark propôs que para haver ubiquidade novos computadores que atendam os requisitos devem ser criados especificamente para as novas necessidades; além disso o ambiente deve ser tão inteligente quantos os computadores móveis, portanto centenas de computadores devem existir em cada espaço ou sala. Foram criados no Xerox PARC em parceria com seus colegas três tipos de dispositivos novos: tabs ou guias, pads e boards.
Guias/Tabs seriam do tamanho de um cartão de identificação e servem para propósitos de tracking da localização das pessoas ou dispositivos aos quais estejam anexados, aplicando os conceitos de que computadores devem estar a par do ambiente atual.
Pads teriam o tamanho um pouco maior de uma folha de papel e seriam “descartáveis”, ao invés de serem ser levados junto com o usuário para outros locais em cada lugar haverão pads em grande quantidade, tudo o que o usuário precisaria fazer seria pegar uma nova pad ao adentrar novo ambiente, deixando-a no mesmo local ao sair.
Boards, o maior dos dispositivos, teriam um tamanho muito maior que tabs e pads, logo ficariam fixos aos ambientes, onde servem de display pra o que seja necessário funcionariam como televisões, exibidores de dados, estantes de livro digitais, mostradores de slides, entre diversas outras aplicações.
- O cenário atual
No cenário atual em 2018 o boom dos dispositivos móveis continua com força total, as estatísticas apontam [3] que em 2020 o número de dispositivos moveis no mundo chegará a 4.78 bilhões, em 27 anos desde o artigo de Mark Weiser dispositivos moveis tornaram-se facilmente acessíveis a população geral. Há uma grande gama de tipos diferentes de dispositivos: dos smartphones e tablets as tecnologias vestíveis como os smartwatches/pulseiras eletrônicas, a difusão tornou-se ampla devido a expansão dos sistemas operacionais móveis iOS e Android. As redes móveis que suprem a necessidade dos dispositivos por dados e informações em tempo real também evoluíram drasticamente, é possível ter acesso a internet de alta qualidade em qualquer dispositivo móvel.
[pic 2]
Figuura 2 – Ascensão dos dispositivos móveis – adaptado de [2]
Múltiplos serviços de geolocalização via GPS, são facilmente acessados via quaisquer dispositivos, até mesmo sem acesso à internet parte do conteúdo é disponível.
Quanto as questões de ética da omnipresença da computação na vida das pessoas e privacidade, a grande adesão da população aos dispositivos e as redes socais das quais em 2017 2,46 bilhões de pessoas já faziam parte [4], demonstram que os usuários estão caminhando em sua grande maioria em direção a confiança nos procedimentos responsáveis por manter a privacidade nesse novo ambiente.
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