PROMOVENDO O AUTO CUIDADO DO CUIDADOR FAMILIAR:UM BREVE RELATO DE EXPERIÊNCIA
Por: Ermeson Dos Santos Sousa • 18/7/2019 • Relatório de pesquisa • 2.601 Palavras (11 Páginas) • 324 Visualizações
PROMOVENDO O AUTO CUIDADO DO CUIDADOR FAMILIAR:UM BREVE RELATO DE EXPERIÊNCIA
Amanda Maria Cândido Batista
Ednade Sousa Borges
Ingrid dos Santos Sousa
Janaína Keyla Pereira Damasceno
Mayra de Jesus Araújo Silva[1]*
Dorinaldo de Freitas Cintra Júnior[2]**
Resumo:Objetivo:Promover a importância do auto cuidado do cuidador familiar. Método: relato de experiência realizado durante o estágio supervisionado. Os participantes alvo deste estudo foram pessoas com idade superior à 18 anos, que se declaravam cuidadores familiares. Eles se encontravam no espaço de recreação da Rede Feminina de Combate ao Câncer, para acompanhar seus filhos em um momento de lazer, e para buscar os benefícios que eram ofertados pela Rede Feminina. Resultados: Evidenciou-se, a partir das reações emocionadas dos cuidadores familiares, diante da aplicação da dinâmica do “espelho”, a sobrecarga mental dos mesmos. Cuidadores sobrecarregados tendem a não realizar o cuidado de forma adequada. Por isso, torna-se importante a psicoterapia, pois observamos a necessidade que eles tinham de falar sobre as angústias e dificuldades que tinham passado. Conclusão: Esta experiência demonstrou a importância de está realizando dinâmicas com os cuidadores familiares, que ressalta a importância do auto cuidado.
Palavras-chave: Saúde Mental, cuidador e auto cuidado
1 INTRODUÇÃO
O trabalho em saúde pode ser fonte de satisfação, mas também de insatisfação, com reflexos diretos na assistência em saúde e na vida do profissional. De acordo com MIGOTT (2011), ao longo de todo processo histórico do homem, o ato de cuidar está presente, retratando assim a preocupação que o ser humano tem com qualidade de vida. Muitas famílias, por decorrência de doenças, se deparam com um novo papel: ser cuidador. Por serem pessoas despreparadas para essa função, podem cometer erros por conta da falta de orientação. Este novo papel é experienciado através de uma multiplicidade de necessidades e sentimentos, muitas vezes contraditórios e antagônicos, pela tensão, competência e conflito associado. Desse modo, o ato de cuidar tem sido conceituado como importante fator estressor e, somado ao caráter crônico e sem um tempo definido para a sua duração, encontra-se associado a repercussões negativas do cuidar, provocando interferências na saúde física e psicológica de quemcuida.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação dos Cuidadores de Idosos de Minas Gerais, no Brasil estima-se que existam cerca de 200 mil cuidadores que precisam esclarecer suas dúvidas e expor suas angústias, pois dessa forma é possível elaborar ações que orientam melhor na importância do auto cuidado. Além do mais, existem outros tipos de pesquisas que são voltadas para o cuidador, por exemplo, uma pesquisa que pretende contribuir para o conhecimento da saúde do cuidador, tendo em vista a Equoterapia enquanto facilitadora no processo de desenvolvimento da criança que a pratica, bem como, acrescentar sugestões para os estudos voltados para as possíveis relações entre ganhos e aquisições que o cuidador adquire em prestar seus cuidados a essas crianças e, com isso, preservar a sua Saúde. A sobrecarga deve ser vista como um conceito multidimensional, o qual abrange a esfera biopsicossocial, resultado da busca de equilíbrio entre as seguintes variáveis: tempo disponível para o cuidado, recursos financeiros, condições psicológicas, atribuições e distribuição de papéis.
O conhecimento da demanda da Saúde Mental do cuidador pode levantar questões relacionadas aos processos da própria construção da imagem social, a relação que ele estabelece com o paciente e a complexidade implicada na situação de descuido de si com sua saúde. Dessa maneira, se faz necessário um levantamento do papel do cuidador no que tange cuidados com sua saúde, o conhecimento de fatores que estão diretamente ligados a ela o que pode vir a melhorar e ampliar o cuidado consigo, repercutindo diretamente na sua qualidade de vida. Nesse sentido, acredita-se que há uma necessidade de compreender as reações emocionais vividas pelos cuidadores, para que possa focalizar sua atenção na Saúde Mental dessa população. Existem outros tipos de pesquisas que pretendem levar ao cuidador o conhecimento da importância de ações benéficas a sua saúde.
2 METODOLOGIA
2.1 Participantes
Os participantes alvo deste estudo foram pessoas com idade superior à 18 anos, que se declaravam cuidadores familiares. Eles se encontravam no espaço de recreação da Rede Feminina de Combate ao Câncer, para acompanhar seus filhos em um momento de lazer, e para buscar os benefícios que eram ofertados pela Rede Feminina.
2.2 Instrumentos
Os instrumentos utilizados para a realização da pesquisa fora uma entrevista semiestruturada, dirigida ao cuidador familiar, pois, segundo Laville e Dionne (1999), esta modalidade de instrumentos apresenta uma série de perguntas abertas, feitas oralmente em uma ordem prevista, mas na qual o entrevistador também pode acrescentar perguntas de esclarecimento. Além disso, foi utilizada uma roda de conversa e dinâmicas em grupo como a dinâmica do “espelho” e as imagens que mostravam o autocuidado.
2.3 Procedimentos
Por entendermos que acolher e abrir um espaço de escuta poderia beneficiar não somente o cuidador, mas o cuidado que o mesmo exerce com o outro, elaboramos um projeto voltado para a demanda, realizando três encontros com os cuidadores.
No primeiro encontro, foi estabelecido um primeiro contato com os cuidadores familiares que se encontravam no espaço recreativo da Rede Feminina. Foi aplicada a dinâmica do “espelho” individualmente, por entendermos que era mais efetivo dessa forma. Em seguida, receberam a orientação de pensar em alguém que vissem com uma pessoa forte, batalhadora e importante em sua vida. Após isso, deveriam abrir a caixa e “encontrar” essa pessoa. No fim, foi feita uma reflexão sobre o que cada um sentiu ao se ver no espelho. O objetivo da dinâmica foi mostrar que, independente do cuidado com o outro, é importante o cuidado consigo mesmo.
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