Redes Neurais no Gerenciamento do Processo de Hemodiálise
Por: rvesteves • 11/9/2016 • Trabalho acadêmico • 4.461 Palavras (18 Páginas) • 438 Visualizações
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS GERENCIAIS DE INDAIATUBA
Trabalho de Conclusão de Curso
Redes Neurais no Gerenciamento do Processo de Hemodiálise
INDAIATUBA
24/04/2007
Introdução
O ser humano, por contingência de sua própria natureza, esta sempre enfrentando dificuldades internas e externas que o colocam em desequilíbrio. Costuma-se denominar a esse desequilíbrio de doença. Uma dessas doenças que trazem sérios problemas de ordem física, psicológica e existencial à pessoa e aqueles que a tratam, refere-se à insuficiência renal crônica. (AGUIAR,J.A. 1979).
Quando os rins tornam-se incapazes de realizar a função de excreção dos produtos nitrogenados, a pessoa entra em insuficiência renal que tanto pode se apresentar em forma aguda, como crônica. Na insuficiência renal crônica, há lesão permanente dos nefrons, que não retornam as suas funções normais. Poderá, então, permanecer uma função renal mínima insuficiente, que leva a um prognóstico sombrio.
Segundo Confortini & Galanti (1965), “a insuficiência renal crônica representa muitas vezes a última etapa evolutiva de numerosas afecções renais de caráter progressivo e irreversível. O quadro clinico, nestas formas mórbidas é essencialmente pela retenção hidrosalina (cuja expressão clínica é o edema), pela anemia e muitas vezes pela hipertensão grave com as relativas conseqüências e complicações. Os meios terapêuticos de que normalmente se dispõem, não permitem, nesta fase, qualquer tratamento causal e por isso não conseguem impedir a evolução da doença. Fatalmente, atinge-se a fase urêmica, cuja correção não pode efetuar-se sem um sistema de depuração dos resíduos e de normalização dos equilíbrios hidro-eletrolíticos”.
O aparecimento do rim artificial veio assegurar uma terapêutica mais eficaz no tratamento da insuficiência renal crônica. Até pouco tempo atrás, a hemodiálise era um procedimento terapêutico usado na insuficiência renal aguda. Entretanto, nos últimos anos, a experiência com esta forma de tratamento demonstrou que uma significativa percentagem de doentes, na fase final das enfermidades renais, puderam ser mantidos num razoável estado de saúde, durante longos períodos. (Confortini & Galanti).
Atualmente a técnica de hemodiálise, já evoluída e aprimorada, é uma realidade palpável no tratamento da insuficiência renal crônica. No entanto, são muitos e sérios os problemas que devem ser enfrentados pela pessoa, pela família e pela equipe de tratamento. Em atividades de assistência em hemodiálise, tem-se observado e vivenciado as dificuldades da equipe no tratamento e cuidado desses pacientes, e a luta deles e seus familiares, em busca de uma esperança para conseguir um nível melhor de vida. Essa luta é compartilhada pelos elementos da equipe e todos (paciente e equipe) se envolvem em emoções diversas, com altos níveis de ansiedade, o que torna suas tarefas mais árduas.
Os clientes de hemodiálise estão em alto risco para as infecções e as atividades do enfermeiro profissional na prevenção e controle são fundamentais. Os profissionais de enfremagem responsáveis pela hemodiálise têm como incumbência tomar todas as precauções necessárias no que diz respeito à higiene dos equipamentos e instrumentos, do paciente, do ambiente, enfim, de tudo o que possa minimizar o risco do paciente adquirir uma infecção hospitalar, o que ocorre com extrema facilidade em portadores de insuficiência renal.
Além disto, este profissional deve ficar atento à uma série de itens que devem ser verificados momentos antes do paciente ser conectado à máquina para a sessão de hemodiálise, pois estes fatores vão determinar se o paciente tem ou não condições de realizar a sessão e o tempo que ele deverá ficar conectado, entre outras coisas.
Como todo este processo é executado sem o auxilio de meios tecnológicos e grande parte dele não poderia receber tal auxilio, surge a necessidade de algo que possa aliviar a carga sobre o enfermeiro e, ao mesmo tempo, trazer mais segurança ao processo, simplesmente diminuindo a possibilidade de erros que acarretariam graves consequências ao paciente. Isto pode ser implementado criando-se um sistema de “Inteligência Artificial” capaz de tomar decisões como qual a duração da sessão e a possibilidade de realização da mesma, com base em um banco de informações arquivadas e em informações novas.
Segundo Rich (1993) “Inteligência Artificial é o estudo de como fazer os computadores realizarem coisas que, até o momento as pessoas fazem melhor”. Já Weber (1996) conceitua Inteligência Artificial como o “ramo da ciência da computação dedicado ao estudo das técnicas computacionais que representam algum aspecto da cognição humana”. São muitas as definições de diversos autores diferentes, mas a maioria deles concorda que a IA está baseada em duas idéias básicas: a primeira envolve o estudo do processo do pensamento humano; e a segunda trata com a representação deste processo via máquina (TURBAN, 1995). Um sistema IA não é capaz somente de armazenar e manipular dados, mas também de adqüirir, representar, e manipular o conhecimento.
Este trabalho tem como objetivo demonstrar o uso de redes neurais em análise de pacientes que serão encaminhados e os que já estão fazendo hemodiálise. Sabendo-se que para avaliação do paciente teremos as categorias/entradas e as classes, pois é essencial o resultado de todos os exames colhidos anteriormente, para verificar em qual classe (em quanto tempo) o paciente ficará na sessão de hemodiálise. Portanto, a base será obtida através de determinadas variáveis (exames laboratoriais), cada um com o seu devido peso, para determinar em qual classe o paciente se encontra, e assim, tendo como resposta a duração da sessão de diálise. Existirá uma base de dados de aproximadamente 30 (trinta) pacientes, com 15 tipos de exames laboratoriais e assim, serão classificados.
A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A inteligência artificial (IA) é uma importante área de pesquisa da Ciência da Computação que tem como objetivo criar máquinas inteligentes e também programas de computador capazes de tomar decisões e resolver problemas simulando a capacidade humana de realizar estas tarefas, ou seja, programas inteligentes.
A Inteligência artificial teve sua história iniciada nos anos 40, onde seus principais estudos eram concentrados na análise do funcionamento do cérebro, com o intuito de entender seu comportamento, e em sequências de estratégia.
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