Computador e Sociedade
Por: Vanessa Lins • 29/9/2016 • Resenha • 1.945 Palavras (8 Páginas) • 383 Visualizações
UFRPE – UAG
Aluna: Vanessa Cordeiro Lins
Curso: Bacharelado em Ciência da Computação
Matéria: Computador e Sociedade
Período: 2014.1
Considerações sobre a influência da Internet
- INTRODUÇÃO
Seria a Internet um novo meio de gerar e buscar conhecimentos, ou apenas mais uma maneira de acomodarmo-nos a facilidade de obter, com ela, mais informações de uma maneira mais fácil? Essa tem sido uma pergunta recorrente entre pesquisadores, educadores e psicólogos. Não sou nenhuma das opções citadas anteriormente, mas, pretendo compartilhar algumas opiniões sobre o assunto neste artigo.
Estudando o artigo: “O QUE A INTERNET ESTÁ FAZENDO COM NOSSAS MENTES? COM UMA RESENHA DO LIVRO DE NICHOLAS CARR: A GERAÇÃO SUPERFICIAL”, do Valdemar W. Setzer, podemos tirar alguns pontos que valem a pena ser analisados. Em alguns, eu concordo com a opinião do autor, em outros, discordo completamente da linha de raciocínio dele.
Irei utilizar algumas passagens do artigo como exemplo para poder explanar minhas ideias, como também, em alguns casos, estarei utilizando passagens do livro usado pelo Valdemar W. Setzer para o construção do seu artigo: “The Shallows – what the Internet is doing to our brains”, do Nicholas Carr (passagens também extraídas do artigo).
- DESENVOLVIMENTO
2. 1. A Internet como uma “necessidade básica”
Estamos no século XXI, no meio do que muitos especialistas chamam do “Boom Tecnológico”. Muito tem sido criado e desenvolvido durante esse “Boom”, e é comum perceber como aparelhos tecnológicos têm ficado cada vez mais acessíveis. Crianças hoje ganham de presente de aniversário, dia das crianças e Natal: computadores, smartphones, tablets e muitos outros aparatos que crianças nascidas nas décadas anteriores ao ano 2000, talvez, sequer imaginavam fora da tela dos filmes.
A maioria dos aparelhos desenvolvidos nos últimos anos contém uma característica em comum, geralmente, possuem acesso a Internet. Carros, celulares, brinquedos e até geladeiras possuem acesso à Wifi e redes sociais.
A Internet deixou de ser algo caro e de difícil acesso para tornar-se uma “necessidade básica” do Ser Humano.
Uma situação que ficou cada vez mais corriqueira é: Chegar à casa de um amigo/conhecido, e antes mesmo de um “Bom-dia!” ou um “Tudo bem?”, perguntarmos quase que automaticamente, “Tem Wifi?”.
Esse pequeno exemplo acima gera uma pergunta: Por que essa necessidade de termos que estar sempre conectados?
2.2. Informações rápidas. Julgamentos precipitados.
No livro de Carr, ele diz que a Internet, com sua enorme rede de informações, acaba nos deixando dependentes, pois, é simples abrir uma página qualquer onde as notícias vão chegar até nós sem que precisemos fazer algum esforço maior. Notícias essas que muitas vezes são resumidas em 140 caracteres. Acabamos lendo menos e absorvendo mais rápido a informação, assim, podemos ir para outra atividade mais rapidamente, mas não por que queremos, e sim por que sentimos necessidade de ter que saber mais para não ficarmos ‘desatualizados’.
Carr diz que: “[...] quando estamos on-line, entramos em um ambiente que promove a leitura descuidada, o pensamento apressado e distraído e o aprendizado superficial. É possível pensar profundamente enquanto se surfa na net, assim como é possível pensar superficialmente enquanto se lê um livro, mas não é o tipo de pensamento que a tecnologia encoraja e recompensa.”.
Fica fácil de analisar esse pensamento de Carr quando nos lembramos da rede social mais utilizada ultimamente, o Facebook. Sua principal característica, além de promover um “maior contato” entre seus usuários, é justamente a facilidade de compartilhar e encontrar notícias do mundo todo. Grandes jornais impressos e grandes emissoras de TV já têm suas páginas nessa rede, onde eles podem divulgar notícias que irão aparecer na chamada “linha do tempo” do usuário criando assim um vinculo de maior proximidade com o leitor. Algumas grandes empresas criam promoções em redes sociais que incentivam o usuário a compartilhar uma notícia em troco de um prêmio. Para ganhar, esse usuário tem que convencer o maior número de pessoas que ele conseguir a compartilhar a informação que ele divulgou, gerando assim uma cadeia onde mais e mais pessoas serão atingidas. É um tipo de marketing rápido e de maior alcance.
O problema é que, algumas dessas notícias que surgem na “linha do tempo” muitas vezes são resumidas (para que o leitor não gaste muito tempo preso só nela e possa partir para outra notícia), e, por terem vindo de canais considerados confiáveis, naturalmente acabamos acreditando naquilo que foi divulgado, mas, nem sempre tentamos verificar se tudo que está ali é verídico e terminamos julgando a situação pelo que foi apresentado. E esse julgamento é preocupante.
Um exemplo recente que pode ser citado aqui é da dona de casa Fabiane Maria de Jesus. Talvez pelo nome seja complicado de lembrar, mas ela é aquela mulher que foi espancada por um grupo de moradores do Guarujá, e que, por não resistir aos ferimentos, acabou falecendo. Segundo o jornal O Globo, “A agressão teria sido motivada por uma publicação em uma rede social. Em uma mensagem postada pelo Facebook, a página “Guarujá Alerta” mostrava o retrato falado de uma mulher parecida com a que foi agredida. A imagem já foi retirada do ar.”¹.
A página “Guarujá Alerta” serve, supostamente, para ajudar a população do Guarujá, falando sobre problemas que acontecem na região, desde assaltos até buracos numa rua. Os moradores e seguidores da página não pensaram duas vezes quando espancaram a Fabiane, já que confiavam na notícia e julgaram que aquilo seria a atitude certa. Talvez, se essa notícia tivesse sido vinculada em outro meio, um jornal impresso local, por exemplo, ela não tivesse chegado a ter essa proporção. Divulgar algo na Internet hoje em dia, tem um alcance maior e mais rápido do que qualquer outro meio de comunicação. Nessa mesma reportagem, a jornalista fala que “Dos 50 mil seguidores (da página), houve o compartilhamento para pelo menos 150 mil pessoas.”, ou seja, não só os usuários da página acreditaram no que estava ali, pelo menos mais outras 100 mil pessoas também acreditaram, sem contar tantos outros que leram a notícia, mas não compartilharam.
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