Resumo sobre: Ciencia para dar, tecnologia para vender
Por: Rodrigo Rodrigues • 6/5/2018 • Resenha • 734 Palavras (3 Páginas) • 267 Visualizações
Resumo sobre o capítulo Ciência para dar, tecnologia para vender, do caderno 20 da SPBC, Política de C&T.
No Brasil, dos anos 80 até a atualidade, tem sido claro o aumento do interesse pela área de pesquisa e ciência, e isso reflete - de forma errônea - no crescimento da área acadêmica. Diversas pessoas têm buscado se aprimorar em suas áreas se dedicando à mestrados, doutorados e outras especializações mais com a sede de se aprofundar, entender e gerar resultados - sendo esses conhecimento somente ou produtos rentáveis -, mas os mesmos esbarram em uma limitação enraizada nesse país: a falta de empreendedorismo e investimentos, além de políticas econômicas desmotivadoras.
Falando de maneira lógica, o Brasil passou de menos de dois mil trabalhos publicados, em 1980, para mais de dezesseis mil trabalhos publicados. O crescimento é claro, mas não retrata um avanço. Os números nacionais a respeito de defesa de teses de doutorados é maior que o número da Coréia do Sul e fica perto de China e Índia, que têm populações dez vezes maiores que a brasileira, entretanto quando olha-se para a produção de patentes, vê-se que o Brasil produziu, em 2004, 106 patentes, enquanto a Coréia produziu 4.428 (dá-se essa comparação por conta dos países competirem em termos econômicos). E, quando olha-se para o Estados Unidos, por exemplo, enxerga-se que o abismo é maior: 87.901 patentes registradas pelos yankees em 2003.
Das 87.901 patentes produzidas pelos norte-americanos, 84.642 foram registradas por empresas, que é o que ocorre normalmente em diversos países. Mas no Brasil é diferente. No topo da produção nacional de patentes encontra-se a UNICAMP, universidade estadual de Campinas, no estado de São Paulo. O doutor Carlos Henrique de Brito Cruz, ex-reitor da UNICAMP e atualmente diretor científico da Fapesp, afirma que nenhum país de economia saudável tem uma universidade antes da vigésima posição na tabela de produção de patentes.
Os países mais desenvolvidos - como Japão, Alemanha e Estados Unidos, por exemplo - aprenderam a usar a ciência como uma ferramenta para produzir inovação, produzindo anualmente mais patentes que artigos. No Brasil, isso está longe de acontecer. “É por isso que o contribuinte não entende por que deve pagar por ciência. Ele não vê retorno”, disse Carlos Brito Cruz, que ressalta que a luta por financiamento de pesquisas não pode se restringir às universidades, academias e SBPC, as indústrias deveriam enxergar o potencial presente na área de pesquisa e produção de patentes, que representam inovação para a empresa e para o país.
Além disso tudo, existe um fator no país que vai além das próprias instituições: as políticas econômicas. Além delas não incentivarem o empreendedorismo, o atraso do país em relação às mais desenvolvidas para gerar pesquisadores fez com que as empresas brasileiras criassem uma cultura que não os englobasse, dificultando sua entrada em métodos moldados por anos em um cenário onde pesquisa não era rentável. Com isso, o atraso da nação gerou um cenário claro: o país demorou a produzir pesquisadores, poucas patentes eram criadas, pouca inovação gerada, soluções nacionais em tecnologia em baixa, economia pouco aquecida. Com isso, outros meios foram encontrados e os pesquisadores não se encaixaram nele.
Brito
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