Resenha: "Formação De Cidadãos Na Perspectiva CTS: Reflexões Para O Ensino De Ciências" E "O Movimento Ciência/Tecnologia/Sociedade (CTS) E O Ensino De Ciências: Condincionantes Estruturais"

Resenha: “Formação de Cidadãos na Perspectiva CTS: Reflexões para o Ensino de Ciências” e “O Movimento Ciência/Tecnologia/Sociedade (CTS) e o ensino de Ciências: Condincionantes Estruturais”

Fernando Henrique Marques Costa

Uma questão interessante que um dos textos pontua é de que não é papel da educação a resolução de todos os problemas sociais. Porém, tem o dever de formar cidadãos críticos, para que possam atuar na resolução de problemas em nossa sociedade. Este objetivo é totalmente compatível com a proposta do movimento CTS.

O CTS propõe que os conhecimentos sobre Ciência, Tecnologia e, principalmente, Sociedade, sejam incorporados ao ensino de Ciências, com foco nos problemas reais (principalmente os socioambientais). O CTS foca também na construção de um indivíduo crítico em relação a esses problemas, de forma que seja capaz de propor resoluções para estes, ajudando a mudar – e, portanto, ajudar a moldar – a sociedade.

“Pretende-se que o ensino de ciências alcance objetivos, tais como pensamento crítico e de alto nível, habilidades cognitivas de categoria elevada, solução de problemas e capacidades de tomar decisões próprias do pleno exercício da cidadania.” (TRIVELATO, 1993, p. 7)

O texto apresenta as vantagens e desvantagens do CTS. Como é um movimento um pouco mais recente, é possível que algumas escolas não adotem a abordagem CTS de forma plena ou mesmo parcial por, entre outros motivos, a formação legada de alguns professores, que não foram capacitados para atendimento à demanda atual. Surge a necessidade de uma mudança, pois atualmente o acesso à informação é extremamente fácil.

Um dos textos cita que questões éticas e valores são evitados em livros didáticos convencionais. A abordagem dos conteúdos se torna totalmente superficial. Se o professor se apodera somente do livro para a formação do cidadão, esta se torna incompleta. Outros tipos de instrumentação para ensino - desde que sejam orientados pelo movimento CTS - e a capacitação adequada - mudam essa realidade que já não nos permite um mero “repasse” de conteúdo.

“Alfabetizar, portanto, os cidadãos em ciência e tecnologia é hoje uma necessidade do mundo contemporâneo (SANTOS e SCHNETZLER, 1997). Não se trata de mostrar as maravilhas da ciência, como a mídia já o faz, mas de disponibilizar as representações que permitam ao cidadão agir, tomar decisão e compreender o que está em jogo no discurso dos especialistas (FOUREZ, 1995). Essa tem sido a principal proposição dos currículos com ênfase em CTS.”

Na maioria das instituições de ensino, há a predominância do excesso de conteúdos a serem memorizados, ou a busca pelos melhores resultados em concursos, vestibulares e outros exames. Essa abordagem costuma desconsiderar os problemas sociais - de forma mais ampla - a realidade dos alunos.

Essas condições formam um cidadão que se mantém imóvel diante de tantos problemas que o cercam. Na CTS, o ensino deve valorizar a realidade em que um aluno vive, fornecendo oportunidade para que ele interaja com o meio e discuta formas de se resolver problemas. Dessa forma, ocorre mais que uma simples absorção do conteúdo: o aluno passa a compreender aquilo que lhe é passado, pois ele pode questionar e contextualizar o conteúdo e, portanto,