A FABRICAÇÃO DE ÁLCOOL MATÉRIA PRIMA AMILÁCEAS
Por: Ademir.Bilo • 7/6/2021 • Artigo • 3.716 Palavras (15 Páginas) • 225 Visualizações
A FABRICAÇÃO DE ÁLCOOL MATÉRIA PRIMA AMILÁCEAS
Reynaldo Campanatti
RESUMO
O objetivo deste estudo foi abordar a fabricação de etanol de cana-de-açúcar e também de matérias primas amiláceas através do processo enzimático. O processamento da matéria prima, sua viabilidade com utilização do subproduto e a importância para economia da região com as possibilidades de produção de forma integrada, ou seja, utilizando cereais como o milho e sorgo como fontes de matéria prima. O processo de forma simultânea representa custo de investimento mais baixo, retorno mais rápido, isso porque o milho produz o ano todo, na safra e safrinha. Além disso, terminando o ciclo da cana, começa o do milho, e os equipamentos utilizados na moagem são parecidos e podem ser aproveitados para as diferentes culturas, mostrar que usina de cana de açúcar pode processar matéria prima amiláceas tendo opção de trabalho durante ante safra. Mostrar a possibilidade de pequenas usinas de etanol de cereais na produção de álcool neutro.
Palavras-chave: Bicombustível, Amido, viabilidade
SUMMARY
INTRODUÇÃO
O processo de produção de álcool a partir de matérias primas amiláceas é conhecido desde o início do século 20. No entanto a fermentação de cereais já era feita empiricamente para a fabricação de bebidas pelos egípcios e chineses desde séculos antes de Cristo e o processo de destilação já era dominada pelos árabes desde tempos bastante remotos. (LIMA, 2001).
Durante a segunda guerra mundial, houve um desenvolvimento considerável no processo de produção de álcool carburante a partir de diversas matérias primas de origem amiláceas devido à escassez de combustível. No entanto, o grande salto tecnológico aconteceu na década de sessenta com o desenvolvimento das enzimas de origem bacteriana e fúngica.
No Brasil o álcool de cereais é muito pouco conhecido, devido a uma tradição muito antiga de produção de álcool a partir da cana de açúcar, cuja tecnologia é plenamente dominada em todo o país, e, por conseguinte possuindo um custo de produção relativamente baixo, desestimulando o investimento em outras matérias primas para a produção de álcool.
Embora as grandes destilarias de álcool de cana consigam altos rendimentos industriais e grande eficiência no setor agrícola, o mesmo não acontece nas unidades de pequeno porte, pois, alem de não conseguirem obter a eficiência das grandes destilarias, não possuem a economia de escala das mesmas inviabilizando a produção ou ocasionando dificuldades financeiras para destilarias de pequeno porte.
Numa destilaria de álcool de cereais, as condições são diferentes, pois, alem de não ter problemas de rendimento industrial relacionados à capacidade de produção como no caso da extração de caldo nas destilarias de álcool de cana, ela produz uma quantidade relativamente grande de subproduto de alto valor nutritivo, alem de, possuir a flexibilidade de poder operar com diversas matérias primas tais como: milho, sorgo, trigo, arroz, etc. durante praticamente o ano todo. (PEREIRA, 2014).
Tendo em vista que de uma maneira geral, somente o amido se transforma em álcool, a grande maioria das proteínas, aminoácidos e sais minerais ficará no resíduo efluente da destilação. Este material ainda contém levedura como um ingrediente adicional à matéria prima inicial.
Em vista disto o resíduo da destilação constitui um alimento quase completo para o uso na alimentação animal; Considerando que o mesmo contém: fibras, proteínas, aminoácidos, gorduras e um complexo vitamínico natural proveniente tanto da matéria prima como da levedura e nutrientes adicionados na fermentação.
Experiências com gado confinado demonstraram que rações balanceadas com restilo de milho, foram muito bem aceitas pelos animais e não provocaram nenhum distúrbio gastrintestinal.
No caso de vacas leiteiras, observou-se um aumento significativo na produção de leite, superando até os farelos de uso convencional usados no arrazoamento de gado leiteiro.
Outro aspecto da destilaria de álcool de matérias primas amiláceas, é que devido às características da matéria prima, o álcool produzido possui naturalmente melhor sabor e aroma do que o álcool de cana, sendo por isso, indicados para a fabricação de bebidas finas, licores, perfumarias, e do uso recomendável na manipulação farmacêutica.
A destilaria de álcool de cereais, por suas próprias características, permite a integração de pequenos produtores em sua cadeia produtiva, tanto na compra de matéria prima como na venda dos subprodutos. A compra dos grãos bem como a venda do restilo “in natura” envolve transportadores que por sua vez envolve a compra de combustível para os caminhões, a manutenção dos veículos e etc., o aumento da população de animais na região proporciona o aumento na compra de insumos agropecuários aumentando a renda regional.
2.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo visa, por meio de pesquisas realizadas, compararem métodos de fabricação, matéria-prima utilizada e processos de conversão de amido. Não houve delimitação de datas na busca e seleção de artigos, porém, buscou-se analisar trabalhos acadêmicos sobre o tema interpretando dados publicados de diversos autores
3.0Matérias Primas Amiláceas
Matéria prima amiláceas é todas que contem amido em forma natural que possa ser desdobrado em açúcar para fabricação de etanol. As principais matérias primas é: o sorgo, a canjiquinha de milho, a quirera de arroz, o trigo, a batata , a mandioca etc. A variação da matéria prima, não altera significativamente a qualidade final do álcool, no entanto, haverá alguma modificação tanto no rendimento como na qualidade de restilo principalmente com relação ao teor de proteína e de gordura.O rendimento na produção de álcool é proporcional ao teor de amido da matéria prima e o valor nutricional do restilo é proporcional ao teor de proteínas do cereal.
O amido é o principal produto de reserva nas plantas superiores, fornecendo de 70 a 80% de calorias para sustento do homem sendo encontrado em quantidades suficientes que permitem que processos industriais o extraiam com grande pureza (FREITAS, 2012).
Sendo constituída por dois compostos, conforme Figura 1, a amilose e a amilopectina que, quebrados em monossacarídeos, principalmente sacarose, frutose e glicose (PEREIRA, 2014).
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Figura 1: Moléculas de amido
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Figura 2: Matérias Primas Amiláceas
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