Condutividade versus salinidade
Por: phelipe.santos • 17/7/2017 • Relatório de pesquisa • 1.041 Palavras (5 Páginas) • 2.373 Visualizações
Universidade Federal do Espírito Santo
CCE- Centro de Ciências Exatas
Departamento de Química
Phelipe da silva Santos
Pratica 10 – Pratica Livre
Vitória, 01 de Julho de 2017
INTRODUÇÃO
A qualidade da água é essencial para seu desempenho produtivo, e é caracterizada por parâmetros como salinidade, dureza, pH, nível de sulfato, de nitrato e de elementos tóxicos, presença de microrganismos, etc. O controle da qualidade da água deve ser feito por meio de análises periódicas, uma vez que esta varia ao longo do tempo.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) instituiu a resolução nº 357/2005 que tem por objetivo estabelecer padrões para os diversos usos da água e a classificação dos corpos hídricos e dentre os vários parâmetros físico-químicos utilizados para determinar a qualidade da agua destacasse a salinidade.
A salinidade refere-se à quantidade total de sais minerais dissolvidos na água e pode ser determinada como sólidos totais dissolvidos ou como sais totais dissolvidos. O parâmetro tem grande importância na caracterização das massas de água, já que a salinidade determina diversas propriedades físico-químicas, entre as quais a densidade, o tipo de fauna e flora e os potenciais usos humanos da água.
A partir da medida de condutividade elétrica podemos estimar a salinidade da agua, definida como a quantidade total de sais dissolvidos na agua. Os sais se dissolvem dando origem a íons de carga oposta e portanto contribuem para a condutividade elétrica da solução. Uma maneira de se medir a salinidade de uma amostra e por evaporação total da agua da amostra e então medição da massa dos resíduos salinos restantes, porem esse não e um procedimento passível de realização automatizada em campo.
Uma maneira usual e mais pratica para a medida da salinidade é realizada através da condutividade. É chamada de salinidade pratica e definida como razão entre a massa total de sal dissolvido e a massa total da substancia que serve como solvente, sendo então um valor adimensional expresso em psu: unidade pratica de salinidade. Este valor é obtido pela multiplicação do valor da condutividade por um coeficiente empírico atribuído a relação entre a condutividade e a salinidade. Esse coeficiente é obtido a partir de comparações com a salinidade do mar, que tem valor 35 psu, sendo os principais íons presentes o cloreto, o sódio, o magnésio, o cálcio, o sulfato, o potássio, o bicarbonato e o brometo. Essa medida é feita amplamente, sendo a mais utilizada para armazenar valores de salinidade em bancos de dados. Também podem ser utilizadas soluções de cloreto de potássio.
A medição da concentração de sólidos dissolvidos totais a partir de evaporação e gravimetria (ou pesagem) podem ser muito úteis quando a composição dos solutos da agua é desconhecida, mas para casos de composição conhecida e em especial para monitoramento automatizado e continuo o mais adequado são medidas a partir da condutividade. Multiplica-se o valor da condutividade por um fator empírico determinado a partir da composição conhecida da agua. A maioria das medidas de condutividade aceita um fator empírico ao redor de 0,65 g cm/mS L, mas para aguas com valor de condutividade acima de 5000 μS/cm esse fator deve ser reconsiderado para valores entre 0,735 e 0,8 g cm/mS L e para casos de agua pura de baixa condutividade os valores devem estar entre 0,47 e 0,5 g cm/mS L. Idealmente um fator empírico deve ser determinado para cada corpo de agua ou amostra em questão a partir da sua composição. Alguns padrões de examinacão da agua consideram fatores entre 0,55 e 0,7 g cm/mS L, mas para aguas com sabida concentração pronunciada de íons de enxofre e cálcio a constante deve ser próxima de 0,8 g cm/mS L
Para efeito da resolução da CONAMA 357/2005 são adotadas as seguintes definições:
Águas Doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰.
Águas Salobras: águas com salinidade variando entre 0,5 e 30 ‰.
Águas Salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 ‰.
OBJETIVO
Avaliar o comportamento da condutividade em função da salinidade de soluções aquosas e estimar a salinidade de 6 amostras de água do Rio Santa Maria da Vitória.
- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Materiais e Reagentes
∙ Balões volumétricos de 25 mL;
∙ Béquer de 100 mL;
∙ NaCl P.A;
∙ Água destilada;
∙ Condutivímetro.
3.2 Procedimento
Parte 1
Preparou-se 8 soluções de NaCl nas seguintes concentrações: 0; 0,25; 0,5; 1; 5; 15; 20; 30; 50 g/kg (‰), e em seguida mediu-se as condutividades dessas soluções. As medidas das condutividades foram feitas em ordem crescente de concentração, para evitar a contaminação do eletrodo e das soluções.
Parte 2
Foi medido a condutividade das 6 amostras de água do Rio Santa Maria da Vitória
- Resultados e discussão
A tabela 1 mostra as concentrações das soluções de NaCl bem como a condutividade de cada solução
Tabela 1 –Condutividade das soluções de NaCl em diferentes concentrações.
mNaCl (g) | msol. final (g) | Salinidade (‰) | Condutividade |
50,163 | 0,000 | 23,59 μS/cm | |
0,016 | 50,061 | 0,320 | 569,0 μS/cm |
0,025 | 50,020 | 0,500 | 826,6 μS/cm |
0,076 | 50,122 | 1,516 | 2,26 mS/cm |
0,767 | 50,032 | 15,330 | 21,97 mS/cm |
1,003 | 50,065 | 20,034 | 27,70 mS/cm |
1,502 | 50,087 | 29,988 | 39,80 mS/cm |
2,529 | 50,008 | 50,572 | 58,82 mS/cm |
Também foram medidas as condutividades das água coletadas
Tabela 2 – Condutividade das amostras.
Amostras de água das estações de coleta (E) | Condutividade |
E1 | 6,21 mS/cm |
E2 | 32,31 mS/cm |
E3 | 33,90 mS/cm |
E4 | 36,72 mS/cm |
E5 | 34,81 mS/cm |
E6 | 33,21 mS/cm |
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