O Caso Rhodia
Por: Cauê Corrêa • 16/9/2019 • Relatório de pesquisa • 516 Palavras (3 Páginas) • 193 Visualizações
O grupo francês RHÔNE-PROGIL mantia duas indústrias Rhodia na cidade de Cubatão. Uma fabricava Pentaclorofenato de Sódio (famoso pó da China) e a outra produzia Tetracloreto de Carbono e Percloroetileno. Ambas eram extremamente nocivas, tanto ao meio-ambiente quanto a saúde de seus trabalhadores, pois despejavam continuamente um volume cada vez maior de resíduos na área da fábrica. A produção anual de 8.400 toneladas ao ano de Tetacloreto de Carbono (CC14), 3.600 toneladas ao ano de Percloroetileno (C2CL4) e 26.000 toneladas ao ano de Ácido Clorídrico geravam 500 toneladas ao ano de resíduos tóxicos, principalmente Hexaclorobenzeno (HCB) e Hexaclorobutadieno (HCBD) dentre tantos outros, como Tetraclorobenzeno, Clorofórmio, Tricloroetileno, Tetracloreto de Carbono, Hexaclorobenzeno etc. Todos os resíduos eram deliberadamente despejados de forma clandestina numa vala feita para suportar 5.000 toneladas. Quando a vala encheu, começaram uma série de descartes na área fabril, até alcançar 15.000 toneladas de lixo tóxico. Depois disso, os despejos passaram a ser feitos por lugares aleatórios de Cubatão, criando lixões totalmente clandestinos e poluindo até mesmo o rio Cubatão.
Todos esses resíduos descartados afetaram de forma drástica o solo e os lençóis freáticos da cidade, de modo a interferir muito na saúde não só dos trabalhadores da indústria como os moradores cubatenses, que consomem água e os produtos oriundos das terras de Cubatão. Porém, as doenças causadas nos moradores foram mais drásticas por estarem diretamente expostos a vazamentos, equipamentos quebrados e nuvens químicas os rodeando. Estas podiam variar de acordo com o tempo de contato com as toxinas e com sua função, por exemplo, ha relatos de trabalhadores que dizem que em seus primeiros dias de trabalho já sentiam sintomas como dor de cabeça, tontura e ardência na garganta e nariz. Também houveram relatos de trabalhadores em que ao passar dos meses, começaram a aparecer manchas escuras na pele e alterações hepáticas e no sistema nervoso. Em relação ao câncer, a Rhodia alegava que os estudos só demonstravam reações cancerígenas em animais, sem poder comprovar uma reação ao homem.
Estes resíduos foram afetando o meio ambiente de forma drástica. Um grande exemplo disso foi o Lixão de Pilões, que era um dos depósitos para despejo de resíduos tóxicos mais utilizados dentre uma gama de indústrias da cidade até que, em 1983, implantou-se um programa ambiental que cessou os despejos no local, porém, após o seu desuso, o local passou a ser urbanizado e transformado em uma das comunidade onde seus moradores utilizavam da água e da terra para plantação. A questão é que estas ações eram feitas em uma terra totalmente contaminada, comprometendo a saúde dos que lá habitam.
O risco continuava grande, ao ponto que foi causa de duas mortes de trabalhadores que ajudaram na formulação de um processo que, futuramente, com diversos outros argumentos, acarretaria no fechamento da Rhodia.
O Caso Rhodia em si, foi algo de extremo descuido por parte da empresa, que deixou uma impressão de algo que se importa apenas com seu bem próprio. Este implicou na degradação do ecossistema da cidade e na causa de uma crise na saúde de seus moradores.
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