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O Relatório Analítica

Por:   •  26/9/2023  •  Relatório de pesquisa  •  1.179 Palavras (5 Páginas)  •  60 Visualizações

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Reconhecido como um alimento fundamental em uma dieta equilibrada, os peixes e os frutos do mar são uma excelente fonte de proteínas, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais (ômega-3). Dentre os benefícios associados ao seu consumo, destaca-se a redução do risco de doenças cardiovasculares e o auxílio no desenvolvimento neurológico em crianças (SILVA, 2019). E por serem uma parte importante da composição alimentar humana, eles representam uma das principais fontes de ingestão de metais como cromo, níquel, cádmio e chumbo para o homem via cadeia alimentar (LIMA, 2015).

Dados científicos indicam que os peixes são, potencialmente, as principais fontes da exposição humana a vários poluentes ambientais, tais como os metais tóxicos já citados. Esses compostos estão naturalmente presentes em ambientes aquáticos e chegam através de vários processos geoquímicos ou fontes antropogênicas, como as águas industriais e agrícolas, e os esgotos urbanos. Isso acontece porque os peixes, por serem consumidores e pertencerem ao nível superior da cadeia alimentar aquática, podem acumular poluentes persistentes (SILVA, 2019).

Os riscos à saúde devido à ingestão do pescado contaminado chegam a ser até quarenta vezes mais elevados do que a ingestão de água contaminada, isto porque os organismos aquáticos são capazes de absorver mais contaminantes do que as concentrações detectadas no ambiente. Os contaminantes podem afetar a saúde humana de duas maneiras, produzindo efeitos agudos como dores de cabeça, náuseas, dificuldades respiratórias, dentre outras, ou crônicos, ocasionando perda de peso, depressão, vários tipos de câncer e até mutagenicidade.

No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC No - 42, de 29 de agosto de 2013 (BRASIL, 2013) determina os limites máximos de contaminantes inorgânicos em alimentos visando a proteção da saúde da população consumidora (ANGHEBEN, 2019). Contaminante Limite Máximo Tolerado (mg/kg) Organismo

Cromo

0,10

Qualquer alimento

Níquel

5,00

Alimentos

Cádmio

1,00

Peixes e produtos da pesca

Chumbo

0,30

Peixes crus, refrigerados

Tabela 1: Limites máximos de tolerância estabelecidos para contaminantes inorgânicos, segundo ANVISA. Fonte: (ANGHEBEN, 2019), (NUNES, 2019). Adaptado.

2. OBJETIVO

Desta forma, o objetivo desse trabalho é propor um protocolo analítico afim de qualificar e quantificar a concentração dos metais cromo, níquel, cádmio e chumbo em amostras de tecido muscular de peixes, que servem como bioindicadores de contaminação de ecossistemas aquáticos.

3. METODOLOGIA PROPOSTA

3.1. Amostragem

Para realização deste trabalho foram escolhidas as seguintes espécies de peixe: Astyanax bimaculatus (lambari), Hoplias malabarcius (traíra) e Oreochromis niloticus (tilápia). Optou-se em utilizar essas espécies por ser as mais comuns para consumo. Os exemplares foram coletados com auxílio de redes de pesca e ajuda de pescadores locais. Antes da coleta das espécies de peixes foi medido o pH da água nos pontos em que eles seriam coletados, utilizando um pHMetro Digital Portátil, calibrado com soluções tampões de pH 4,0; 7,0 e 11,0 antes de realizar a leitura das amostras (NUNES, 2019).

Os peixes capturados, foram armazenados em caixas térmicas com gelo até a chegada ao laboratório onde foram medidos, pesados para posteriormente serem retiradas as amostras da parte muscular para as análises (LIMA, 2015).

3.2. Abertura das amostras (Digestão)

No laboratório, alíquotas de aproximadamente 0,5g, sem espinha, da parte muscular dos peixes foram retiradas. A amostra foi seca em estufa a 60C, por um período de 24 horas, até peso constante e posteriormente, maceradas. Escolheu-se a parte do músculo por ser a parte comestível do peixe. Foram feitas triplicatas com as amostras de cada espécie (ANGHEBEN, 2019), (NUNES, 2019).

Feito isto, as amostras foram então colocadas em vasos de teflon e acrescentou-se 3 mL ácido clorídrico (HCl) e 6 mL de ácido nítrico (HNO3). Sendo que para cada rodada de digestão foram feitos brancos para avaliar a eficiência do método. Em seguida os vasos foram fechados e colocados no digestor por microondas Antoon Paar com a seguinte programação (potência (W); rampa (min.); tempo (min.)): etapa 1: 300, 10, 10; etapa 2: 500, 10 e 20 e aquecimento à cerca de 190 ºC. Após a digestão, as amostras

foram colocadas em balões volumétricos de 50 ml, filtradas em Membrana de Fibra de Vidro (GFC) de 0,47 μm e avolumadas com água Mili-Q. (NUNES, 2019)

Imagem 1: Digestor por microondas Antoon Paar. Fonte: aantonpaar.com

3.3. Determinação dos Metais Pesados

Para verificação de possíveis contaminações das amostras pelos metais, foi utilizado o espectrofotômetro de absorção atômica GBC Savantaa, onde inicialmente foram verificados brancos (somente HNO3 65% e HCl), em seguida as triplicatas de cada bateria de amostra. As amostras de Astyanax bimaculatus (lambari) analisadas neste trabalho foram identificadas como A1, A2 e A3. As amostras Hoplias malabarcius (traíra) foram denominadas de B1, B2 e B3 e as amostras Oreochromis niloticus (tilápia), foram identificadas com C1, C2 e C3 (NUNES, 2019).

Imagem 2: Espectrofotômetro de absorção atômica GBC Savantaa. Fonte: tecnal.com.br

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas tabelas abaixo, encontram-se listadas as concentrações de cromo, níquel, cádmio e chumbo que foram quantificadas nos tecidos musculares das amostras dos peixes.

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