SISTEMAS COLOIDAIS: CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA
Por: Jhony Candeia • 21/6/2018 • Relatório de pesquisa • 1.109 Palavras (5 Páginas) • 425 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
Jhony Candeia Littig Pereira
PRÁTICA 7: SISTEMAS COLOIDAIS: CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA (CMC)
VITÓRIA
2018
1. Introdução
Surfactante ou tensoativo é um tipo de molécula que tem caráter anfifílico, ou seja, uma parte apolar e outra polar. Comumente ela tem uma cauda apolar (região hidrofóbica) originada de uma cadeia carbônica linear, ramificada ou com partes cíclicas e uma cabeça polar (região hidrofílica).
No nosso dia a dia existem algumas moléculas que apresentam essas características, como o sabão. Ao utilizar a gordura animal que contem triglicerídeos para fazer uma reação com soda cáustica sob aquecimento, é gerado um sal de ácido graxo (sabão). Essa reação é chamada de saponificação. [1]
[pic 1]
Figura 1: Reação de saponificação. [1]
Ao adicionar um tensoativo em solução aquosa temos uma associação espontânea a partir de uma determinada concentração, denominada concentração micelar crítica (CMC). Como o próprio nome diz, nessa concentração há a formação de micelas que são grandes agregados moleculares de dimensões coloidais. Essas estruturas são termodinamicamente estáveis e de fácil reprodução.
[pic 2]
Figura 2: Representação de uma micela.
A formação das micelas gera mudança nas propriedades físicas da solução, como espalhamento de luz, viscosidade, condutividade elétrica, tensão superficial e outros. A mudança de maior importância é a possibilidade de solubilizar solutos de diferentes características. [2]
Uma das formas de encontrar a CMC de um surfactante é ao se analisar o comportamento da sua condutividade conforme a concentração do surfactante aumenta. Antes de atingir a CMC, o surfactante aumenta consideravelmente a condutividade da solução já que seus monômeros são considerados eletrólitos fortes, porém, ao atingir e ultrapassar a CMC, esse aumento se torna mais brando pela formação das micelas, podendo ser perceptivo pela diminuição do coeficiente angular da reta após atingir a concentração micelar crítica. [3]
2. Objetivos
O objetivo desse trabalho é medir experimentalmente qual a concentração micelar crítica (CMC) do surfactante dodecilsulfato de sódio (SDS) em água e em uma solução salina.
3. Procedimentos
3.1 Determinação da CMC do surfactante
Foi colocado 200 mL de água destilada para ferver com o objetivo de retirar o CO2 dissolvido. Desses 200 mL, 50 mL foram utilizados para preparar uma solução de 40 mmol/L do dodecilsufato de sódio (SDS).
Em seguida, foi adicionado 50 mL da água isenta de CO2 em um bequer de 100 mL e colocado para agitar. A solução de SDS 40 mmol/L foi passada para uma bureta e a mesma colocada acima do bequer que contem água.
A cada 20s, adicionou-se 2 mL da solução de SDS e, com o auxilio de um condutivimetro previamente calibrado, foi medido a condutividade da solução de água isenta de CO2 e da solução a cada adição de 2 mL de SDS. A solução final deverá ter uma concentração de 20 mmol/L de SDS.
3.2 Efeito de aditivos
Utilizando a água isenta de CO2, foi preparado 100 mL de uma solução de NaCl 20 mmol/L. Da mesma forma do procedimento anterior, foi adicionado os 50 mL da solução de NaCl em um bequer e colocado para agitar. Com os outros 50 mL, foram preparados outras solução de SDS 40 mmol/L e passada para uma bureta.
A cada 20s, adicionou-se 2 mL da solução de SDS e, com o auxilio de um condutivimetro previamente calibrado, foi medido a condutividade da solução salina e da solução a cada adição de 2 mL de SDS. A solução final deverá ter uma concentração de 20 mmol/L de SDS.
4. Resultados e Discussões
4.1 Determinação da CMC do surfactante
Como descrito nos procedimentos, foi medido a condutividade da água isenta de CO2 e da solução resultante após cada adição de 2 mL de SDS 40 mmol/L. Os resultados obtidos estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1: Valores de condutividade em µS/cm para as soluções de diferentes concentrações de SDS.
Volume (mL) | Concentração SDS (mmol/L) | Condutividade (µS/cm) | Volume (mL) | Concentração SDS (mmol/L) | Condutividade (µS/cm) |
0 | 0 | 8,004 | 26 | 13,684 | 1471 |
2 | 1,538 | 188,2 | 28 | 14,359 | 1531 |
4 | 2,963 | 374,6 | 30 | 15,000 | 1579 |
6 | 4,286 | 543,6 | 32 | 15,610 | 1634 |
8 | 5,517 | 689,4 | 34 | 16,190 | 1682 |
10 | 6,667 | 832,3 | 36 | 16,744 | 1740 |
12 | 7,742 | 936,9 | 38 | 17,273 | 1740 |
14 | 8,750 | 1038 | 40 | 17,778 | 1740 |
16 | 9,697 | 1123 | 42 | 18,261 | 1740 |
18 | 10,588 | 1209 | 44 | 18,723 | 1740 |
20 | 11,429 | 1281 | 46 | 19,167 | 1740 |
22 | 12,222 | 1349 | 48 | 19,592 | 1740 |
24 | 12,973 | 1409 | 50 | 20,000 | 1740 |
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