TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E SUA CONDUTAS NUTRICIONAIS
Por: DanielaaDantas • 25/1/2017 • Seminário • 2.198 Palavras (9 Páginas) • 325 Visualizações
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E SUA CONDUTAS NUTRICIONAIS
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial (PA), mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais, e, se possível, a taxa de mortalidade. As evidências provenientes de estudos de desfechos clinicamente relevantes, demonstram redução de morbidade e mortalidade em estudos com diuréticos, com betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II e com antagonistas dos canais de cálcio (ACC), embora a maioria dos estudos utilize, no final, associação de anti-hipertensivos.
Os diuréticos são drogas que, por mecanismo renal ou extra renal, aumentam a quantidade de urina, por retirarem águas dos tecidos e, além de diminuírem a tensão arterial, provocam, também, vários efeitos colaterais e interações com nutrientes. O hidroclorotiazida é um diurético tiazídico, que inibe a reabsorção de sódio e cloro no túbulo contornado distal, no nível sanguíneo provoca a diminuição do sódio, cloro, potássio e magnésio e há o aumento do colesterol LDL e glicose (por diminuição da tolerância á glicose em diabéticos). Na urina há aumento da excreção urinária de sódio, cloro, potássio, zinco, magnésio e glicose que interferem significativamente no estado nutricional do paciente, e há também diminuição da excreção de cálcio e ácido úrico.
Assim, o hidroclorotiazida deve ser usado com alimentos seis horas ou mais antes de dormir para evitar irritação gastrointestinal e estimular a absorção da droga, pois esta é mais bem absorvida, com retardamento da evacuação gástrica. Neste caso, é importante evitar o consumo de alimentos rico em sódio, por que pode aumentar a necessidade de potássio, consumir alimentos rico em potássio, como banana, abacate, batata e alimentos ricos em magnésio, como abóbora, alcachofra e espinafre.
A furosemida é um diurético de alça, que inibe a reabsorção de sódio e cloro, no ramo ascendente da alça de Henle, no nível sanguíneo diminui o sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro e zinco e aumenta ácido úrico e glicose. No nível urinário, há aumento da excreção de sódio, potássio, cálcio, zinco, magnésio, cloro (alcalose metabólica hipoclorêmica) e água. Tem absorção retardada ou diminuída por ingestão de alimento e a utilização de bebida alcoólica potencializa a ação da droga. Sendo indicado uma dieta, com baixo teor de sódio e evitar o consumo de alimentos ricos em potássio como banana e melão.
A Espironolactona e Amilorida são diuréticos poupadores de potássio. A espironolactona é um antagonista competitivo da aldosterona, onde na excreção urinária há o aumento de sódio, cloro, magnésio, cálcio e água e diminui a excreção de potássio. Assim o uso concomitante com alimentos rico em potássio, suplementos de potássio e substitutos do sal pode provocar hipercalemia, devido a uma descompensação entre o aporte do eletrólito mediante a alimentação e a eliminação bloqueada do mesmo, por ação do diurético. Sendo importante evitar o consumo de alimentos ricos em potássio, como carnes e leite. Já a amilorida é um retentor de potássio, sem apresentar antagonismo com a aldosterona. Que leva a um aumento da excreção de sódio, cloro, magnésio e a diminuição da excreção de potássio que, com substitutos do sal e leite com baixo teor de sódio, aumenta o risco de hipercalemia. Sendo importante evitar a excessiva ingestão de alimentos ricos em potássio e o uso de substitutos do sal ou outros suplementos de potássio, o cálcio presente na alimentação interage com o fármaco, reduzindo a absorção do mineral, por isso não se deve consumir alimentos lácteos. Recomenda-se tomar esta medicação com as refeições ou depois delas, para potencializar sua biodisponibilidade.
Bloqueadores dos canais de cálcio agem a partir do lado interno da membrana, ligando-se com mais eficácia aos canais, em membranas despolarizadas. Fazem com que haja raras aberturas após a despolarização resultando numa diminuição acentuada da corrente de cálcio transmembrana associada a um relaxamento de longa duração. Podendo reverter, parcialmente, o bloqueio através da elevação dos níveis de cálcio, ou do uso de drogas que aumentam o fluxo transmembrana de cálcio. Promovem vasodilatação sistêmica e, dessa forma diminui a pressão arterial. E podem ser usados em combinação com outros hipotensores e têm seu efeito diminuído quando usados com alimentos ricos em cálcio e vitamina D. Nifedipina e Verapamil são antagonistas do cálcio, ou seja, inibe a incorporação do cálcio na célula muscular e sua captação pela atropina. Pode provocar hipotensão e tontura pela sua potente vasodilatação, náuseas, vômitos, diarreias e edemas de membros inferiores, no tratamento prolongado. Em indivíduos diabéticos podem aumentar a glicemia. Sendo indicado consumir alimentos ricos em cálcio (leite), vitamina C (limão e laranja) e D (sardinha) e evitar excesso de sal e de calorias.
A Hidralazina é um vasodilatador de potência moderada e que tem ação vasodilatadora direta. Pode provocar câimbras, tontura, náuseas, vômitos, edema (retenção de sódio e água), diminuição de peso e anemia. Deve ser usado com alimento para favorecer sua absorção e sua biodisponibilidade, mas a bebida alcoólica pode alterar seu efeito produzindo agravamento da hipotensão. Sendo indicado o consumo de alimentos ricos em vitamina B6, como banana, abacate, alho e ingerir alimentos baixo com teor de sódio.
Diazóxido tem ação vasodilatadora sobre as arteríolas por depleção de sódio das camadas musculares. Atua como antagonista, competitivo com o cálcio e inibe a secreção de insulina. Do ponto de vista químico, está diretamente relacionado com a clorotiazida. É utilizado principalmente, em crises hipertensivas. Pode provocar alterações no metabolismo de hidratos de carbono (hiperglicemia), retenção de sódio e água (edema), devendo haver controle na dieta do sódio, dos glicídios, dos líquidos e do peso do paciente.
O captopril é um inibidor da enzima conversora de angiotensina-1 no seu composto ativo angiotensina-2 e inativador da bradicinina. É um derivado do aminoácido prolina que diminui a pressão arterial sem modificar o volume-minuto. Sua atividade resulta da ação inibidora do sistema renina-angiotensina. No sangue, há o aumento do potássio, glicemia em diabéticos e sódio, e na urina, há proteinúria e glicosúria positiva. Sua absorção é diminuída com alimento, devendo, ser ingerido uma hora depois das refeições. A associação
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