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A Ética Empresarial

Por:   •  14/6/2016  •  Resenha  •  969 Palavras (4 Páginas)  •  196 Visualizações

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Muito se fala em ética empresarial nos dias de hoje, a exigência de respeito ao consumidor se expande não apenas nas reclamações cotidianas, mas também no meio jurídico. Enquanto que muitas empresas ainda tratam o lucro como o único fim a ser alcançado, desconsiderando os meios para o alcançar e suas respectivas consequências, concebendo o consumidor como um simples meio, um objeto; outras já tomam uma postura diversa da comum, ao considerar o consumidor como um ser humano, dotado de desejos, opiniões e atributos particulares, preocupando-se em como o consumidor se sentirá com o seu produto ou serviço e como ele pode o afetar.

  • O escândalo de 1982 da Johnson & Johnson

Um caso interessante para se notar esta realidade é o escândalo do envenenamento por cianeto em cápsulas de Tylenol da empresa Johnson & Johnson, ocasionando sete mortes. Apesar de tal ação haver sido efetuada por um maníaco, estando a empresa, então, isenta de qualquer responsabilidade do fato em si, ela decidiu remover o produto das prateleiras até mudar sua embalagem, dificultando qualquer tentativa de violação, ocasionando um prejuízo imediato de milhões de dólares para a empresa.

Poderíamos questionar a finalidade desta ação, afirmando que sua decisão teve como meio a manutenção da credibilidade que os consumidores atribuíam aos seus produtos para alcançar seu único fim: o lucro. Porém, em um contra-argumento podemos perguntar: Por que tomar uma atitude tão drástica como a de retirar todos os frascos de Tylenol do mercado Norte-Americano e desenvolver uma nova embalagem, ocasionando um prejuízo de milhões de dólares, se sequer foi a empresa a responsável pelos envenenamentos? A empresa poderia se livrar da crise apenas apontando o que realmente aconteceu e recuperar sua credibilidade com a ação natural do tempo, porém, decidiu tomar atitudes de como quem se sente responsável e na obrigação de corrigir a situação. É evidente que a postura da empresa em comparação a diversas outras, em situações como esta, não se tratou solamente de estratégia de marketing, mas também de uma genuína preocupação com os consumidores de seus produtos, que a longo prazo não apenas trouxe o retorno da credibilidade de seus produtos, mas cresceu a da empresa em si. Mas seria esta “postura ética” apenas uma adequação à moral social ou seria de fato uma conscientização livre e espontânea que pode estar ocorrendo no meio empresarial?

  • As mudanças de valores e as mudanças de mercado

        Um dos meios de se adquirir lucro ao oferecer serviços e produtos é o de oferecer um fator importantíssimo: o diferencial. Os empreendedores[1] já notaram as novas tendências, os consumidores exigem cada vez mais por diferenciais. O fenômeno que observamos de empresários passando a atender a estes fatores pode não ser um “milagre ético”, mas apenas uma adequação às novas exigências de mercado. Pode-se citar como exemplo desta tendência o desenvolvimento de sacos plásticos recicláveis de origem renovável, produtos eletrônicos com certificados de eficiência elétrica, produtos para alimentação com certificados de não utilização de agrotóxicos; e no campo dos serviços, aumento na flexibilidade, na qualidade de execução e no atendimento ao consumidor, no momento da venda e na manutenção da relação entre ambos. Em suma, a nova tendência se resume em reconhecer o consumidor como um ser humano e a empresa como parte da sociedade.

Porém, ao analisarmos a situação criteriosamente, observa-se que ainda há diversas fragilidades em relação aos direitos do consumidor, há diversas empresas que desdenham seu bem-estar e existe a própria indiferença que consumidores possuem em relação a seus próprios direitos. Na verdade, a própria adequação exige grandes investimentos e, em alguns casos, a redução dos lucros; a maioria dos empresários não fazem questão de tais mudanças, exatamente por falta de pressão externa.

Devido ao fato de não haver grande pressão externa, podemos ainda considerar a existência de uma substancial autonomia moral das empresas (que escolhem por tomar tanto ações aprováveis quanto reprováveis). Portanto, quando observamos um caso de ação empreendedora que toma como norteadores a “responsabilidade social e/ou ecológica”, não devemos afirmar que isto se deve puramente a busca de lucro por meio da adoção dessas tendências. Uma empresa não é uma entidade impessoal, ela é composta por indivíduos, que também possuem ideais, desejos e metas; o empreendedor, portanto, não está alheio a isso, ele é ao mesmo tempo um produto da sociedade e um produtor dela. Pode-se notar, com esta ideia em mente, que o empreendedor adquire uma finalidade dupla ao efetuar tais investimentos: ao mesmo tempo que ele busca o lucro, ele busca algum outro fim, que está intrínseco à sua personalidade. Este fim pode ser social, ecológico e/ou político, dependendo dos desejos e metas do empreendedor e da própria empresa em questão.

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