A Alavancagem Financeira
Por: caeolinefrias • 23/2/2018 • Trabalho acadêmico • 1.181 Palavras (5 Páginas) • 960 Visualizações
ALAVANCAGEM FINANCEIRA
Com a constante transformaçäo do mercado, o aumento da competitividade e exigência dos consumidores, as empresas buscam estratégias e soluçöes ágeis e efetivas para adaptarem-se, melhorarem sua lucratividade e tornarem-se competitivas com produtos e/ou serviços inovadores e diferenciados, capazes de superar as expectativas de seus clientes.
Diante deste cenário, as empresas podem financiar suas atividades através do emprego de recursos próprios e/ou de terceiros. Existem vantagens de desvantagens de se utilizar ambos recursos de capitalizaçäo fincanceira, por isso deve ser feita análise do cenário atual da empresa e também para onde a empresa que ir/ estar no futuro. Considerarando os parâmetros (liquidez vs rentabilidade) e relaçäo entre a posiçäo financeira e retorno dos acionistas, é de responsabilidade do gestor definir a estrutura que irá potencializar o alcance dos objetivos da empresa.
A alavancagem financeira através do uso de capital de terceiros é recurso fundamental para gerar resultados que alavanquem os fundos próprios da empresa e/ou riqueza de seus acionaistas. Para uso de tal alavanca, é necessário que seja previamente feito um plano de negócio que identifique a real necessidade da utilizaçäo deste recurso e também para que seja feita análise da alavancagem em si, perante seus riscos, vantagens, oportunidades e desvantagens.
Antes de começar com exemplos, vamos refletir no conceito de alavancagem finaceira. Segundo Gitman (2002) apud Candido e Caires (2004: p.34), alavancagem é um processo utilizado na admnistraçäo para elevar os resultados da empresa, é a utilizaçäo de recursos próprios ou de terceiros a um custo fixo, com o intuito de aumentar os retornos dos sócios. Quando uma empresa aplica o processo de alavancagem, busca um retorno, que seja, no mínimo, suficiente para saldar as dívidas adquiridas durante o processo. A probabilidade de o retorno ser menor que o esperado é chamado de risco e esse fator é proporcional ao grau de alavancagem, ou seja, quanto maior a alavancagem, maior o risco, e assim o retorno esperado, já que ambos têm relação direta.
CASO SADIA:
A Sadia era considera uma das maiores empresas no setor alimentício em 2008, distribuindo mais de mil produtos, em mais de 100 países. No dia 1 de setembro de 2008, seu valor de mercado era de R$7,1 bilhöes, porém em apenas três meses, seu valor despencou 62%, chegando a R$2,7 bilhöes no dia 30 de dezembro do mesmo ano. Um dos motivos para a deterioraiçäo dessa companhia foi o mal uso da alavancagem financeira.
De 1996 a 2000, a empresa decidiu aplicar seus recursos em açöes financeiras de forma expressiva, fazendo com que sua receita financeira contribuísse em média com 43% sobre seus lucros totais. Neste período era visível que sua alavancagem financeira possuía características bastante agressivas em relaçäo ao mercado, apresentando 46% para o patrimônio líquido (PL); 26% para os financiamentos de longo prazo (FLP); 28% para os financiamentos de curto prazo (FCP). Neste mesmo período a Sadia tinha 64% capital empregado investido nas atividades operacionais, em contraste com a estrutura de capital de 72% (PL + FCP). Fazendo uma análise destes números, a empresa tinha recursos mais do que suficientes para bancar os investimentos necessários do capital operacional. Apesar disso, a empresa buscou empréstimos de curto prazo, contabilizando 28% de suas obrigaçöes totais, e manteve o equivalente a 36% dos seus ativios totais em aplicaçöes financeiras.
Diante dos fatos apresentados, a empresa utilizou-se de alavancagem financeira visando obter receitas a qualquer custo, inclusive em detrimento de suas atividades operacionais. E como resultado, após 64 anos de atividade, com os efeitos da crise mundial e seus impactos da valorizaçäo do Dólar e desvalorizaçäo do Real, e ainda às suas operaçöes com instrumentos derivativos, a empresa apresentou seu primeiro prejuízo anual. Ao contrário dos anos anteriores, este resultado financeiro passou a comprometer o lucro líquido, levando a Sadia a um nível inesperado de endividamento em um curto período de tempo. O resultado destas perdas financeiras ocasionou na progressiva perda de valor de mercado, cque em setemvro de 2008 eram negociadas a 10,40, passaram a ser negociadas a 2,56 em março de 2009. No dia 19 de maio de 2009, foi anunciada oficialmente a fusäo entre as empresas Sadia e Perdigäo, criando a Brasil Foods S.A, deixando a Sadia com somente 32% do capital da BRF.
CASO CIELO:
A Cielo é uma empresa de serviços e tecnologia para o varejo, que lidera no segmento de pagamentos eletrônicos na América Latina, com 1,7 milhöes de clientes ativos que väo desde empreendedores até os maiores varejistas do país.
A Cielo tem um perfil de dívida de baixo risco (baixa alavancagem financeira, com dívida líquida de R$6 bilhöes em setembro de 2017), e da criaçäo da empresa até os últimos dados disponíveis para a análise, a empresa apresentou aumento expressivo no grau de alavancagem fianceira, e ao contrário da empresa que vimos no caso anterior (Sadia), esta empresa soube usar a alavancagem a seu favor. Embora o endividamento da companhia tenha aumentado nos últimos anos, a empresa ainda empresenta boa capacidade de pagamento no curto prazo, com liquidez corrente correspondente a 1,14 (2017).
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