A Gestão de Pessoas
Por: Bernardo Motta • 24/10/2020 • Trabalho acadêmico • 2.668 Palavras (11 Páginas) • 90 Visualizações
GESTÃO “COM” PESSOAS: A NOVA GESTÃO DE PESSOAS COMO DIFERENCIAL NO MERCADO GLOBALIZADO
BERNARDO AUGUSTO GOMES MOTTA [1]
NATALIA AGUIAR DE MENEZES JUSTINI [2]
RESUMO
A gestão de pessoas atravessou, nas últimas décadas, um grande emaranhado de mudanças. Estas mudanças convergiram para uma gestão de pessoas mais humana, integrativa, incentivadora e eficiente ao mesmo tempo. O departamento de RH (recursos humanos) deixou de ser uma parte da companhia com a qual o colaborador só tinha relações burocráticas: dúvidas com relação a sua folha de pagamento, férias, folgas, dentre outras coisas. Passando assim a ser um departamento no qual o colaborador vê seu futuro entrelaçado com sua companhia. Planos de carreira bem delineados, cursos e treinamentos, feedbacks 360º, incentivo à inovação e gestão participativa fazem parte deste novo departamento, o qual trata de pessoas, porém ao mesmo tempo com pessoas. A separação do colaborador e dos gestores entre si diminui drasticamente com a gestão de pessoas moderna, a qual denominarei gestão estratégica de pessoas. Tratar-se-á o esclarecimento de tais mudanças na gestão de pessoas ao longo dos últimos anos e será desenvolvida uma linha de raciocínio que tentará esclarecer os inúmeros ganhos que as companhias podem ter com a adaptação de seu RH convergindo para uma visão estratégica e moderna. O nível de competição, no atual estágio do capitalismo que vivemos, é extremo em inúmeros setores e ter um quadro de pessoas incentivadas, alinhadas com a visão da companhia e eficientes trará um forte diferencial de mercado.
Palavras-chave: Intraempreendedorismo. Gestão com Pessoas. Gestão Estratégica de Pessoas. Pós-Graduação. Recursos Humanos.
1 INTRODUÇÃO
O artigo trará, as luzes de autores renomados e artigos, explicações sobre a gestão estratégica de pessoas. O que era a gestão de pessoas décadas atrás e o que é a gestão de pessoas nos dias atuais e como isto traz à tona um ambiente de trabalho fértil para uma rotina eficiente do colaborador.
A escolha deste tema ocorre em meio a um mercado em que o colaborador de alto rendimento passa a ser um dos diferenciais a ser buscado pelas companhias no mercado competitivo. A gestão estratégica de pessoas tem papel central na criação de um quadro de pessoas empreendedoras, eficientes e que se sintam integradas com seus locais de trabalho. O artigo terá em seu desenvolvimento as explicações necessárias e embasadas para tentar corroborar com a ideia já dita anteriormente que a gestão estratégica de pessoas tem papel central no quesito diferenciação das empresas no mundo de hoje.
A análise da bibliografia levantada nos trará possíveis respostas de como a gestão de pessoas pode fazer a diferença e contribuir para o desenvolvimento do mercado em geral.
2 GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS: UM DIFERENCIAL NO MERCADO GLOBALIZADO
O mundo globalizado vem instituindo, de maneira progressiva, uma competição que exige alto rendimento das empresas ao redor do mundo. Desta maneira, nos atuais dias, quaisquer diferenciais competitivos acabam sendo importantes no mercado em constante disputa. Ao longo do último século a gestão de pessoas passou a também ser utilizada não só como um setor de Recursos Humanos (RH), o qual era incumbido de tratar os assuntos burocráticos da área de pessoal, mas também com um setor para gerar diferencial.
Esta linha do tempo que se inicia, basicamente, nos anos de 1900, é importante para nos situarmos na evolução da gestão de pessoas. No início desta evolução temporal a gestão de pessoas era baseada na tratativa das relações dos colaboradores com as empresas num setor chamado de “relações industriais”. Após os anos 50, auge do paradigma de “relações industriais”, acabou ocorrendo o nascimento da visão mais tradicional da área de pessoal, a “administração de recursos humanos”, a qual predominou até meados dos anos 80. Nos anos 2000, de modo geral nas empresas mais sofisticadas, a “administração de pessoas” trouxe a nova abordagem, que tenta personalizar e humanizar a gestão de pessoas. Hoje, já se verifica um adendo a este último paradigma criado na gestão de pessoas, que talvez venha a criar uma nova era na administração de pessoas. Nos atuais dias fala-se na “administração com pessoas”.
Os colaboradores, graças a esta modificação na área de pessoal, passaram a ser vistos como parceiros, geradores de diferencial e criadores de valor para as empresas, ao invés de meros recursos aptos a serem alocados da suposta melhor maneira para maximizar o lucro da empresa:
Com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloquente constatação na maioria das organizações: o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas, decorre das pessoas que nelas trabalham.(...) as pessoas que mantém e conservam o status quo id existente e são elas — e apenas elas — que geram e fortalecem a inovação e o que devem vir a ser. São as pessoas que produzem, vendem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os neg6cios das empresas. Dirigem inclusive outras pessoas, pois não pode haver organizações sem pessoas. E, no fundo, as organizações são conjuntos de pessoas. Ao se falar em organizações, forçosamente se fala em pessoas que as representam, que as vivificam e que lhes dão personalidade própria. (CHIAVENATO, 1995, p. 5).
Para Chiavaneto (1995) os processos pelos quais a área de gestão de pessoas propõe para criar um ambiente de qualidade de vida no trabalho, ter produtos/serviços de alta qualidade e competitividade e, em paralelo, ter políticas éticas, socialmente e ambientalmente responsáveis, são os de: i ) agregar pessoas (recrutamento) ; ii) aplicar pessoas (avaliação de desempenho e arquitetura de plano de carreira) ; iii) recompensar pessoas (benefícios e remuneração) ; iv) desenvolver pessoas (treinamento, modificações e comunicações); v) manter pessoas (disciplina, higiene e qualidade de vida); vi) monitorar pessoas (bancos de dados).
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