A RELAÇÃO ENTRE A MOTIVAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS E A EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Por: Flávio Aires • 8/4/2018 • Trabalho acadêmico • 3.506 Palavras (15 Páginas) • 161 Visualizações
A RELAÇÃO ENTRE A MOTIVAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS E A EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Flávio dos Santos Aires
RESUMO
Este artigo analisa a relação entre a motivação dos servidores públicos e a eficiência no âmbito da Administração Pública a partir de uma revisão da literatura acerca do tema. A realização deste estudo científico justifica-se pela importância dos recursos humanos em qualquer organização, inclusive nas instituições públicas, para eficiência e eficácia na realização de seus objetivos. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de apresentar as Teorias de Motivação, considerando os estudos realizados por autores como BERGAMINI e CODA (1995), MASLOW (1996), ROBBINS (2002); entre outros; bem como de analisar as particularidades da Administração Pública por meio das contribuições de estudiosos como CORREA (2010), GRANJEIRO (2002), MALIK (1988), dentre outros. Com isso, busca-se demonstrar que, com o servidor público motivado, as metas e objetivos da organização tendem a ser alcançados com mais efetividade, melhorando a qualidade dos serviços prestados à população.
Palavras-chave: Administração Pública. Efetividade. Eficiência. Motivação. Servidores Públicos.
Introdução
A Administração Pública e a administração de uma empresa privada possuem características distintas. Como a primeira tem por fim o interesse coletivo, torna-se de suma importância para a sociedade, um estudo mais detalhado sobre esse assunto com o intuito de se compreender como ocorrem as relações de trabalho no âmbito das organizações públicas.
A motivação no trabalho é considerada um tema complexo e vasto, sendo objeto de estudo permanente por grande parte dos cientistas sociais que estudam as organizações, devido a grande importância dos recursos humanos. Então, os temas motivação e satisfação são fundamentais para a gestão de pessoas tanto na iniciativa privada, quanto na esfera pública – considerando suas peculiaridades distintas.
Nesse contexto, cabe ressaltar a importância da motivação e da sensação de satisfação dos colaboradores para que as organizações consigam atingir um elevado grau de desempenho. Bergamini (1998) assevera que existe uma correlação entre satisfação e a motivação e que estudá-la significa buscar respostas complexas relacionadas à motivação humana na organização, à integração e à produtividade do trabalhador, são desafios difíceis e, aparentemente, até impossíveis de serem obtidos na atual conjuntura, em que o conflito entre o capital e o trabalho aumentou de forma estarrecedora em todas as partes do mundo e, além disso, os estudiosos do assunto precisam compreender as explicações desses comportamentos.
Ainda segundo Bergamini e Coda (1995), a motivação no trabalho tem origem no indivíduo, na organização, no ambiente externo e, inclusive, na situação do país e do mundo em determinado momento. Portanto, as causas que interferem na motivação podem ser tanto externas quanto internas às pessoas, provenientes dos instintos – forma inconsciente, ou das aspirações almejadas – forma consciente. Posto essas ideias, pode-se apreender que a motivação é um algo que vem de dentro, que tem suas fontes de energia no interior de cada indivíduo. Não obstante, os impulsos externos ao ambiente influenciam o comportamento de cada indivíduo, afetando os aspectos motivacionais.
Nesse contexto, o objetivo geral deste trabalho é demonstrar como melhorar o nível de motivação dos agentes públicos, fazendo com que eles apresentem um elevado grau de desempenho e, assim, elevar a eficiência da Administração Pública. Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da análise minuciosa de materiais já publicados na literatura e artigos científicos disponíveis em eletrônico, dando ênfase ao aspecto teórico e revisão da literatura acerca do assunto proposto.
A fundamentação teórica foi realizada com base nas ideias e concepções de autores como: Bergamini e Coda (1995), Correa (2010), Granjeiro (2002), Malik (1988), Maslow (1996), Montana (2003), Robbins (2002), Scelsa e Costa, (1991) e Silva (2005).
Desenvolvimento
A conceituação de Administração Pública possui um sentindo amplo, podendo inclusive apresentar significados distintos, dependendo do contexto. Granjeiro (2002: 23), define a Administração Pública como “o conjunto de órgãos e entidades destinados a satisfazer, de forma regular e contínua, as necessidades sociais nos termos da lei”. A organização administrativa está prevista na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu Art. 37, bem como os princípios básicos da Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). Em suma, pode-se afirmar que o objetivo da Administração Pública é o de gerenciar certas áreas (saúde, educação, etc.) de interesse da população, visando ao bem coletivo.
Cabe destacar que os princípios fundamentais da Administração Pública (planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle), foram estabelecidos pela Reforma Administrativa de 1967, com vistas a reduzir o porte do aparelhamento do estado, bem como assegurar a melhoria e funcionamento dos órgãos públicos e, por conseguinte, reduzir as despesas relacionadas ao déficit público.
Não obstante todos os princípios supracitados terem como objetivo aprimorar o desempenho da Administração pública, no decorrer dos anos, foram surgindo disfunções, denotando a necessidade de mudança na forma de gerir o bem público. Com isso, observaram-se constantes transformações nos últimos anos, alterando crenças e valores cada vez mais rapidamente. Portanto, surge um imenso desafio da nova Gestão de Pessoas: lidar com essas transformações que afetam a todos os profissionais inseridos no mercado de trabalho.
Com vistas ao enfrentamento desse desafio, os gestores têm à sua disposição um conjunto de técnicas e conceitos que evoluíram ao longo tempo, moldando a nova Administração de Pessoas. Assim, para avaliar, compreender e administrar os recursos humanos das organizações torna-se vital o aprofundamento nos estudos do comportamento organizacional tais como, motivação, liderança, democratização organizacional e comportamento dos grupos de trabalho (ROBBINS, 2002).
Nesse contexto, é relevante mencionar que existem particularidades deficientes na Administração de Recursos Humanos na Gestão Pública, como por exemplo, a estabilidade indiscriminada dos servidores públicos e a seleção por meio de concurso público, prejudicando a produtividade e a competência de mercado, respectivamente. Ao impossibilitar a demissão de funcionários de baixa produtividade, o governo proporciona estabilidade aos que apresentam resultados insignificantes, desestimulando os servidores que cumprem suas obrigações e que não veem seu esforço reconhecido ou recompensado (SCELSA e COSTA, 1991).
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