AS DIFICULDADES NA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO EM ORGANIZAÇÕES DE DIFERENTES CULTURAS
Por: vvieira.vinicius • 10/4/2017 • Projeto de pesquisa • 9.353 Palavras (38 Páginas) • 329 Visualizações
AS DIFICULDADES NA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO EM ORGANIZAÇÕES DE DIFERENTES CULTURAS
Alexandre Soares Gonçalves Paulo Henrique de Oliveira Westmann Rubens de Lima Oliveira Vinicius dos Santos Vieira
Orientadora: Prof.ª Ms. Lilian A.P. Miguel
Resumo: Considerando que a humanidade vive na era da informação, o conhecimento tem cada vez mais se tornado um ativo de grande preciosidade para as empresas alcançarem vantagem competitiva e para que isso seja possível, os recursos tecnológicos são essenciais para que os recursos humanos se desenvolvam com maior velocidade e que todo conhecimento que é adquirido e armazenado, seja definitivamente difundido a toda a organização a fim de que responda rapidamente ao mercado em que atua. No mundo existem diferentes culturas e de acordo com Davenport e Prusak (2003), o jeito de difundir conhecimento varia de acordo com a cultura. Toda cultura tem suas limitações e habilidades e dependendo de como se caracteriza, ela pode facilitar ou dificultar a ação de difundir conhecimento dentro de uma organização. Para melhor compreensão, foram selecionadas duas culturas com diferenças discrepantes em relação às suas características, sendo duas empresas de cultura americana e duas empresas de cultura italiana.
1. INTRODUÇÃO
Conforme Ozaki et al. (2008), a informação sempre foi o maior bem que o homem pode usufruir, atrás apenas da própria vida. Para o ser humano, a informação é a sua essência, pois é por meio desta que ele pode se definir. Para complementar esta abordagem, Hofstede (2003) afirma que cada ser humano transporta consigo padrões de pensamento, sentimentos e de ações potenciais, que significam resultado de uma aprendizagem contínua e esta é influenciada pela sua cultura de origem. Ozaki et al. (2008) destacam que as influências da sociedade da informação e da gestão do conhecimento já podem ser percebidas pelas mudanças que estão ocorrendo nas empresas, governos, instituições de pesquisa s e universidades em todo o mundo. Cada vez mais, líderes e consultores de empresas afirmam que o conhecimento é o principal ativo que essas possuem e é visto como a chave para a vantagem competitiva sustentável. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Ozaki et al. (2008) ainda afirmam que nessas concepções está implícita a abordagem que estrutura as ações organizacionais, tanto privadas como públicas, baseadas nas redes de informação para comunicar, armazenar, processar e transformar o conhecimento em produtos e serviços dentro de uma abordagem estratégica da maneira mais rápida o possível.
De fato, Szulanski (2003) afirma que a difusão do conhecimento dentro das empresas toma tempo, às vezes tanto quanto três anos, incorrendo em custos e incertezas para a empresa que adere a esse processo.
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Szulanski (2003) ressalta que essa difusão não deve ser vista como um ato em que uma pessoa passa algo à outra, e sim, como processo, constituído de diferentes estágios, cada um com suas dificuldades próprias. Este estudo procurou identificar como a cultura de uma organização exerce influência sobre esse arcabouço de dificuldades no processo de difusão do conhecimento.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção serão apresentados os referenciais teóricos que entram como os pontos essenciais estudados a fim de criar a direção certa para o objetivo geral e também específicos proporcionando ao leitor conhecimento e conclusões plausíveis. As principais teorias abordadas serão conceitos de conhecimento, gestão do conhecimento, cultura organizacional e internacional, além da difusão do conhecimento e suas principais barreiras.
2.1 Conhecimento
No atual cenário econômico, vê-se que as empresas estão cada vez mais investindo em altas tecnologias, sejam elas para aprimorar um produto ou melhorar um serviço. Porém, o que também vem tendo importância vital para as organizações é a capacidade de gerir o conhecimento que ela possui e para isso também há um elevado dispêndio de alguns recursos.
2.1.1 Conhecimento organizacional
De acordo com Bejarano et al. (2006), as equipes têm o potencial de trazer resultados importantes para as organizações como o aumento da produtividade e auxílio na redução de custos através da reunião de talentos, da promoção de criatividade e da criação de uma atmosfera que seja solucionadora de problemas..
Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam que existem cinco condições capacitadoras para que a criação do conhecimento organizacional seja feita de forma eficiente: intenção, autonomia, flutuação e caos criativo, redundância e variedade de requisitos. São elas que promovem a espiral do conhecimento. A figura a seguir mostra como se dá o processo da criação do conhecimento e posteriormente têm-se a explicação de cada uma das condições.
Figura 1 – Processo de Criação do Conhecimento (Espiral do Conhecimento)
Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p. 65)
A primeira condição denomina-se por intenção organizacional. Deve-se entender que ela é definida como a pretensão que a organização tem para atingir suas metas (NONAKA E TAKEUCHI, 1997).
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A segunda condição é a autonomia. Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam que os funcionários que a possuem no trabalho, são motivados para criar novo conhecimento e com isso a organização aumenta as chances de introduzir oportunidades inovadoras.
Flutuação e caos criativo estimula a interação entre a organização e o ambiente externo. Quando a empresa abre suas portas e passa a considerar os sinais da atmosfera que lhe cerca, ela aprimora o seu sistema de conhecimento (NONAKA E TAKEUCHI, 1997).
A redundância é a quarta condição. Para este caso, Nonaka e Takeuchi (1997) consideram que redundância não significa desperdício ou superposição desnecessária de informações e sim o
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