As organizações e a forma como são estruturadas.
Por: PPGGO • 3/5/2021 • Resenha • 788 Palavras (4 Páginas) • 144 Visualizações
A sobrevivência das organizações está diretamente relacionada à sua capacidade de se adequar ao ambiente no qual ela se encontra inserida. Para tanto, a organização deve encontrar caminhos para conhecer o ambiente e suas necessidades. Assim, as organizações devem buscar informações no ambiente para, em seguida, basear suas ações sobre essas informações.
Esse processo de aquisição de informações e tomada de decisão passa necessariamente pela interpretação dessas informações, razão pela qual as organizações poderiam ser vistas como sistemas interpretativos pautados por duas variáveis: crença sobre o quão analisável é o ambiente e a intrusão da organização neste ambiente (DAFT, WEICK, 2007). Com base nessas variáveis, os autores acima mencionados classificam as organizações como (i) criadora; (ii) de descoberta; (iii) de visão condicionada; e (iv) de visão não dirigida.
Em todas elas, a informação obtida deve ser interpretada por um pequeno grupo de pessoas no topo da hierarquia organizacional (cúpula administrativa), responsável por traduzir as informações em conhecimento e, a partir de aí formular escolhas e diretrizes que devem ser seguidas pelos demais membros da organização.
A classificação das organizações como sistemas de interpretação enfoca a importância de se conferir significado às informações obtidas do meio externo por meio da interpretação para, então, se formular diretrizes e planejamentos a serem seguidos por toda a organização. Trata-se de um processo racional e lógico de se chegar a uma ação planejada, consciente e estruturada
Ocorre que, a realidade vivenciada pelas organizações tem demonstrado que nem sempre, as diretrizes traçadas podem ser cumpridas de maneira rigoroso e linear, sem qualquer desvio. Nesse sentido, Hatch (2002), Weick (2002), Gustafsson, Linahlb (2016) e Weick, Westley (2004) propõem a adoção da improvisação como um fenômeno organizacional e a superação da metáfora do gestor como maestro, ou seja, de que as decisões organizacionais são necessariamente tomadas por um grupo que guia os demais.
Partindo da metáfora do jazz - estilo musical onde a improvisação é uma forma de arte e pode levar ao desempenho máximo (groove) -, Hatch (2002), Weick (2002) e Weick, Westley (2004) discorrem acerca de sua adequação a situações que demandam criatividade e flexibilidade, destacando a improvisação como um benefício ao desempenho da organização que busca inovação e renovação contínuas.
Hatch (2002), ainda destaca que pela metáfora do jazz, pode-se imaginar a organização como uma atividade em que se entra, se participa e se vive, na qual a incorporação do inesperado é essencial para determinação de novas finalidades e metas organizacionais.
Segundo Weick (2002) e Weick, Westley (2004), não obstante a improvisação possa gerar erros, estes devem ser tratados como uma oportunidade de aprendizado, valorizando-se a estética da imperfeição com vistas a aumentar as oportunidades de inovação contínua por meio da improvisação bem-sucedida. Para o autor, tratar o erro como uma inevitável propriedade da improvisação confere às pessoas mais segurança e disposição para assumir os riscos a ela associados.
Para Gustafsson, Linahlb (2016), as pessoas improvisam acreditando que estão fazendo algo melhor ou de uma forma melhor do que aquela prevista no plano, ou seja,
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