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As organizaçoes

Por:   •  9/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  776 Palavras (4 Páginas)  •  218 Visualizações

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Introdução As organizações são sem dúvida um “espelho” da sociedade que as rodeia, sofrendo pressões constantes para se adaptarem num ritmo por vezes vertiginoso. Para isso, procuram criar novas estruturas e mecanismos que lhes permitam sobreviver e ter sucesso por mais tempo. Tendo por princípio que as empresas são as pessoas e são as pessoas que fazem a empresa os gestores de Recursos Humanos têm de se munir cada vez mais de instrumentos que lhes permitam contribuir para essa adaptação. Por outro lado, as sociedades exigem, nos dias de hoje, uma maior atenção às questões sociais – responsabilidade social – fazendo com que as empresas deixem de ter apenas o objectivo do máximo lucro possível. Nos dias de hoje, gerir pessoas, nomeadamente, as suas motivações e necessidades e responder perante uma sociedade moral e legalmente cada vez mais exigente, é uma questão também essencial para o êxito de uma organização. Deste cenário de pressão da sociedade no que toca a questões de responsabilidade social das organizações surge uma relação de conflito entre os objectivos económicos (o maior lucro possível) e os objectivos sociais da organização (responder às questões de responsabilidade social que a sociedade lhe impõe e responder às necessidades dos seus trabalhadores), além da pressão social em termos de imagem externa da organização, a crescente complexidade de relações dentro e fora da organização leva a que esta opte por uma auto-regulação que lhe permita sobreviver mais tempo e com maior sucesso. Allison (1996, cit in Nunes, 2004) afirma que o sucesso da regulação interna depende da competência, responsabilidade e dos elevados padrões éticos que os seus gestores devem apresentar, regulação essa que normalmente se traduz em códigos de ética e de conduta. Os gestores de Recursos Humanos são considerados os principais gestores da ética organizacional, pelo facto das organizações, no geral, considerarem-nos os gestores dos comportamentos, das necessidades, dos direitos e das obrigações dos trabalhadores. Uma forma apontada por Greenwood (2002) para se conseguir definir “posições” éticas na área da gestão de Recursos Humanos passa por fazer assunções sobre os propósitos das organizações, os papéis e responsabilidades dos gestores e interrogar sobre quais os direitos e quais as obrigações dos trabalhadores. Assim, podemos considerar que será importante que haja, entre os profissionais de Recursos Humanos, uma reflexão sobre a sua conduta ética e sobre os dilemas que enfrentam diariamente, ou seja, no que concerne a questões de responsabilidade social, de ética e de moralidade dentro da organização, quais os seus papéis e responsabilidades. Assim, no âmbito do Mestrado em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, o presente estudo empírico procurou questionar os profissionais de Recursos Humanos sobre os dilemas éticos que enfrentam diariamente e quais os valores que norteiam a sua conduta e as suas decisões face a esses dilemas éticos. IPS - ESCE Os Dilemas Éticos dos Profissionais de Recursos Humanos 2 Neste estudo procuramos, ainda, caracterizar os percursos dos profissionais de Recursos Humanos, discutir as características e o papel dos códigos de ética e deontológicos na vida organizacional, identificar os instrumentos de disseminação dos comportamentos éticos, identificar os principais tipos de conflitos com que os profissionais de Recursos Humanos se deparam, discutir o papel da função Recursos Humanos e dos seus profissionais; identificar os principais dilemas éticos com que se confrontam os profissionais de Recursos Humanos e, por último, discutir o modo como os profissionais de Recursos Humanos gerem os dilemas éticos com que se confrontam. No que diz respeito à metodologia utilizada esta é de natureza qualitativa. Além da revisão da literatura, recorreu-se a entrevistas semi-directivas a seis profissionais de Recursos Humanos inseridos em diferentes contextos organizacionais e com diversos percursos académicos e profissionais, tendo-se efectuado uma análise de conteúdo dessas entrevistas. Relativamente à estrutura, este trabalho divide-se em três capítulos. No primeiro apresentase uma revisão da literatura na qual fazemos uma discussão sobre o conceito de ética, fazendo referência aos códigos de ética e aos códigos deontológicos. Procuramos no primeiro capítulo tratar os diferentes papéis dos profissionais de Recursos Humanos no sentido de averiguar a relação entre a gestão de Recursos Humanos e a ética e explorar a natureza dos dilemas éticos daqueles profissionais. Os valores que norteiam as condutas dos profissionais de Recursos Humanos são também desenvolvidos neste capítulo. O segundo capítulo trata da metodologia que suporta este estudo e os objectivos do mesmo. O terceiro capítulo consiste na análise e discussão dos resultados empíricos através da análise das entrevistas à luz dos pressupostos teóricos apresentados na revisão da literatura e outros considerados importantes para analisar os discursos dos entrevistados. Por fim fazemos algumas considerações finais com as principais conclusões, as limitações do estudo e algumas sugestões para estudos futuros. I

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