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Caso “A Escolha de Sofia”

Por:   •  14/8/2021  •  Resenha  •  393 Palavras (2 Páginas)  •  224 Visualizações

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O famoso romance “A Escolha de Sofia”, de William Styron, conta que durante a Segunda Guerra Mundial, a jovem e bela Sofia Zawistowska, católica, filha de um professor de direito e mãe de dois filhos, teve o marido e o pai mortos na Polônia invadida por tropas alemãs. Depois de ser flagrada traficando carne, foi mandada para o campo de concentração de Auschwitz com os dois filhos.

Ocorre que, durante o processo de triagem a que estavam submetidos, um oficial alemão se encantou com a sua beleza. À época, a triagem nos campos de concentração obedecia a três critérios básicos: a) os aptos para o trabalho eram encaminhados para os barracões, destinados à sobrevivência incerta; b) os adequados para pesquisas médicas, a exemplo das crianças gêmeas, eram separados dos demais e submetidos a experiências atrozes; c) os mais velhos, doentes ou muito debilitados, iam para as “duchas” (câmaras de gás).

Depois de perguntar-lhe se era comunista ou judia, e após ouvir duas negativas, disse-lhe que a achava bonita e queria dormir com ela. Em compensação, fez-lhe uma proposta atordoante: se Sofia quisesse salvar a vida de uma das crianças, tinha que escolher qual delas não sobreviveria.

Dilacerada diante de tão hediondo dilema, Sofia afirmou repetida vezes que não podia escolher. Até o momento em que o oficial, exasperado, mandou arrancar as duas crianças de seus braços. Em prantos e num grito de desespero, Sofia escolheu Eva de oito anos. Seu filho Jan e ela foram poupados.

A teoria da ética da convicção indaga: as ações condizem com as obrigações? A teoria parte do pressuposto que a obediência tem caráter universalista ou interessam a todos os seres humanos. Legitima as decisões e as ações que se mantenham fiéis às convicções, seguem à risca os procedimentos requeridos e se alinham com determinações consensuais.

A teoria da responsabilidade indaga: quais as consequências presumíveis dos atos? Opera com base em um cálculo racional: avalia os riscos, os custos e os benefícios envolvidos para atingir fins universalistas, ou objetivos consensuais que também interessam a todos os seres humanos. São legítimos os resultados que são objetivamente positivos, caso contrário, os agentes respondem pelos imprevistos e insucessos, suportando as sanções da coletividade.

Nas duas éticas fazem-se escolhas, porque em ambas a adesão a um curso de ação que depende da “concepção de mundo” de cada um de nós ou de nossa “consciência da necessidade”.

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