Compromisso da Alta Direção Com o SGQ
Por: Jurandir Santos Elisangela • 18/5/2016 • Trabalho acadêmico • 1.756 Palavras (8 Páginas) • 280 Visualizações
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL SENAC rs[pic 1]
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
JURANDIR GUARACI DOS SANTOS FILHO
Curso: Técnico em Qualidade
Componente Curricular: Módulo 3 – Sistema de Gestão da Qualidade
Professor (a): Simone Telles
Atividade Avaliativa 6
POLO: SENAC MONTENEGRO RS
LOCAL E DATA: MONTENEGRO, 02 DE ABRIL 2016
Como conduzir grandes grupos para um objetivo em comum, e que seja encarado como um propósito? Será que por meio de uma assinatura, telefonema, filmagem ou cartão de boas vindas, nós conseguiremos convencer nossas equipes de que determinadas ações são importantes e “devem” ser seguidas? Ou precisaremos viajar no tempo, para aprender com os grandes estrategistas da área militar, como por exemplo, Alexandre, O grande, que tinha como praxe, liderar seus exércitos na linha de frente, ao lado de seus liderados, conquistando a confiança e admiração de sua tropa? O certo é que apenas parecer não basta. Precisamos convencer.
Todo e qualquer projeto, assim como uma batalha, precisa antes de tudo o engajamento das pessoas envolvidas. Se deixarmos margem para a dúvida, a insegurança e a indiferença pelas metas, o descrédito do líder e a displicência da equipe é apenas é uma questão de tempo. O que queremos dizer com isso é que todo o agente executor procura um exemplo a ser seguido, alguém em quem se espelhar, e que lhe passe a segurança necessária para enfrentar as adversidades da tarefa.
Nesse sentido, nada mais producente que em uma empreitada da magnitude que é a normalização e a posterior normatização dos processos industriais, seja requerido dos líderes dessas organizações, uma postura que demostre o engajamento e confiança para com o objetivo do projeto. Mas que líderes são estes? De que nível da hierarquia funcional seria mais prudente a projeção das diretrizes para o compromisso e participação do grande grupo? Para estes questionamentos, apenas uma afirmação: o exemplo deve vir do topo.
A norma ISO9001 – Requisitos para normalização do Sistema da Qualidade, no item 5 – Responsabilidade da direção, delega para a alta direção, o papel de fomentar em todos os níveis da organização, o compromisso com a qualidade e a melhoria do nível de serviço perante o cliente. O topo da pirâmide, nesse caso a alta direção, “deve” pulverizar para seus subordinados mensagens de otimismo, foco e propósito, sempre acompanhadas de ações concreta, no chão de fábrica. Comandar de dentro de salas envidraçadas, de clima ameno, sentado em cadeiras estofadas, verdadeiros bankers – é um passo para o não alcance da excelência de gestão.
Vemos Políticas da Qualidade assinadas por diretores que mal conhecem o Sistema de Gestão de suas empresas. Lembro-me de um caso típico, onde o gerente geral me solicitou apoio para a elaboração de um passo a passo com os possíveis questionamentos que o auditor externo poderia fazer. O anormal nesse caso é que esse contrato já era certificado há 5 anos. E o gerente já estava lá há 10 anos.
Uma evidência clara de que as pessoas que executam as tarefas não estão recebendo o suporte necessário para a manutenção e melhoria do SGQ são as não conformidade recorrentes. Um julgamento errôneo é achar que basta a alta direção injetar ativo financeiro para a área da qualidade, que o compromisso da Direção já está evidenciado. O item 5.6 da norma IS9001, diz que a ata direção deve analisar criticamente o sistema de gestão, não é? Hora, se a análise fosse realizada a contento, provavelmente ações mitigadoras já teriam sido implantadas e as causas raiz já teriam sido trabalhadas e neutralizadas.
Engana-se quem acredita que organizar é uma tarefa simples. Particularmente não me agrada ficar separando, contando, ordenando e descartando o que já deveria ter sido feito no início da atividade. Além de estressante, a tarefa de colocar o trem nos trilhos é custosa, pois requer desperdícios principalmente de mão de obra e tempo, duas variáveis do sistema lean manufacturing que em termos financeiros, quanto maiores, menor a eficiência do negócio. Quando a Alta Direção mantem-se próxima do processo, o restante da equipe entende que aquela etapa do processo é relevante, pois o mais ato nível da empresa demanda seu tempo para acompanha-lo.
Uma realidade para as empresas que buscam a certificação ISO9001 é a capacidade de evidenciar as ações, ou seja, apresentar evidências do que foi, está e será feito. Mas em se tratando de comprometimento da Alta Direção com o bom andamento do sistema de gestão da qualidade, como a empresa poderia evidenciar o atendimento ao requisito 5.1 da norma ABNT NBR ISO9001:2008? Um bom começo é as pessoas que representam os cargos mais altos e representativos da empresa, expressarem formalmente esse compromisso, durante um treinamento ou palestra que entre outras coisas, apresentará a toda a empresa o novo projeto que se iniciará.
E por falar em evento formal, é de importância incondicional a realização de um evento de abertura, momento em que a Alta Direção, também apresentará o Representante da Direção - RD, pessoa que ficará responsável por monitorar, avaliar, propor correções e melhorias nos processos, garantindo o sucesso do Sistema de Gestão da Qualidade. Quando a Alta Direção tem o cuidado em atender ao requisito 5.5.2 da ISSO 9001:2008, automaticamente ela já está gerando outra evidencia de seu comprometimento em manter o foco no cliente e a melhoria do sistema de gestão. Mas apenas designar um RD, e não dar o suporte adequado não é o correto. Costumeiramente o RD recebe inúmeros inputs negativos por parte do Comitê da Qualidade, na grande maioria decorrentes das posturas reativas das equipes operacionais, frente aos novos padrões. E quando o RD não vê resultado com o diálogo, é a Alta Direção quem deverá intervir, advertir e punir quando necessário, colocando ordem na casa.
Descrever uma Política da Qualidade em parceria com a Alta Direção, assinada pelo Diretor, ou outra figura de representatividade superior na organização, empresa ou negócio, também demonstra o carinho e engajamento da liderança com os assuntos da qualidade. Essa Política da Qualidade deve ser o retrato fiel de como a empresa quer gerir o empreendimento, com vistas à excelência da gestão da qualidade. Mas atenção. Durante a vivência no meio, posso garantir que uma política da qualidade é um documento vivo, que precisa ser trabalhado periodicamente, para não ser apenas mais um documento que elaboramos para “ISO” e não para “USO”.
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