Dos Movimentos do Início do Século XX
Por: xxmorri • 15/1/2017 • Projeto de pesquisa • 1.576 Palavras (7 Páginas) • 567 Visualizações
1.Dos movimentos do início do século XX[...]
No pré-primeira guerra, na Holanda, surge De Stijl, movimento artístico que se desenvolveu a partir de influências do cubismo e de movimentos matemáticos, tendo em Theo Van Doesburg, Piet Mondrian e Gerrit Rietveld alguns de seus principais representantes, estes pregavam em seus manifestos o equilíbrio entre o individual e o universal, a libertação da arte das amarras da arte tradicional, de sua figuração, e de seu culto a individualidade, e a busca por essa universalidade se traduz no uso de formas simples, linhas horizontais e verticais, cores primárias, azul, amarelo e vermelho, sem nenhuma figuração da natureza, dessa forma não delimitando a arte a nenhum indivíduo ou cultura. Assimetria em equilíbrio também é um conceito
3. O Modernismo veio com o ideal revolucionário, baseando-se na ideia de que o século XX era o resplandecer de um novo tempo e a formas tradicionais das artes estavam obsoletas, sendo assim, fazia-se fundamental deixá-las de lado e que houvesse a criação de uma nova cultura a partir do zero para se adequar ao momento histórico que se vivia. Como evento impulsionador de ideologias para a criação do movimento, a Revolução Industrial tem um papel determinante para o desenvolvimento do pensamento e das teorias modernistas.
A transição para uma sociedade industrial teve ampla influência na forma de habitar, trabalhar e, consequentemente, na forma de urbanizar as cidades. Partindo da premissa que cidade é cultura, ou seja, puro reflexo das ações humanas, mudanças das sociedades e da forma como se organizam, a criação das grandes indústrias e a migração dos camponeses para trabalhar nos grandes centros, acarretou um súbito aumento populacional nas cidades europeias entre o final século XVIIII e durante todo o século XIX. Esse evento teve um impacto significativo na configuração das cidades europeias, trazendo consigo o surgimento de problemas antes nunca enfrentados relacionados à salubridade, habitação e qualidade de vida que foram somados aos danos causados pelas Grandes Guerras.
Tendo em vista tais situações, arquitetos, urbanistas, estudiosos e entusiastas do início do século XX deram diferentes soluções para mitigá-las. Nessa necessidade de organizar e pensar numa cidade moderna que atendesse às demandas da nova forma de sociedade que estava por surgir. Então, no ano de 1928, arquitetos e urbanistas se viram na necessidade de criar um espaço de debates para resolver questões referentes à relação cidade sociedade, assim foi fundado o CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna). Este fato marca o período “acadêmico” do Movimento Moderno - vale ressaltar que o Movimento Moderno era contra as formas tradicionais de ensino acadêmico da arquitetura, o termo “acadêmico se refere às publicações geradas a partir das discussões e conclusões dos participantes que sucede o período das vanguardas. A principal entusiasta de tal encontro foi Hélène de Mandrot, mulher que aspirava o papel de mecenas da Arquitetura Moderna e porventura a primeira reunião do CIAM ocorreu em seu castelo em La Sarraz, na Suíça, onde Le Corbusier expôs o objetivo principal desta reunião: “...dar à arquitetura um sentido real, social e econômico...e estabelecer limites dos seus estudos.”. A organização de um evento assim reforça a ideia que o Movimento Moderno não era apenas um movimento-artístico cultural, era uma causa para melhorar o mundo segundo ideais sociais democráticos e socialistas.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) e muitas cidades arrasadas pelos combates, arquitetos e urbanistas teriam a chance de finalmente “mudar o mundo” dada a necessidade de se reconstruir as grandes cidades europeias e por em prática toda a ideologia tanto debatida e disseminada pelo movimento Moderno.
Durante 30 anos houveram dez edições do CIAM com diferentes temas, mas foi na quarta edição, em 1933, com o tema: A Cidade Funcional, que o escopo do tema foi mais abrangentemente urbanístico, baseado na análise de 33 cidades, os resultados deste CIAM somados ao exemplo da Ville Radieuse, foram publicados posteriormente por Le Corbusier em um documento chamado “A Carta de Atenas” que se tornaria o mais famoso documento sobre teoria e metodologia de planejamento, onde aborda conceitos e diretrizes para o estabelecer do urbanismo moderno.
A Carta de Atenas reforça o pensamento funcionalista da cidade e dos espaços. Determinava que a assim como nas empresas, cada setor deveria ter uma função específica, ou seja, na cidade propôs um zoneamento para cada função, que seriam: habitar, trabalhar, recrear e circular. Propôs um planejamento do solo , dando prioridade às áreas habitacionais onde em sua fase de concepção deveria ser levado em conta um limite de densidade para evitar problemas futuros e promover uma maior qualidade de vida aos habitantes assim como abrir espaço para áreas verdes. Focava primordialmente no âmbito da salubridade, devido aos surtos de doenças ocorridas na Europa, principalmente em distritos industriais da recém-industrial Inglaterra, causadas pela alta densidade de pessoas morando em cubículos fechados sem ventilação ou com iluminação natural mínima, um atento à própria arquitetura de Le Corbusier que sempre procurava criar ambientes muito bem iluminados, ventilados e cercados de natureza, dizia que as zonas habitacionais deveriam ser afastadas das grandes vias de transporte para evitar o contato com poeira, gases tóxicos e ruídos expelidos pelos automóveis. Defendia também a ideia de que as indústrias deveriam se concentrar em vias lineares de modo que os setores habitacional e industrial sejam separados também por zonas verdes. Para o lazer, deveriam ser asseguradas áreas verdes nas periferias das cidades com fácil acesso e que ofereçam atividades diversas e saudáveis para o entretenimento da população. As áreas verdes remanescentes deveriam ser utilizadas para o embelezamento, e também para abrigar instalações de bem coletivo. Já na circulação, as vias seriam classificadas segundo o seu uso ou natureza e velocidade média, sendo assim categorizadas
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