ENTREVISTA DE HISTÓRIA ORAL – DITADURA CIVIL-MILITAR

ENTREVISTA DE HISTÓRIA ORAL – DITADURA CIVIL-MILITAR

Maria Ferreira, atualmente vivendo em São Paulo, nascida em 12 de setembro de 1954, na cidade da Acopiara, CE, dona do lar.

“A decisão não foi minha, foi de meu marido, que buscava para nós uma melhor condição de vida”, comenta a entrevistada sobre a decisão de vir morar na cidade de São Paulo.

“Foi uma viagem normal do Ceará até São Paulo”, diz a entrevistada sobre o processo de chegada. “Nós viemos de ônibus até a cidade, pois, na época, só andava de avião quem tinha condições para isso”.

“As pessoas que vinham de outros lugares eram tratadas como qualquer outra pessoa: com o devido respeito. Infelizmente não é mais assim hoje em dia”, diz sobre o tratamento com migrantes.

“Eu não cheguei a ver nem a ouvir falar sobre essa tal ditadura. Na época, onde eu morava, não tinha nem rádio”, comenta sobre a ditadura. “Eu não vivi isso, tive uma infância normal, da forma que podia ter tido”, acrescenta.

“Não. Mas deve ter sido horrível, porque coisa ruim é o que não falta neste mundo”, responde ao ser perguntada sobre como acha que foi a ditadura.

“Dou graças a Deus por não ter vivido essa imundice”, diz sobre como se sente por não ter vivido a ditadura. “É uma pena para quem viveu. Morte deve ser algo que não faltava”, acrescenta.

Ao ser perguntada sobre sua opinião para a questão “Você acha que é possível ter uma nova ditadura no Brasil?” responde: “Eu só sei que, no mundo em que a gente vive, nada é impossível, principalmente aquilo que é ruim”.

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