Escola Clássica de Administração
Por: Maria Eduarda Ferreira • 4/3/2021 • Dissertação • 2.003 Palavras (9 Páginas) • 423 Visualizações
Escola Clássica de Administração e o Movimento da Administração Científica.[pic 1][pic 2]
Considerações iniciais
Segundo a Escola Clássica de Administração, focando sua análise no aperfeiçoamento das regras e estruturas internas da organização, com estruturas adequadas e otimização da produção, todos os outros problemas se resolvem, incluindo os que envolvem o comportamento humano.
*Acreditava-se que o aperfeiçoamento dos sistemas garantiria por si só os resultados desejados (Eliot).[pic 3]
Grandes figuras da Escola Clássica
Taylor foi um dos pioneiros com a publicação do livro Princípios da Administração Científica (1911). Desde quando se tornou mecânico-chefe, ele passou a se ocupar cada vez mais com experiências destinadas ao aumento da eficiência (mais resultados com menos recursos) no trabalho. Taylor acreditava na experiência e indução ao método dedutivo.
Seguido por Fayol, com seu livro Administração Geral e industrial (1916) sendo publicado. Ele tinha uma preferência pela análise lógico-dedutiva, tendo um estilo esquemático e bem-estruturado, inclusive ele quem criou as funções básicas do administrador (PODC).
Frank e Llilian Gilbreth, que são os contemporâneos de Taylor e Fayol escreveram bastante sobre a aplicação da Administração científica em sua empresa de construção civil, assim como Spriegel and Myers são trabalhos que cuidaram principalmente dos de tempo e movimentos, tendo sua particularidade na tentativa de Lilian aplicar a psicologia à administração em uma época que poucas pessoas se preocupavam com isso.
Henry Gantt, analisando de perto os trabalhos de Taylor, teve uma melhor compreensão da natureza psicológica do trabalhador e com isso, tornou-se mais liberal ao tratar de problemas de produção e usou a psicologia também para aumentar a produtividade. Ele reconheceu a eficiência que incentivos não monetários e a partir disso, deu importância para a moral do trabalhador. Levou seu método para várias fábricas e aplicou a racionalização em diversos campos das empresas (produção, vendas, finanças...).
Ideias centrais do Movimento
Homos Economicus
O homem é um ser eminentemente racional, capaz de compreender todas as consequências de seus atos, por essa razão ele pode escolher sempre a melhor alternativa e maximizar os resultados de sua decisão.
Para os autores clássicos da administração, o comportamento do ser humano não criava uma problema em si, os problemas eram vistos como defeitos na estrutura da organização ou de problemas na sua implementação.
Incentivos financeiros adequados, vigilância e treinamento eram ações consideradas suficientes para garantir boa produtividade. Se houvesse queda de produtividade, o elemento humano não era considerado. O importante era aperfeiçoar as regras e estruturas e a partir disso, os problemas seriam resolvidos.
Buscavam-se nas estruturas organizacionais as causas dos erros.
As bases econômicas e filosóficas desse conceito surgiram a partir de obras como:
A figura do Homo Economicus foi muito usada pelos economistas na própria base da lei de Oferta e Procura.
“A Riqueza das Nações” (1776) de Adam Smith trouxe uma perspectiva de filosofia, uma mais individualista, o liberalismo clássico que conquistou a sociedade inglesa da época.
A ética paternalista cristã, típica do período medieval, condenava o desejo de acumular riquezas, negando as bases do capitalismo.
Em “Leviatã” (1651), de Hobbes, o ser humano é basicamente egoísta, buscando a satisfação de seus próprios desejos. Essa análise, entretanto, foi utilizada para justificar o Estado Autoritário, onde havia a necessidade de um poder central que protegesse o homem do egoísmo de outros homens, do contrário, a humanidade não duraria.
Adam Smith: com interesse de maximizar seus ganhos individuais, os agentes econômicos – produtores, consumidores e trabalhadores – procuram as alternativas mais racionais de ganho em um mercado competitivo. O mercado, livre de restrições, permitiria o livre jogo da oferta e da procura, agindo como uma “mão invisível”.[pic 4]
Todo homem é egoísta, frio, calculista, inerte e atomista, embasando assim o credo da ideologia do liberalismo clássico.
Jeremy Betham desenvolveu o utilitarismo, onde propõe uma visão hedonista (o prazer supremo) do ser humano, onde o mesmo busca o prazer e rejeita a dor, segundo ele, esses seriam seus únicos impulsos. Sendo assim, os homens agiriam calculadamente, de forma egoísta, com o objetivo de aumentar seu prazer e seus ganhos e evitar a dor e o trabalho.
Para Locke, o trabalho seria a origem do direito à propriedade. Ele considera a propriedade da sua força de trabalho um direito natural básico, sendo este direito anterior à vida na sociedade civil em comunidade.
Max Weber mostra também a influência que a ética protestante do trabalho tem sobre a consolidação do capitalismo. A partir da Reforma, levando em conta as proposições de Lutero, acabou favorecendo a acumulação individual do capital e a propriedade privada, consolidando assim o capitalismo.
Resumo do Homos Economicus.
Ser humano considerado previsível e controlável, egoísta e utilitarista em seus propósitos.
Ser humano visto como otimizando suas ações após pesar todas as alternativas possíveis.
Racionalidade absoluta.
Incentivos monetários.
A produção
Na administração científica, a função primordial do administrador é determinar a única maneira certa de executar o trabalho. Para Taylor, existe uma maneira certa que maximiza a eficiência do trabalho. É preciso estudar os movimentos necessários à sua execução de modo a simplificá-los e reduzi-los ao mínimo. Além disso, é necessário encontrar quem a realize, partindo do pressuposto de Taylor que existem pessoas ideais para cada tipo de trabalho, servindo como base o “o homem de primeira classe” para o estudo de tempos e movimentos. Essas leis além de serem simplistas, resumem a fadiga a processo exclusivamente fisiológico e não psicofisiológico.
Os engenheiros estabelecem movimentos e tempos-padrão, e aos operários caberá apenas executar o trabalho da forma prescrita e sem discussão.
A importância do administrador aumenta sobremaneira na teoria de Taylor, uma vez que ele precisa planejar a execução de cada movimento.
Ideias centrais do movimento
O Incentivo Monetário
A Escola Clássica sugeria a seleção, o treinamento, o controle por supervisão e o estabelecimento de um sistema de incentivos. O treinamento seria muito simples. O supervisor deveria seguir, detalhadamente, o trabalho dos subordinados em todas as suas fases, pois se admitia haver uma única forma de realizá-lo.
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