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Estresse e qualidade de vida

Por:   •  26/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.513 Palavras (11 Páginas)  •  242 Visualizações

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ESTRESSE DO ENFERMEIRO EM UNIDADE DE EMERGÊNCIA

Karla de Melo Batista1

Estela Regina Ferraz Bianchi2

Batista KM, Bianchi ERF. Estresse do enfermeiro em unidade de emergência. Ver Latino-am Enfermagem 2006 julho-agosto; 14(4): 534-9.

Estresse tem presença marcante na atuação do enfermeiro. O presente artigo aborda um estudo exploratório realizado junto aos enfermeiros de unidade de emergência de instituição hospitalar, com o objetivo de determinar o nível de estresse desses profissionais. A amostra foi constituída por 73 enfermeiros de unidade de emergência, inseridos em instituições públicas e particulares do município de São Paulo. O questionário, com itens abordando a atuação específica do enfermeiro nessa unidade, foi utilizado na coleta de dados. Os resultados indicaram que os enfermeiros de unidade de emergência apresentam médio nível de estresse, e que as áreas E - Condições de trabalho para o desempenho das atividades de enfermeiro, e F – Atividades relacionadas à administração de pessoal, foram consideradas as mais estressantes para os indivíduos pesquisados. Constata-se que, para o enfermeiro de emergência, apesar de sua pronta e efetiva atuação frente à instabilidade da situação do paciente, as condições externas a essa situação são mais estressantes.

Cabe às instituições analisarem esses requisitos para possibilitar a diminuição do estresse vivido pelos enfermeiros.

DESCRITORES: estresse; enfermagem em emergência; serviço hospitalar de emergência.

INTRODUÇÃO

Cada vez mais é crescente a preocupação referente ao assunto estresse. Antes, o tema vinculava-se à abordagem de autoajuda. Nas publicações literárias e atualmente, verifica-se um aumento na publicação de artigos e pesquisas científicas em relação aos métodos de como lidar com o estresse e com grande preocupação na área de enfermagem. Tal preocupação, talvez, deva-se ao fato de o estresse estar tão presente em nosso cotidiano. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde,

90% da população mundial é afetada pelo estresse, tomando aspectos de uma epidemia global (1). Há várias definições para o tema estresse. O referencial adotado  neste estudo define estresse como “qualquer evento que demande do ambiente externo ou interno e que taxe ou exceda as fontes de adaptação do indivíduo”(2), estabelecendo, assim, as bases do modelo interacionista de estresse. Nesse modelo, a pessoa realiza a avaliação primária do “estressor”, na qual ocorre a ponderação sobre o valor do evento, enquanto algo positivo (desafio), ou negativo (ameaça), e até mesmo se é algo irrelevante, o que não provoca estresse. Na avaliação secundária, para os eventos considerados como desafio e ameaça, o indivíduo avalia suas fontes de enfrentamento e as estratégias disponíveis, com a perspectiva de manter o equilíbrio dinâmico de sua saúde. Dentre os diversos enfoques de estudo do estresse, este artigo contextualiza o tema, relacionando-o ao trabalho de enfermagem.  Essa discussão iniciou-se na década de 60(3), quando a enfermagem foi apontada como uma profissão estressante. O estresse no trabalho é decorrente da inserção do indivíduo nesse contexto, pois o “trabalho, além de possibilitar crescimento, transformação, reconhecimento e independência pessoal, também causa problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação”(4). Sendo assim, o trabalho deve ser algo prazeroso, com os requisitos mínimos para a atuação e para a qualidade de vida dos indivíduos. Ser enfermeiro significa ter como agente de trabalho o homem, e, como sujeito de ação, o próprio homem. Há uma estreita ligação entre o trabalho e o

trabalhador, com a vivência direta e ininterrupta do processo de dor, morte, sofrimento, desespero, incompreensão, irritabilidade e tantos outros sentimentos e reações desencadeadas pelo processo doença. Por meio da compilação de diversos autores,

Classificaram-se e agruparam-se em categorias os estressores relacionados com a enfermagem e seu trabalho: Problemas de comunicação com a equipe;

Inerente à unidade; Assistência prestada; Interferência na vida pessoal e Atuação do

Enfermeiro (5). A carga de trabalho é o estressor mais proeminente na atividade do enfermeiro, além dos conflitos internos entre a equipe e a falta de respaldo

do profissional(6), sendo a indefinição do papel profissional um fator somatório aos estressores(7). O enfermeiro presta assistência em setores considerados desgastantes, tanto pela carga de trabalho, como pelas especificidades das tarefas, e nesse panorama, encontra-se a unidade de emergência e os enfermeiros que lá trabalham. Pode-se considerar que a maior fonte de satisfação no trabalho do enfermeiro em unidade de emergência concentra-se no fato de que as suas

intervenções auxiliam na manutenção da vida humana. Como principais estressores, pode-se determinar os seguintes itens: número reduzido de

funcionários compondo a equipe de enfermagem; falta

de respaldo institucional e profissional; carga de

trabalho; necessidade de realização de tarefas em

tempo reduzido; indefinição do papel do profissional;

descontentamento com o trabalho; falta de

experiência por parte dos supervisores; falta de

comunicação e compreensão por parte da supervisão

de serviço; relacionamento com familiares; ambiente

físico da unidade; tecnologia de equipamentos;

assistência ao paciente e relacionamento com

familiares.

O estresse no trabalho ocorre quando o

ambiente de trabalho é percebido como uma ameaça

ao indivíduo, repercutindo no plano pessoal e

profissional, surgindo demandas maiores do que a

sua capacidade de enfrentamento(8).

Busca-se, com este estudo, determinar o nível

de estresse dos enfermeiros atuantes em unidade de

emergência de instituições hospitalares.

MÉTODO

Trata-se de um estudo exploratório descritivo,

de campo, com abordagem quantitativa,

Estresse do enfermeiro em unidade...

Batista KM, Bianchi ERF.

Rev Latino-am Enfermagem 2006 julho-agosto; 14(4):534-9

www.eerp.usp.br/rlae

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caracterizando o nível de estresse do enfermeiro de

unidade de emergência de instituição hospitalar.

Amostra

A amostra foi constituída de 73 enfermeiros

de instituições públicas e privadas do município de

São Paulo, que exerciam a função em unidade de

emergência há, no mínimo, um ano. Obedeceu-se os

requisitos determinados por Comissão de Ética

envolvida e, após a aprovação, foram abordados os

enfermeiros de cada instituição. Com a finalidade de

manter o sigilo e anonimato do respondente, além

...

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