Fichamento do Livro: Pautas para outra sociabilidade
Por: Victória Alves • 22/1/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 868 Palavras (4 Páginas) • 505 Visualizações
Victória Alves Lourenço – 8º Semestre Matutino
Luís Miguel Luzio dos Santos, autor do livro “Pautas para outra sociabilidade” inicia o capítulo “Economia Política” com uma indagação: O que é uma sociedade justa? É assim que o autor introduz o filósofo norte americano John Rawls (1971), com sua tese sobre justiça e principalmente com o principio que consiste em imaginar que cada indivíduo não sabe, à partida, qual a porção de “bens primários” que lhe caberá em sorte; ele não sabe, à partida, se vai ser inteligente ou burro, se vai ter vontade de trabalhar ou se vai ser preguiçoso, se vai ser poupado ou se vai ser gastador, se vai nascer rico ou pobre, etc.. A esse desconhecimento a priori acerca da sua porção de “bens primários”, John Rawls chamou de “véu de ignorância”. Cada um desconheceria, à partida, a sua posição no pacto social, quais seriam as suas aptidões físicas e psicológicas, e até desconheceria qual será a concepção de “vida boa” (ética) que irá ser a sua. Em função desse desconhecimento a priori — o tal “véu de ignorância” — seria necessário que cada um se metesse na “pele” dos outros porque, segundo John Rawls, é possível, depois de lançados os dados da sorte, que um determinado indivíduo venha a estar na posição dos outros indivíduos.
Em seguida, o autor aprofunda o termo “meritocracia”, abordando os limites impostos por tal sistema, que considera o mérito como a base que fundamenta a hierarquia dentro da estrutura social, é o merecimento decorrente de esforço e habilidades superiores que, por meio de um processo de seleção e de disputa entre indivíduos, define a posição que cada um ocupa na sociedade. O autor discute o reavivamento do discurso meritocrático para justificar a estrutura social e principalmente as assimetrias crescentes entre indivíduos e grupos sociais. É criticado então a utilização de tal critério de forma exclusiva e arbitraria, justificando os padrões de desigualdade como aceitáveis e justos dentro da lógica do livre mercado.
Neste sentido, é discutido os pressupostos da desigualdade, como a igualdade perante a lei, e nesta argumentação, algo bem marcante nas linhas do autor é a citação de exemplos atuais que materializam o assunto abordado.
Luís aprofunda ainda mais tais temas a partir da discussão sobre o liberalismo, o comparando com a tirania, e também trazendo o dualismo entre a corrente liberal e o estruturalismo, que diferentemente da liberal, entende que as razoes da exclusão das minorias estão intimamente ligadas ao processo de construção histórica da sociedade e aos mecanismos de exploração perpetuados ao longo dos tempos.
Assim, o autor conclui o capitulo em questão, dizendo que não se pode relacionar o mercado como elemento fundados e exclusivo do capitalismo. É o mercado vinculado a metas sociais e avaliado pelo bem-estar que proporciona ao conjunto da sociedade, tornando-se como referencia a qualidade de vida dos mais fragilizados.
No segundo capítulo “Organizações e Mercado”, o autor discute principalmente a questão da democracia, que vê sua sustentação condicionada a avanços em direção à esfera econômica, por meio de modelos de gestão participativos e com distribuição equitativa de riqueza. Luís diz que só assim a sociedade irá superar o paradoxo de conviver com a democracia politica de um lado e despotismo econômico do outro.
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