Gerenciamento de projetos na construção civil e a importância do gerenciamento de escopo em projetos
Por: Vinícius de Souza Naves • 13/12/2016 • Artigo • 5.419 Palavras (22 Páginas) • 584 Visualizações
Gerenciamento de projetos na construção civil e a importância do gerenciamento de escopo em projetos
Vinicius de Souza Naves – viniciusdsn@hotmail.com
MBA Gestão de Projetos em Engenharia e Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Goiânia, GO, 21 de março de 2016
Resumo
Hoje no Brasil a gestão de projetos na construcão civil vem passando por problemas em diversos aspectos gerenciais, dentre esses problemas o mau gerenciamento do escopo se faz presente entre os princiais impasses. Esse estudo busca entender o cenário do gerenciamento de projetos, o seu planejamento, com foco no gerenciamento do escopo. Através de uma análise com fontes diretas de diversos autores e pesquisas do último Estudo Nacional de Benchmarking sobre problemas em projetos das organizações no Brasil. Conclui-se que um detalhamento do escopo se faz necessário em todos os processos, é importante definir com eficiência o escopo do cliente para atendender as expectativas das partes interessadas, a EAP deve conter todas as entregas do projeto, sem sobrar e sem faltar. Outro ponto importante é no controle de mudanças, que são muito recorrentes e podem impactar significantemente no custo, no prazo e na qualidade.
Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento do Escopo e Planejamento.
Introdução
Nos últimos anos em diversos países, inclusive no Brasil, a indústria da construção tem sido um dos setores que mais vem sofrendo alterações significativas. A globalização, a velocidade das novas tecnologias, a demanda por bens mais modernos e o consequente aumento do grau de exigência dos clientes. Isso tudo gerou um atentamento para que as organizações investissem em gestão e controle de processos, ocorrendo a valorização do gerenciamento de projetos como ferramenta chave para a concretização dos objetivos estratégicos das organizações, o que agregou valor para o negócio. Com essa valorização as instituições tem focado seus recursos fisicos e financeiros para o desenvolvimento dos seus colaboradores nessa área.
A preocupação das organizações com a capacitação em gestão de projetos, para tentar minimizar os problemas em gestão, foi o objeto de estudo aqui apresentado, que visa discutir o gerenciamento de projetos na construção civil e com isso analisar mais a fundo umas das importantes áreas de conhecimento que é o gerenciamento de escopo. O gerenciamento de projeto (GP) como um ramo da ciência da administração envolve fases que tratam da iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e fechamento. Portanto, foi descrito nesse artigo a sequência de processos para se gerenciar bem o escopo. Foi apresentado primeiramente as dez áreas de conhecimento do GP, posteriormente os processos de forma detalhada para que se alcance um bom desempenho na aplicação do escopo.
Através das análises aqui apresentadas constatou-se que dois entre os quatro maiores problemas em projetos no Brasil fazem parte da área de conhecimento do escopo, assim decrever seus processos fez-se necessário para a compreensão dessas recorrências. Como diz Silveira e Rabechini (2014:14) “Um escopo mal definido no projeto provoca uma reação em cadeia por todas as nove áreas restantes de conhecimento do PMI, as quais o gerente terá de lidar ao longo so ciclo de vida”. Assim, devemos evitar uma preocupação, se de forma metódica e disciplinar, conceber os processos de forma planejada e executada consistentimente desde o momento da concepção até o encerramento do projeto.
- Gerenciamento do Projeto
Até o início da década de 80, quase todas as empresas da construção cívil não possuíam nenhum tipo de preocupação relevante quanto a sua evolução tecnológica nesse mercado, pois eram financiadas pelo estado. As empresas não investiam em inovações e se acomodavam, sem preocupações com qualquer tipo de melhorias, além da mão de obra contratada para a execução dos serviços que era extremamente incapacitada e analfabeta, o que defasava ainda mais o mercado, que necessitava de algo muito mais especializado para sua evolução. As gestões eram tradicionais ao extremo e muito ultrapassadas o que dificultava ainda mais as inovações (MELHADO, 2001).
O gerenciamento de projetos não é uma novidade recente, excelentes produtos já foram entregues ao longo da história, mas o que difere os projetos de antigamente aos dos dias atuais é a velocidade em que as mudanças acontecem (XAVIER, 2014). A humanidade sempre esteve envolvida com o gerenciamento de projetos, algumas obras sobreviveram ao tempo. Como as piramides do Egito, Greco-Romana os castelos medievais, a muralha da China e as cidade de Machu Picchu são exemplos de projetos realizados com sucesso.
A década de setenta foi um período marcante para o Brasil, construía-se como nunca. As construtoras possuiam estruturas simples, utilizava-se pouca terceirização da mão de obra, o gerenciamento da obra era executado e planejado pelo engenheiro responsável e os empreiteiros. Os projetos ainda feitos à mão eram todos bem detalhados.
Para Lantelme, 1994, foi na década de 90 que começaram a existir a necessidade de definição dos índices e dos históricos da produtividade nessa área. Devido ao efeito da globalização e a privatização de várias empresas, o setor da construção civil sofreu ainda mais, pois a influência estatal nessa área diminuiu consideravelmente, o que provocou o aumento dos juros, às exigências no âmbito da competitividade e afetou o nível da qualidade dos serviços. Tudo isso ocorreu em função dos possíveis riscos de investimento por parte dos investidores que agora trabalhavam em parceria com o governo.
Já neste novo século a construção cívil é o ramo da indústria que possui um dos maiores crescimentos na economia mundial e brasileira. Mattos, 2010, afirma que atualmente, mais do que nunca, planejar é garantir de certa maneira a perpetuidade da empresa pela capacidade que os gerentes ganham de dar respostas rápidas e certeiras por meio do monitoramento da evolução do empreendimento e do eventual redirecionamento estratégico. Portanto, para que o projeto não assuma uma direção errada, o gerente de projetos deve ter as infomações e indicadores para que o projeto não tome um caminho diferente do desejado, sem que ocorra prejuízo em nenhuma das áreas de conhecimento.
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