Globalização: As conseqüências humanas
Por: Luiza Colombo • 4/4/2018 • Resenha • 895 Palavras (4 Páginas) • 489 Visualizações
BAUMANN, Zygmunt. Globalização: as conseqüências humanas. Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. 127p.
Zygmunt Bauman nasceu em, 19 de novembro de 1925 em Poznań, Polônia e morreu em 9 de janeiro de 2017 no Reino Unido, foi um sociólogo e filósofo polonês, professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.
O autor propõe uma teoria de “compreensão do espaço e tempo” mediante exemplos da imobilidade dos dominados e da organização espacial como ferramenta de opressão. Compreende que a globalização assenta para a produtividade elevada e o imediatismo cultural, acabando com a aprendizagem e gerando um afastamento ainda maior entre as classes alta e baixa.
O livro é dividido em cinco capítulos;
- Tempo e classe
- Guerras espaciais: informe de carreira
- Depois da Nação-estado, o quê?
- Turistas e vagabundos
- Lei global, ordens locais
Em seu primeiro capitulo, o autor fala sobre o fim das distâncias e da fronteira geográfica. Dando exemplo de que com as novas tecnologias o tempo de comunicação tornou-se instantâneo. Palavras como “perto” e “longe”, “dentro” e “fora” perdem o sentido que continham antigamente referentes à geografia, e tomaram outra dimensão: certeza e incerteza, autoconfiança e hesitação, situações problemáticas ou não.
A elite que desde sempre rompe as barreiras de localização desfruta desta nova forma de transmissão de informações para se libertarem do espaço físico. A globalização introduziu um tipo de desestruturação das comunidades locais, como pode-se observar nesse trecho: “Longe de serem viveiros de comunidades, as populações locais são mais parecidas com feixes frouxos de extremidades soltas” (BAUMAN, 1999, p. 26).
No segundo capítulo, Bauman alega que desde a origem da sociedade foram aplicados padrões de comparação de medida, limites e fronteiras, contrapondo a ideia de que o espaço social surge por conta dos sociólogos. Partindo desse argumento, o autor nos mostra que o ser humano intencionalmente procura homogeneidade na forma de fazer mapas e construir cidades com estruturas parecidas, procurando a “cidade perfeita” e que para isso precisam rejeitar a história e seus traços materiais.
Em todo esse processo de transformação formou-se uma desintegração dos “laços humanos”, padronizando as relações sociais. Estamos nos isolando cada vez mais, pois a separação faz parte das estratégias de sobrevivência nas grandes cidades.
No terceiro capítulo do livro, Bauman fala sobre a ruptura entre a economia e o Estado. Se antes as nações controlavam as riquezas, hoje há um desligamento entre Estado e economia. Além do desemprego, cita as empresas que constroem empregos em outros países e acabam prejudicando a população local. Um exemplo são as fábricas postas em países como a China, onde o custo da produção é menor e os trabalhadores não boas possuem condições de trabalho, porém os produtos são vendidos em outros países por preços muito inferiores dos das confecções locais.
Outro tópico apontado nesta obra pelo sociólogo é a falta de controle. Bauman fala sobre Kenneth Jowitt e seu livro “A Nova Desordem Mundial”, em que o autor ressalta sobre a necessidade de estar no controle, mesmo que de forma ilusória, pois no fim não sabemos quem está no controle, e não existe consenso global.
No capítulo 4, Bauman expõe sobre o movimento e a noção de que hoje nos deslocamos mesmo quando estamos fisicamente parados. Observa-se que em uma mesma sociedade de consumo o consumidor é a pessoa em fluxo condenada a se mover constantemente. Podemos nos alegrar com as novas descobertas ou morremos de medo. Ainda poderíamos ter outra opção, um porto seguro, que não existe, pois quando pensamos que o encontramos algo novo aparece, fazendo com que ele deixe de ser um porto seguro.
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