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Historia do Banestes

Por:   •  10/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  6.660 Palavras (27 Páginas)  •  1.423 Visualizações

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HISTÓRICO GERAL DA EMPRESA:

1.1 O Surgimento

O Banco do Estado do Espírito Santo nasceu como Instituto de Crédito Agrícola do Espírito Santo. João Punaro Bley, durante o seu primeiro governo como interventor de 1930 a 1935, não deu ao Estado um banco que pudesse somar ao Banco do Brasil na assistência de crédito às atividades econômicas da época, sobretudo às novas lavouras de café e à pecuária de corte e leite, consolidada como as maiores fontes de receita do Estado. Além disso, o governo estadual se ressentia da falta de um estabelecimento bancário, sob seu controle, que servisse como depositário de suas disponibilidades financeiras. Durante o governo obtido por votação indireta na Assembleia Legislativa, Bley, criou o Instituto de Crédito Agrícola do Espírito Santo, que seria o embrião do Banco de Crédito Agrícola do Espírito Santo (Ruralbank) e posteriormente se transformaria no Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes). O objetivo do Instituto era realizar operações de crédito agrícola e crédito fundiário, depósitos, descontos e cobranças, entre outros. Ou seja, o Instituto tinha objetivo e funções idênticas aos de um banco, cuja criação já estava prevista nos planos políticos daquela época. De acordo com a Lei 68, de 17 de junho de 1936, as dotações direcionadas ao Instituto de Crédito Agrícola seriam de preferência aplicadas à formação do capital de uma sociedade ou banco que fundado no Estado mantivesse uma Carteira Agrícola a juros razoáveis, destinados a promover o desenvolvimento rural e das culturas, auxiliar o custeio das safras e proporcionar convenientes recursos à produção.

1.2. O Banco de Crédito Agrícola

1.2.1. Minuta de Contrato

Dois anos após a sua criação (em abril de 1937), o Instituto de Crédito Agrícola se transforma em Banco de Crédito Agrícola do Estado do Espírito Santo (Ruralbank).

No mesmo ato, o então interventor no Estado, João Punaro Bley, decretou a extinção do Instituto de Crédito Agrícola do Espírito Santo. A nova Instituição foi autorizada a funcionar pela Diretoria de Rendas Internas do Ministério da Fazenda e iniciou, de fato, as suas operações em 15 de outubro de 1937. O Governo do Estado colocou-se como o maior acionista do Banco, de um total de 93 membros, com 49.249 ações. A primeira diretoria era formada por Mário Aristides Freire, como diretor financeiro, e Jones dos Santos Neves, na diretoria da carteira comercial. A carteira comercial começou a funcionar logo após a inauguração do Banco, procurando contemplar, prioritariamente, o comércio e a indústria. Quanto às aplicações, elas eram realizadas por meio de cadastro eficiente e criteriosa seleção de seus clientes. O pioneiro Mário Aristides Freire permaneceu no cargo de presidente do Banco entre 1937 e 1946. Durante uma interrupção de seu mandato, de fevereiro a dezembro de 1944, a função foi exercida por Ivan de Oliveira. O então gerente da agência central, José Ferrari Valls, também teve papel de destaque nos primeiros anos do Banco. Empregado da Instituição, o gaúcho de Uruguaiana chegou a exercer, interinamente (de fevereiro a abril de 1947), a presidência do Banco. O Sr. Valls recebeu homenagem por sua contribuição à história da Instituição, tendo o auditório do Edifício Ruralbank, batizado com o seu nome.

1.2.2. Sem Cadastro Agrícola

O primeiro relatório do Banco de Crédito Agrícola, lançado em fevereiro de 1938, mostra em que condições a Instituição foi estabelecida. Criou-se um banco sem que se soubessem detalhes do seu público específico. Para remediar a situação, buscou-se socorro no Ministério da Agricultura. Apesar da falta de cadastro, de recursos e de planejamento, já se pensava em abrir as agências de Cachoeiro de Itapemirim e Colatina. Quanto ao cadastro, somente em 1962 a carteira agrícola foi realmente criada e completamente estruturada, abrangendo também a parte industrial da economia capixaba. Pedro Merçon Vieira foi o precursor da carteira de crédito agrícola e seu primeiro diretor. Em 1964, a carteira começou efetivamente a funcionar. O Banco iniciou seus negócios em condições adversas. Mesmo utilizando a denominação de Banco Agrícola, a Instituição operava principalmente no desconto de duplicatas do comércio e da indústria ou em empréstimos por meio de notas promissórias, inclusive para agricultores.

2. Década de 1930

Foi no dia 16 de outubro de 1937 que aconteceu o primeiro saque do Banco. Um cheque no valor de 875 contos de réis, nominal a Theodor Wile e Companhia Ltda. Naquela época, o Banco possuía sete tipos diferentes de contas: depósitos populares, contas com limite, contas sem limite, garantidas, com juros, sem juros e aviso prévio. Curioso é que todos os cheques eram selados, uma exigência do governo federal. O selo funcionava como imposto.

Mesmo com as dificuldades iniciais, a diretoria começou a vislumbrar a aquisição de uma sede própria, ainda no ano de 1937. Como ponto de partida para o empreendimento, o Governo do Estado concedeu, no ano seguinte, 150 contos de réis para a compra da área onde seria construída a sede do Banco.

2.1. Primeiro aniversário

No desenrolar do processo, surgiu a proposta da Prefeitura de Vitória para que o Banco adquirisse dois imóveis. O terreno estava localizado de frente para o mar e esquina com o Beco do Douto.

3. Década de 1940

A primeira virada de década e o início dos anos quarenta não foram fáceis para o Banco de Crédito Agrícola. "Esse período anormal, de sérios embaraços e de profunda depressão comercial, serviu, porém, para patentear a todos os incalculáveis benefícios que um Banco regional, nos moldes do nosso, pôde conferir, seja assistindo à lavoura, assolada pela seca, seja socorrendo o comercio, desamparado, nesses momentos, pela natural retração do crédito, de auxílios mais prestadios", defendeu-se o presidente do Banco em seu relato.

Em 1940, o cenário não muda: guerra, seca e estagnação. "Como decorrência natural da prolongada estiagem, que, em 1939, crestou severamente a produção agrícola do Estado e da profunda repercussão, que, para o nosso comércio exterior, trouxe o alucinante conflito europeu, teria que ser particularmente difícil, para os negócios em geral, o ano de 1940", publicou a diretoria do Banco em 1941 no seu relato anual das atividades do Exercício anterior.

3.1. Sede própria

Nem só de estagnação viveu o Banco no início da década de 1940. Finalmente,

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