LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

ENGENHARIA CIVIL

GABRIELE DE CARVALHO

lARISSA LIESCH

wILLIAM DIETER FRANK

LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

BLUMENAU

2019

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Miranda (2012), o líder é uma peça fundamental no cenário organizacional, pois é ele quem possui a habilidade de influenciar e direcionar pessoas. Portanto, a escolha do líder precisa ser cuidadosa. É necessário que se busquem pessoas capacitadas, que em meio ao surgimento de novas organizações, tecnologias e a grande concorrência, irá conduzir a empresa da melhor forma, atingindo os objetivos esperados.

Antigamente o líder tinha um perfil mais autoritário e se posicionava sempre a frente de sua equipe, mas com o tempo isso tem mudado. Hoje em dia o líder se coloca ao lado de sua equipe, apoiando e incentivando, fazendo com que sua própria equipe faça acontecer (YAMAFUKO; SILVA, 2015). Desse modo, Miranda (2012) afirma que “na liderança, um líder precisa ser responsável; manter um bom relacionamento entre os elementos que fazem parte de uma equipe ou grupo de pessoas; sempre de forma a dirigir as pessoas para um objetivo comum.”

Este trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica, analisando-se artigos, livros e trabalhos específicos sobre o assunto. Portanto, este trabalho visa trazer conceitos sobre liderança, analisar o real papel do líder dentro de empresas, verificar quais as principais funções e características ele deve possuir nesse novo cenário ao qual está inserido; ou desenvolver ao longo de sua carreira. Além disso, será apresentado alguns tipos de liderança, mostrando também exemplos práticos para que se tenha um melhor entendimento do tema.

1. CONCEITOS

Segundo Miranda (2012), a liderança pode existir em todos, dependendo da vontade da pessoa de desenvolver essa habilidade ou não. “Liderança pode ser definida como ato de influenciar as pessoas” (MIRANDA, 2012).  

É possível perceber que há uma concordância entre esses e outros estudiosos de que a liderança é “o processo de influenciar as atividades de um indivíduo ou de um grupo para a consecução de um objetivo numa dada situação” (HERSEY, 1986, p.104 apud YAMAFUKO; SILVA, 2015, p.90).

Para Oliveira (1997 apud GOES; LOPES FILHO, p.6), liderar pode ser entendido como exercer alguma forma de poder, visto que o poder é a capacidade de influenciar alguém. Assim, a liderança é o estilo de se exercitar esse poder. Uma pessoa “exerce liderança” quando influencia o comportamento de outras.

Chiavenato (2001 apud GOES; LOPES FILHO, p.6) complementa o conceito de liderança enfatizando a necessidade das empresas em tê-la em cada um de seus departamentos. O administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas para que seja um líder bem-sucedido.

1.  GRAUS DE INFLUÊNCIA

Existem quatro tipos de graus de influência, representados no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Os graus de influência do comportamento.

COAÇÃO	PERSUASÃO	SUGESTÃO	EMULAÇÃO
Forçar, coagir ou constranger mediante pressão, coerção ou compulsão.	Prevalecer sobre uma pessoa, sem forçá-la, mas com conselhos, argumentos ou induções para que faça alguma coisa.	Colocar ou apresentar um plano, uma ideia ou uma proposta a uma pessoa ou grupo, para que considere, pondere ou execute.	Procurar imitar com vigor, para igualar ou ultrapassar, ou pelo menos chegar a ficar quase igual a alguém.

Fonte: Chiavenato (2005, p. 184 apud MIRANDA, 2012, p. 47).

1. CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO LÍDER

De acordo com Bergamini (2002, p.127 apud YAMAFUKO; SILVA, 2015, p.90), “a liderança é nitidamente um processo de influenciação que envolve, sobretudo, um ambiente de trocas contínuas entre o líder e seus seguidores”, mostra que o líder está ao lado dos demais, necessita conhecer o perfil de cada um, e incentivar o melhor de cada, para que juntos, alcancem um objetivo comum.

A figura do líder está sendo a mais procurada dentro das empresas, devido ao poder em influenciar as pessoas ao seu redor. Acreditava-se que para ser líder, as características exigidas deveriam existir desde o berço, no entanto, é possível que se adquira as competências necessárias ao longo de sua jornada de trabalho. Segundo Ervilha (2008, p. 55 apud GOES; LOPES FILHO, p.11):

O líder nato é aquele que nasce com esse dom, reúne características de personalidade e tem atitudes que fazem dele naturalmente um líder. O líder treinável é aquele que não nasceu com este dom, mas tem algumas características e desenvolve outras com muito esforço e muito empenho. Muito aplicado, consegue o respeito de todos. O líder formidável é aquele que nasceu com características de liderança e, além disso, é extremamente esforçado, treina e desenvolve habilidades, tonando-se um líder admirável.

Não existe um perfil exato para se tornar um líder, mas sim algumas competências que esse cargo acaba exigindo, como:

• Lidar com imprevistos: é normal que ocorra imprevistos no decorrer da situação, e o líder deve ser capaz de se adaptar para que não mude seu foco, deve encontrar outra maneira de chegar ao mesmo objetivo estipulado anteriormente, além de saber argumentar se algo não ocorrer dentro do planejado;
• Desenvolver pessoas: recrutar, treinar e motivar os novos integrantes da equipe;
• Ser objetivo: saber passar para aos demais, de forma clara, os objetivos que a empresa espera que alcancem, e como podem fazer de maneira eficaz e eficiente para que juntos consigam atingi-lo;
• Saber ser uma ponte de ligação dos funcionários com os demais da empresa;
• Ser organizado, focado tanto no objetivo, como na lucratividade da empresa, não ter medo de arriscar;
• Saber ouvir, conversar e estimular o melhor de quem está ao seu redor;
• Ser atento, estar por dentro de tudo o que acontece para traçar o mais rápido possível o caminho até o objetivo final;
• Estar sempre em busca de novos conhecimentos, se manter informado a respeito do assunto de sua área;
• E claro, o mais importante, ter paixão pelo o que faz: ninguém consegue estimular, incentivar outro alguém se não está de bem consigo mesmo, e não suporta fazer o que faz.

1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CARGO DE LIDERANÇA

O cargo de liderança traz consigo alguns desafios. CARGO... (2019) mostra alguns deles:

• Maior responsabilidade e cobrança por resultados: Antes de se tornar líder, você é responsável basicamente apenas por suas funções. O líder, por sua vez, será cobrado pela conduta de todos os seus liderados;
• Ter bons conhecimentos de gestão:  Isso é um desafio para o profissional, pois para ser um bom líder e desemprenhar suas funções, é necessário dominar preceitos de gestão;
• Saber lidar com tomadas de decisões.

Ainda de acordo com o autor, é possível citar diversas vantagens e benefícios dessa função:

• Ganho de autoridade e maior status social;
• Poder elaborar os próprios processos e tarefas: O líder tem maior autonomia, evitando rotinas repetitivas e cansativas, podendo controlar seus próprios horários;
• Maior liberdade para arriscar e inovar: Muitos profissionais se sentem desmotivados a inovar por conta de chefes que recusam sugestões em seus setores. Sendo líder, você é o responsável por aprovar uma ideia.

1. TIPOS DE LIDERANÇAS

Podem ser encontrados vários tipos de liderança. Chiavenato (2005, p. 187 apud GOES; LOPES FILHO, p. 7) aborda três formas:

1. Autocrática: Ela se caracteriza pelo controle da tomada de decisões nas mãos de um único indivíduo, oferecendo pouco espaço para opiniões do grupo. Geralmente quando as pessoas são submetidas à liderança autocrática, elas apresentam maiores resultados na produção, porém demostram sinais visíveis de tensão, indisposição para trabalhar, estresse elevado e podem desenvolver doenças causadas pelo stress além de muitas vezes apresentarem quadros de depressão e/ou agressividade.
2. Liberal: A liderança liberal é baseada na mínima intervenção do líder nas decisões da equipe. O grupo fica mais à vontade, sem necessidade de acompanhamento constante. Na liderança liberal as pessoas apresentam menos quantidade e qualidade de produção. Na maioria das vezes essa liderança agrada os liderados de forma geral, mas não consegue muito bem definir regras de controle, pois todos podem contribuir com suas opiniões no processo de tomada de decisões. Pessoas submetidas a esse tipo de liderança apresentam sinais de individualismo, pouco respeito para com os colegas de trabalho e até mesmo para com o próprio líder.
3. Democrática: O estilo da liderança democrática procura dividir a tomada de decisão entre o líder e os membros da equipe de forma igualitária. Esse líder tem tendência a ser mais orientador do que chefe, estimulando e incentivando a equipe a fornecer as melhores ideias. Nesta, as pessoas não chegam a quantidade de produção da liderança autocrática, mas superam em qualidade dos produtos, além do que a satisfação, o compromisso, a responsabilidade e a harmonia entre a equipe de trabalho é muito melhor.

Chiavenato (2005, p. 187 apud GOES; LOPES FILHO, p. 8) também divide essas três formas de liderança em quatro estágios, conforme apresentado no Quadro 2.