O Fordismo nas Organizações Modernas
Por: Leandro Carvalho • 4/10/2015 • Artigo • 3.981 Palavras (16 Páginas) • 336 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
No século XIX, o conceito fordista aplicado as organizações, foi o ponta pé inicial para o que se tornou uma grande revolução na área de serviços e no trabalho informal. Os conceitos de Ford tornaram o setor industrial mais produtivo e competitivo, através da racionalização da produção em massa, aumentando a produtividade e diminuindo o tempo de produção, através do rígido controle dos operários por seus supervisores.
Com a transformação organizacional dos anos 70, as tecnologias passaram a ditar o ritmo, tornando os operários especialistas multifuncionais e o sistema cada vez mais flexível. Tais transformações desintegrou o sistema vertical da produção, aproximando os gerentes e os trabalhadores em uma administração horizontal. Já na era contemporânea, novas formas de gestão acelerou o crescimento do setor de serviços que trouxe uma flexibilidade e instabilidade do emprego, dando espaço ao trabalho informal.
Com a expansão da informalidade, houve um aumento no desemprego devido a extinção de alguns postos de trabalho e a inserção de novos profissionais, recém formados, no mercado. O mercado de trabalho passou a exigir de homens e mulheres, uma maior aptidão intelectual, física e ideológica compatíveis com as novas organizações modernas.
No final do século XX, o informacionalismo estimulou a reestruturação do modo capitalista de produção e alterou os processos comunicacionais das organizações. A internet se consolidou e modificou as atuais competências dos profissionais da área, permitindo às organizações conservar de forma duradoura uma posição sustentável no mercado. Neste novo contexto, a inserção de novas estruturas comunicativas na sociedade produz transformações, remodelando as relações de sociabilidade entre instituições e seus públicos.
2. O FORDISMO NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS
Antes da introdução do Fordismo, no início do século XX, a indústria produzia carros para o público de maior poder aquisitivo. Os automóveis eram artigos raros, luxuosos e que exigiam uma manutenção muito cara também. No século passado, a teoria de Ford se tornou revolucionária pela ideia de que o lucro não viria de carros caros e luxuosos e sim da venda de carros mais simples e baratos, sem perder a qualidade e que todos pudessem comprar.
Para isto, Ford adotou três princípios básicos, com o objetivo de acelerar a produção. Princípios estes que tinham o foco na racionalização do trabalho no nível operacional buscando assim fazer mais, em menos tempo e com o mínimo de recursos. São eles:
1. Princípio de intensificação que se baseava na diminuição do tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos do estoque e a colocação dos produtos no mercado com maior rapidez e liquidez.
2. Princípio de economicidade que era reduzir ao mínimo o volume de estoque da matéria prima em transformação, onde a velocidade de produção deve ser rápida e eficiente tornando o mercado mais competitivo.
3. Princípio de produtividade que tinha como função, aumentar a produção do homem no mesmo período, por meio da especialização da linha de montagem. Neste caso, haveria o máximo de produção dentro de um determinado período e o operário ganharia mais.
Na fábrica Fordista, os funcionários praticamente não precisavam se mover de um lado para o outro enquanto montavam os carros. As peças iam passando sobre esteiras e os operários ficavam ao lado fazendo trabalhos pequenos e bem específicos. Além da valorização do funcionário com um bom salário para aumentar a motivação e consequentemente produzir mais, este método de trabalho gerava um menor tempo de movimentos e uma maior especialização do operário pela prática em atividades predeterminadas, já que ficariam extremamente treinados em sua função. “Ford criou a linha de montagem e os processos de trabalho foram semi-automatizados. A criação da linha de montagem levou a uma maior produção em menos tempo. Todo movimento inútil foi eliminado e toda produção foi racionalizada. O grande objetivo de Ford era a produção em série de carros modelo T para o consumo em massa. Em 1912 um único carro era produzido em 12 horas, em 1913 sua fabricação foi reduzida para 1 hora e 33 minutos. Já em 1920 um carro era produzido em 24 segundos. Ford previu que um dia toda família possuiria um carro e ele estava certo. Seu carro custava apenas 295 dólares e em 1924 ele vendeu dez milhões de automóveis. Ele também instituiu o trabalho de oito horas e pagava 5 dólares por dia de trabalho. Com isso, o operário tinha mais espaço para a família e para o lazer” (SOUZA, 2013).
Não há dúvida de que com o taylorismo e o fordismo houve um grande avanço no capitalismo industrial, uma vez que, permitiu consideravelmente aumentar a produtividade, reduzindo os custos de produção e baixando os preços das mercadorias, com aumento significativo nos lucros dos capitalistas, assim como um maior bem estar dos trabalhadores daquela época. “O padrão de produção fordista, embora não tenha se implantado igualmente em todos os países industrializados, tornou-se referência ao longo do século XX, como modelo mais adaptado à produção em massa e a esta nova fase do processo de acumulação capitalista” (RAMALHO, 2010, p. 88).
Na década de 1970 o Fordismo passou por uma revisão, o chamado pós-fordismo, que adotou a flexibilização das relações de trabalho e consumo. A partir daí desenvolveu-se o conceito de "Just in time", que determina uma produção de forma rápida e eficiente, com o intuito de atender demandas, sem gerar grande manutenção de estoque.
Segundo SOUZA, 2003:
Em vez da produção em larga escala criou-se a produção em pequenos lotes e com produtos variados. Os grandes estoques comuns à produção fordista deixaram de existir. Surgiu o trabalho por encomenda produzido na hora certa (Just in time). A empresa produzia somente o necessário de acordo com a demanda do mercado. (SOUZA, 2013)
O fator humano antes considerado ineficiente, foi empregado ao processo produtivo com o intuito de melhorar e especializar a mão de obra utilizando a simplicidade na produção, de forma a tirar o máximo de produtividade do operário. Nas organizações modernas, os níveis estratégicos, táticos e operacional de cada empresa, podem garantir uma maior produção com eficiência e eficácia e com menor custo e maior benefício. “Tudo isso se deve ao legado da administração cientifica, que com o conhecimento da época, conseguiu mudar um século. De forma geral, toda a teoria cientifica
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