O Mundo Ilusório e a Busca Pela Verdade
Por: laylla0 • 5/1/2023 • Artigo • 1.475 Palavras (6 Páginas) • 124 Visualizações
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Campus Senador Helvídio Nunes de Barros – CSHNB
Curso de Administração
Introdução a Filosofia
Laylla Ferreira Bezerra
O mundo ilusório e a busca pela verdade.
O filme The Matrix (1999), conta a história de um homem conhecido como Thomas A. Anderson que tem uma vida dupla. Na qual, de dia é um programador para uma companhia de software e a noite é um hacker que invade sistemas de computadores roubando informações de forma ilegais. E para isso, ele utiliza de um nome secundário, Neo. Durante o tempo que passou invadindo sistemas, Neo, sempre teve consigo uma grande dúvida “Quem é a Matrix?”. Para conseguir sua resposta ele começa a buscar informações sobre um homem que é conhecido somente como Morpheus. Apesar de Neo não saiba quem seja Morpheus, o mesmo tem o observado por um longo tempo. Em um certo dia Neo é capturado por agentes que se diziam trabalhar para alguma organização do Governo com finalidade de descobrir suas atividades ilegais. Mas, Neo se recusa a cooperar e por isso os agentes implantam um software eletrônico (backdoor) onde irão monitorar seus atos. Logo após isso eles libera-o. Neo, consegue encontrar Morpheus através de Trinity, uma famosa hacker. Esta removeu o backdoor de seu corpo. Em uma conversa com Morpheus, ele pede para Neo escolher entre saber o que realmente é a Matrix ou voltar para a sua vida antiga. Neo, decide descobrir a verdade e toma um comprimido vermelho que lhe é oferecido. Após tomar o comprimido o mesmo apaga totalmente e quando acordar já está em cápsula completamente nu e com conectores com cabos pelo seu corpo. Logo que Neo recupera a consciência e sua capacidade motora volta, Morpheus conta a verdade. Revela que a Matrix é uma simulação interativa neural e comprova que o mundo que ele conhece não existe. Neo, percebe que a humanidade está dominada pelas máquinas com inteligências artificiais e que ele é o “escolhido” para salvar a humanidade e liderar a Resistência (cidade subterrânea onde os humanos ainda conseguem nascer livres da Matrix). Morpheus conta a Neo que os agentes que o abordaram são programas da Matrix que podem se mover à vontade pela simulação e são imbatíveis. Ademais conta que se morrer dentro da Matrix, morre no mundo real. Depois de alguns treinando, Neo volta à Matrix com intenção de encontrar Oráculo (ela tem poder de previsão no mundo da simulação). Ela avisa a Neo que em breve ele escolherá entre sua própria vida e a de Morpheus e que não é o escolhido. Durante sua volta ao mundo real, a equipe é traída por uma mulher que fazia parte. Ela, oferece Morpheus em troca de voltar a sua vida simulada na Matrix. Para provar que Neo é o escolhido, ele volta a Matrix para salvar Morpheus. Ao chegar n local, começa uma intensa troca de tiros. Durante a troca de tiros, Neo descobre que consegue desviar das balas. Sua companheira (Trinity) aproveita e mata um dos agentes e com a ajuda de um helicóptero, salvam Morpheus. Trinity e Morpheus conseguem retornar ao mundo real. Quando Neo tenta voltar é surpreendido por outro agente e tem uma intensa luta, consequentemente ele é atingido. Ele consegue ressuscitar após Trinity falar que segundo a previsão da Oráculo, ele seria a pessoa pela qual ela se apaixonaria. Ao ver Neo ressuscitado, o agente volta a atacar. Porém, sem ninguém imaginar, Neo consegue parar as balas no ar. Por fim, Neo consegue vencer a batalha e deixar uma mensagem nas máquinas avisando que salvaria a maior quantidade de mentes que fosse possível. E dessa forma, prova que ele é o Escolhido.
Outra obra é O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna, escrito por Platão como uma forma de diálogo com Glauco. A obra pode ser lida no livro VII da obra A República. Na obra, Platão pede para Glauco imaginar que alguns homens durante gerações desde o seu nascimento vivem aprisionados em uma caverna. E que esses homens podem ser chamados também como prisioneiros já que eram acorrentados em uma parede da caverna. Os prisioneiros ficavam virados de costas para a entrada da caverna, podendo ver somente o seu fundo. Por trás deles havia uma fogueira acessa, pela qual diversas pessoas passavam levando objetos de um lado para outro, faziam gesticulações na fogueira para projetar sombras. Também falavam e gritavam, criando os ecos que eram ouvidos pelos prisioneiros. As sombras ficavam distorcidas assim como os ecos. Por passarem toda a vida dentro da caverna vendo somente das imagens e ouvindo os ecos, os prisioneiros acreditavam que ali era todo o mundo. Avançando na obra, Platão pede novamente para Glauco imaginar que em um certo dia um prisioneiro consegue se libertar e começa a explorar a caverna. O prisioneiro, com sua exploração, conseguiu chegar ao inicio da caverna tendo contanto pela primeira vez com a luz solar, onde causou um grande incômodo com sua visão. Depois de horas, ele consegue se acostumar com a luz e observar o verdadeiro mundo que havia fora da caverna. O prisioneiro decide retornar a caverna para libertar seus companheiros de aprisionamento. Ele imagina que seus companheiros poderiam não acreditar em sua história e achar que tudo era uma loucura. E que poderia até ser morto.
As duas obras se associam por retratarem a libertação dos personagens de um mundo ilusório. Esses personagens (Neo e o prisioneiro) representa os seres humanos e mostram que sempre há uma verdade além do que se pode ver. A verdade e a realidade só existem se você optar por ter uma visão ampla das coisas. A prova disso são as cenas das obras, quando o prisioneiro se liberta das correntes e quando Neo enxerga o outro mundo e escolhe por saber a verdade. Contudo, a era tecnológica trouxe consigo o comodismo, a falta de coragem para buscar saber o porquê de as coisas serem como realmente são. Atualmente, vivemos em um momento que sem o conhecimento da tecnologia “não somos ninguém”. Assim como no Mito da Caverna, quando alguém tenta mostrar que há um mundo totalmente diferente existe um julgamento, uma vontade de matar quem não está presente em “nosso mundo”. E isso mostram a realidade de diversas pessoas, que preferem desenvolver seu próprio mundo, um fictício, a partir de experiencias vivenciadas e acaba ignorando a verdadeira realidade existente. Acreditam que as redes sociais são as únicas fontes de informações verdadeiras. O “conforto” que as redes socias trouxe consigo é notável, só não é tão notável os malefícios presentes. O uso descontrolado das redes socias faz com que haja mudanças constantemente, modificando a mente de uma forma diferente da realidade que faz parte. No meio virtual, os conteúdos são todos programados conforme o seu perfil. Ou seja, a pessoa anula qualquer opinião ou ponto de vista distinta do seu, comprometendo seu senso crítico e optando por sensos comuns. As pessoas estão despreocupadas em checar as informações, a veracidade dos fatos. É difícil perceber o quanto somos manipulados e o quanto somos definidos se preencher ou não um espaço nas redes sociais. Temos uma sensação de sermos únicos, mas não passa de um sistema que nos manipula a ter esse pensamento. As redes socias nos distancia do cotidiano, até os trabalhos necessitam da internet. Fazendo assim as pessoas ficarem presas ainda mais, deixando de lado coisas importantes como a família, amigos e o lazer. No qual, essas coisas já não são mais comuns desde que as redes sociais tomaram de conta do mundo, se tornando como prioridade. Portanto, temos que saber a importância de ministrar o uso das redes sociais e de sair dessas cavernas para buscar entender, compreender, o porquê, a finalidade de tudo que está a nossa volta. Temos que agir como o Neo e o prisioneiro, ir em busca da verdade, não ter preguiça de pensar, agir quando tiver que agir e mostrar os seres humanos o mundo real, com pessoas reais. É importante também ter de deixar de lado essas ficções, mentiras, enganações e começar a perguntar, questionar e viver com intensidade, aproveitando tudo ao seu redor. Se bem que a realidade fora de um software ou de uma caverna é uma intensa adaptação. Inclusive a veracidade é que ninguém está preparado para ser desconectado. Em conclusão, “A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento” (Platão), ou seja, reconhecer o erro que cometemos com o uso indevido e exagerado das redes sociais é o primeiro passo. Depois é reconhecer que temos capacidade e conhecimento o bastante para não sermos prisioneiros das redes sociais e que não necessitamos da criação de uma vida fictícia para conseguir sobreviver a esse “mundo”. E por fim, usar esses conhecimentos adquiridos e ter ação para se libertar dessa caverna e deixar de lado a matrix criada pelas redes sociais.
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