O Toyotismo Na Administração

Contexto

      Primeiramente, para entender como surgiu o modelo de produção Toyota,  deve-se observar alguns acontecimentos que foram de grande importância, o local de origem (Japão) e o período do seu surgimento (Pós- Segunda Guerra Mundial). O toyotismo surge no Japão que passava por um momento de recuperação econômica e industrial, consequência da participação do antigo império japonês na segunda grande guerra mundial, a qual termina após os Estados Unidos da América lançar duas bombas nucleares nas importantes cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki fundamentais na participação industrial, principalmente na construção de armas, do país no período de guerra.

          Em virtude desses acontecimentos, os japoneses precisavam de um modelo de produção industrial que se adaptasse à realidade da economia japonesa pós segunda guerra mundial que estava em recuperação. O modelo de produção fordista não poderia ser usado, pois tal modelo trabalha mantendo um estoque muito grande, trabalhando com o método da  chamada demanda empurrada, enquanto o método toyotista usa a demanda puxada, ou seja trabalha estabelecendo certa previsão na fabricação dos seus produtos. Da necessidade de adaptação de um novo modelo de produção à economia japonesa surge o modelo Toyota de produção.

O que é Toyotismo?

         O toyotismo surgiu no Japão, na década 70, durante a terceira revolução industrial (técnico-científica) como alternativa ao Fordismo no Japão, visando o contexto histórico do país naquele período e recebeu esse nome por ter sido implementado nas fábricas Toyota. Foi fundado pelos engenheiros Taiichi Ohno (1912-1990), Shingeo Shingo (1909-1990) e Eiji Toyoda (1913-2013). Um modelo de produção industrial japonês que visava ao máximo evitar o desperdício e acúmulo de matéria prima em seu estoque para diminuir seus custos e aumentar seus lucros, tendo seu estoque baseado nas demandas de mercado que a fábrica tinha, importando apenas o necessário para a produção.

Características

Inovações tecnológicas:

        Em consonância com o grande avanço tecnológico do período, isto é, a Terceira Revolução Industrial, o toyotismo se caracteriza pelo emprego intensivo de equipamentos eletrônicos e de alta tecnologia no interior das fábricas, os quais são manejados pelos próprios trabalhadores. Esse novo fato exige, além de amplo conhecimento, um alto nível de qualificação profissional. É válido destacar que a inspeção de qualidade e o controle são realizados de forma integral, ou seja, em todas as etapas do processo de produção. Esse procedimento é feito de forma minuciosa pelos próprios trabalhadores, que detêm autonomia para a execução de reparos, se necessário.

         Nesse sentido, o toyotismo aposta na inovação tecnológica para reduzir custos. A automatização, utilizando máquinas cada vez mais modernas, reduziu significativamente os gastos com mão de obra. Por sua vez, esta é extremamente qualificada e opera em equipes de trabalho lideradas pelo profissional mais capacitado.

 Desconcentração industrial:

           Com os avanços nos transportes e comunicações possibilitados pela Terceira Revolução Industrial, foi possível espalhar a indústria por diversos lugares no mundo, buscando vantagens competitivas individuais que os lugares tinham a oferecer, como mão de obra mais barata ou legislação ambiental mais flexível.

           As indústrias se fragmentaram, começaram a contar cada vez mais umas com as outras, com as terceirizações e com as novas formas de contratação. De modo geral, as sedes empresariais ficaram nos países desenvolvidos enquanto os países subdesenvolvidos receberam partes da indústria, como extração de matéria prima e setores secundários da economia.

 Produção flexível (Just in time)

           O “Just in Time” é mais do que apenas uma ferramenta, ele é uma filosofia que guia toda uma produção, toda uma organização. Antes de seu surgimento, a principal forma de se gerenciar a produção e a operação de uma organização era ainda com a utilização de conceitos desenvolvidos por Taylor e Ford. Entre esses conceitos existia a ideia de se tornar o dono do máximo de processos possíveis.          Em um primeiro momento essa estratégia pode ser vantajosa, mas em cenários de dificuldades e incertezas torna-se difícil a gestão efetiva da organização que fornece um insumo para a produção.

            Assim, o Just in Time surge como um elemento que irá planejar e organizar a produção de tal forma, que os insumos necessários somente estarão disponíveis no momento exato de sua aplicação no processo produtivo.

            Taiichi Ohno - conhecido como o pai do Just In Time - enquanto trabalhava como engenheiro de produção da Toyota Co., observou que as donas de casa iam ao supermercado comprar o que necessitavam para fazer um bolo, ou um jantar, apenas quando aquele item era necessário. Ele verificou que essas donas de casa não tinham estoques desses itens. Pensando a partir dessa ideia, ele verificou que para a eliminação de desperdícios e melhorias no processo, as indústrias deveriam se comportar como as donas de casa, recebendo “apenas o que é necessário, no momento necessário, e na quantidade necessária”.

           O just in time trouxe diversas ferramentas de controle que visam a melhoria da produção. Ferramentas que dão suporte para sua efetiva implementação. Todo o seu histórico, todos os exemplos de sucesso atrelados à proposta Just in Time e todo o resultado potencial dessa filosofia, mostram que a relevância para o momento atual é significativa. Sua aplicação pode determinar o sucesso ou fracasso de uma indústria, por isso, ela deve ser considerada como alternativa antes de outras medidas mais radicais serem adotadas.

 CCQs - Ciclos de Controle de Qualidade:

      O CCQS tratam-se de uma equipe composta por pessoas de diferentes áreas dentro de uma empresa, estes que se candidatam de maneira voluntária, na finalidade de compreender através de encontros contínuos os métodos utilizados na produção e quais alternativas são possíveis diante das melhorias vistas como necessárias, esse método surgiu inicialmente dentro da produção da Toyota direcionado por Kaizen. Essa metodologia atualmente é bastante utilizada e se expandiu para as mais diversas áreas além da produção.