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Por:   •  6/10/2016  •  Artigo  •  8.685 Palavras (35 Páginas)  •  689 Visualizações

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ufcd 0651

Técnicas de Digitação


Índice

Introdução

1. Ergonomia do posto de trabalho

1.1 Correto posicionamento

1.2 Adaptação do mobiliário

2. Tipos de teclado

2.1 Partes constituintes, respetivos elementos e suas funções

2.2 Principais funções automáticas

3. Formas de digitação

3.1 Digitação na fila guia

3.1.1 Distribuição dos dedos pelo teclado

3.1.2 Capacitar a prática de pulsação

3.1.3 Uso e controlo da barra de espaços

3.1.4 Ginástica digitativa

3.2 Digitação na fila superior

3.3 Digitação na fila inferior

3.4 Digitação na fila dos algarismos

3.5 Velocidade de execução

3.6 Concentração no texto e no teclado

Bibliografia


Introdução

Âmbito do manual

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração com o código 0651 – Técnicas de Digitação, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.

Objetivos


  • Adotar a postura correta no posto de trabalho
  • Reconhecer os métodos e as técnicas de digitação

Carga Horária: 50 horas



1.Ergonomia do posto de trabalho

        A relação dos trabalhadores com o seu ambiente de trabalho torna-se cada vez mais importante, neste tempo de mudança e de competitividade. O aumento da produtividade, a diminuição dos acidentes de trabalho e a baixa do absentismo por doenças profissionais, são objetivos perseguidos por todos os empreendedores que se querem manter na corrida e vencer a concorrência. As situações do quotidiano pessoal e profissional das pessoas revelam que a atividade produtiva do ser humano precisa de ser estudada, tendo por base uma relação entre os aspetos humanos presentes nas atividades do trabalho e as demais componentes do sistema de produção. Todos estes motivos têm levado a uma atuação cada vez maior nos diferentes domínios da ergonomia.

        O vocábulo ergonomia, cada vez mais familiar e de uso corrente, foi criado porque houve necessidade duma palavra que exprimisse o estudo científico do homem e do seu trabalho. Adaptado oficialmente em 1949, aquando da criação da primeira sociedade de Ergonomia – Ergonomic Research Society (ERC) – o vocábulo ergonomia exprime o estudo científico do homem e do seu trabalho, “(…) foi utilizada pela primeira vez pelo investigador polaco Woljciceh Jastrzebowski que, em 1857, a definiu como uma ciência” (Rebelo, 2004). 27 A ergonomia tem sido estudada e é entendida de maneiras diferentes. Por isto, alguns estudiosos a definem como disciplina e outros como especialidade. Como disciplina, aborda a compreensão das interacções entre os seres humanos e outros elementos de um sistema; como especialidade, aplica princípios, teorias, dados e métodos, a projectos que visam optimizar o bem-estar humano e a performance global dos sistemas. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) (1960) define ergonomia como: “Aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para conseguir o óptimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar”. Nos últimos anos a ergonomia tem suscitado o interesse de muitos especialistas, nomeadamente médicos, engenheiros, psicólogos, arquitectos, etc.. A aplicação dos conhecimentos desta nova ciência e prática tem-se revelado de grande importância no aumento da qualidade de vida dos trabalhadores, na redução de patologias e de acidentes, assim como no incremento da produtividade. “Para compreender-mos a ergonomia, é importante explicar qual é o seu objecto de estudo, objectivo e campo de intervenção” (Rebelo, 2004). Adita o autor que se investigarmos a etimologia da palavra ergonomia “verificamos que ela deriva do grego «ergon», que significa Trabalho, e «nomos», Leis” (Rebelo, 2004). Dilata que, “o objecto de estudo da Ergonomia é a análise da actividade Humana de modo a compreendermos as interacções que se manifestam entre o Homem e o seu envolvimento existencial” (Ibidem). A ergonomia é o ramo da ciência económica que se ocupa de questões relativas à vida laboral moderna, sobretudo da economia industrial. Trata da prevenção de acidentes laborais, sugere a criação de locais adequados e de apoios ao trabalho, cria métodos laborais, sistemas de retribuição de acordo com o rendimento e determina tempos de trabalho, assim como a sua racionalização, ainda que tudo isto enquadrado numa perspectiva humanitária de ver o mundo da empresa e as relações que nela se estabelecem (Moderna Enciclopédia Universal). Lopes (2008), reportando-se a Lida, refere que a International Ergonomics Association (IEA) aprovou uma definição em 2000, conceituando a ergonomia e as suas especializações. Segundo esta associação, trata-se de uma disciplina relacionada com o conhecimento fundamental das interacções entre os seres humanos e outros elementos de um sistema. 28 Citando Rebelo (2004), entende-se por “interagir como um conjunto de estratégias realizadas pelo Homem com os elementos de um determinado sistema”. Acrescenta Rebelo (2004), que: “A qualidade com que estas interacções se desenvolvem, está dependente da adequação que possa existir entre o Homem, que possui determinadas necessidades, características, capacidades, competências e limitações, e as exigências das tarefas que este tem que realizar para utilizar um produto num determinado sistema”. Adita que o objectivo da ergonomia, “é procurar optimizar estas interacções visando de uma forma integrada, promover a segurança, a saúde e o bem-estar do utilizador, assim como a eficácia do sistema em que está envolvido” (Rebelo, 2004). Por outro lado, Miguel (2006), enuncia que a ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para conceber ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficiência. Enquanto Wisner (1997), descreve ergonomia como “sendo o conjunto de conhecimentos científicos relacionados ao homem, necessários na concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência no trabalho”. Rebelo (2004), desenvolve referindo-se ao objectivo da ergonomia que “este coloca em evidência que a Ergonomia tem preocupações mais abrangentes do que simplesmente a de promover o conforto do utilizador, quando utiliza um determinado produto”. O seu objectivo é em primeiro lugar, humano; a sua concepção tem no entanto, efeitos económicos (aumento da qualidade de produção, do rendimento, da produtividade), mas, do ponto de vista da ergonomia, uma acção que vise unicamente objectivos económicos é uma acção de organização e não uma acção ergonómica. Assim a ergonomia deve estar em primeiro lugar, ao serviço do homem. Citando Cabral et al. (2003), “ergonomia, enraizando o seu conhecimento no domínio de um vasto conjunto de ciências, conceptualiza o trabalho humano e define-o como um objecto de uma ciência global. Desenvolve um sistema de valores que inspira uma acção – prática ergonómica”. 29 De acordo com Abranches (2005), a ergonomia tem um carácter interdisciplinar, pois “utiliza os conceitos de saúde, de anatomia, de fisiologia, psicologia, linguística, bem como da arquitectura, antropometria, biomecânica, toxicologia, desenho industrial e informática, para realizar estudos in loco das actividades do trabalho”. Assim, a ergonomia é entendida como o domínio científico e tecnológico multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar que se ocupa da optimização das condições de trabalho visando de forma integrada, por um lado, a segurança, a saúde e o conforto do trabalhador e, por outro, a eficiência do sistema de trabalho, traduzida na qualidade e quantidade da produção. A ergonomia tem em consideração as diferenças individuais dos trabalhadores e planeia um ambiente de trabalho flexível para acomodar a variabilidade, sem sacrificar a segurança ou a produtividade. Ela analisa, de um ponto de vista teórico e prático, a influência sobre a conduta humana dos equipamentos de trabalho, sistemas, tarefas, etc., tendo em vista o seu ajustamento às características e limitações dos trabalhadores. Os seus critérios de aplicação convergem para a protecção da saúde física dos trabalhadores, ao mesmo tempo que permitem o desenvolvimento das suas capacidades profissionais. A ergonomia é, pois, uma ciência que estuda as condições psicofísicas e socioeconómicas do trabalho, bem como as relações entre o homem e a máquina. Podemos, pois dizer, que é a disciplina científica que visa a compreensão fundamental das interacções entre os seres humanos e os outros componentes de um sistema e a concepção de teorias, de princípios, de métodos e de dados condicentes à melhoria do bem-estar dos homens e à eficiência global dos sistemas. Através da ergonomia é possível contribuir para a concepção e avaliação de postos de trabalho, de tarefas, produtos, de ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, as competências e as limitações dos trabalhadores. São múltiplas as razões que justificam a sua introdução no trabalho: produtividade, eficiência, segurança e motivação, entre outros. Relativamente ao seu campo de intervenção “é amplo, podendo ser classificado de acordo com o âmbito e contexto da intervenção” (Rebelo, 2004). Reforçam Cabral et al. (2003), “as modalidades de intervenção ergonómica serão diferentes em termos de objecto, objectivo e contexto da intervenção”. 30 Independentemente do seu âmbito, “a intervenção ergonómica desenvolve-se nos mais variados contextos, tais como: doméstico, industrial, hospitalar, escolar, agrícola, transportes, ou meio urbano” (Rebelo, 2004). No que diz respeito ao objecto de intervenção distingue-se a ergonomia de produção e a ergonomia do produto. Relativamente á última ela “situa-se na área de estudos e pesquisas, colaborando com o sector comercial, com o sector e produção na avaliação dos custos da produção e na definição da sua finalidade, e ainda com os sectores da concepção do produto, desde o design ao controlo da qualidade” (Cabral et al., 2003). Segundo os mesmos autores, a ergonomia da produção “está vocacionada para a procura das condições de trabalho adequadas, em termos organizacionais, de posto e ambiente de trabalho, em função das características e capacidades dos trabalhadores” (Cabral et al., 2003). De forma sintética podemos então diferenciar o seu âmbito de acção em ergonomia de produção e ergonomia do produto; a primeira “está vocacionada para o estudo e adaptação das condições de trabalho às necessidades e características e limitações dos trabalhadores, em termos organizacionais, físicos e ambientais” (Rebelo 2004) e a segunda é uma “disciplina que disponibiliza metodologias que permitem guiar as escolhas estratégicas do desenvolvimento de um produto” (Ibidem). Independentemente do objecto ou do objectivo da intervenção ergonómica, esta desenvolve-se nos mais variados contextos, pelo que hoje aparecem diferentes designações para adjectivar a ergonomia. Ela tem em consideração, como já referido, as diferenças individuais dos trabalhadores e planeia o ambiente de trabalho flexível para acomodar a variabilidade, sem sacrificar a segurança ou a produtividade. Uma das classificações efectuadas habitualmente distingue a ergonomia de concepção da de correcção. De acordo com Freitas (2003), “a primeira tem por objectivo introduzir os conhecimentos sobre o homem desde a fase do projecto do posto de trabalho, do equipamento ou do sistema produtivo.” Enquanto a segunda “(…) tem por finalidade a melhoria das condições de trabalho existentes, sendo frequentemente parcial por só permitir modificar um ou alguns dos elementos do posto de trabalho” (Ibidem). A ergonomia de concepção permite agir desde a fase inicial sobre um produto ou sobre uma situação de trabalho, condições de trabalho adaptadas e perspectivadas no sentido da segurança, do conforto e da eficácia e a ergonomia de correcção dá resposta às inadaptações 31 que se traduzem por problemas na segurança e no conforto dos trabalhadores e na qualidade ou quantidade de produção. Se, pelo contrário, a ergonomia é chamada a intervir em situações já estabelecidas, procurando corrigir situações com influência na segurança e na saúde dos trabalhadores ou em aspectos ligados directamente à produção, estamos na presença da ergonomia de correcção. Podemos falar então numa ergonomia pró-activa e numa ergonomia reactiva. Caso a política de prevenção, ou se quisermos, a política de higiene, segurança e saúde, for considerada no processo de gestão, todos os factores ergonómicos serão equacionados, planeados e eliminados ou minimizados numa fase inicial do projecto, e estaremos na presença de uma ergonomia pró-activa. A ergonomia reactiva, por oposição à anterior, será uma ergonomia que reage aos problemas tentando resolve-los depois de se terem manifestado. Será então sempre correctiva, com todas as implicações e custos adicionais que uma correcção sempre implica. No sentido clássico, a ergonomia procurou entender em primeiro lugar os factores humanos pertinentes ao projecto de instrumentos de trabalho, ferramentas e outros aspectos típicos da actividade humana em ambiente profissional. Mais tarde, procurou entender, tabelar, organizar dados sobre os factores humanos que deveriam ser considerados não apenas para os instrumentos, mas para os projectos de sistemas de trabalho. Actualmente, procura entender os determinantes de uma actividade de trabalho que incluem a organização do trabalho e os instrumentos, procedimentos e estratégia operativas. A ergonomia tem vindo a desenvolver o conhecimento do homem nas situações específicas de cada contexto, assim como o desenvolvimento e a validação de modelos e métodos de concepção e/ou de reconcepção de produtos e sistemas produtivos também específicos de cada contexto, sempre numa perspectiva interdisciplinar, visando uma autonomia contextual, ou seja, criando especialidades. Estes modelos e métodos têm critérios subjacentes á ergonomia para desenvolver os efeitos positivos e reduzir ou eliminar os efeitos negativos sobre o operador. Esses critérios têm um duplo objectivo, a saúde, o conforto e a segurança dos trabalhadores e/ou utilizadores bem como a eficácia do trabalho.

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