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PARA ALÉM DO SUJEITO E DO OBJETO: A inteligência ou a cognição são o resultado

Por:   •  30/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.207 Palavras (5 Páginas)  •  295 Visualizações

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12. PARA ALÉM DO SUJEITO E DO OBJETO

A inteligência ou a cognição são o resultado de redes complexas onde interagem um grande número de atores humanos, biológicos e técnicos. Não sou "eu" que sou inteligente, mas "eu" com o grupo humano do qual sou membro, com minha língua, com toda uma herança de métodos e tecnologias intelectuais (dentre as quais, o uso da escrita.

O sujeito pensante também se encontra fragmentado em sua base, dissolvido pelo interior. Um grande número de obras recentes de psicologia cognitiva insiste na pluralidade, na multiplicidade de partes de todos os tamanhos e de todos os tipos que compõem o sistema cognitivo humano. A consciência é simplesmente uma das interfaces importantes entre o organismo e seu meio ambiente, operando em uma escala (média) de observação possível, que não é, necessariamente, a mais pertinente para abordar os problemas da cognição.

ENTRE O SUJEITO E O OBJETO

Imaginemos que as imagens, os enunciados, as ideias (que agruparemos sob o termo genérico de representações) sejam vírus.

Levando esta metáfora a sério, concordaremos com Dan Sperber quando este diz que os fenômenos culturais estão relacionados, em parte, com uma epidemiologia das representações uma cultura poderia, então, identificar-se com certa distribuição de representações em uma dada população. A aparição de tecnologias intelectuais como a escrita ou a informática transforma o meio no qual se propagam as representações. Modifica, portanto, sua distribuição. Este quadro teórico pode, no entanto, revelar-se por demasiado estreita. Ao interessar-se exclusivamente pelas entidades substanciais, discretas e, estáveis que são as representações, a ecologia cognitiva arrisca-se a negligenciar tudo aquilo que se relaciona; com as formas de pensar, falar e agir.

ENTRE O COGNITIVO E O SOCIAL

O terapeuta utiliza diversas técnicas (o humor, o paradoxo, a recontextualização etc.) para intervir na família, considerada como um sistema cognitivo. Supõe-se que a terapia familiar produza modificações de natureza epistemológica ou cognitiva: o grupo transforma a representação da realidade que ele tinha construído; adquire uma capacidade de abstração (poder comunicar ao sujeito, por exemplo, sobre seu modo de comunicação); as possibilidades de aprendizado e de interpretação do sistema familiar como tal são abertas, suas reações não estarão mais limitadas a umas poucas respostas estereotipadas. Para entidades sociais como as instituições, as nações, ou mesmo os períodos históricos, a idéia de um funcionamento coletivo é antiga, mas jamais atingiu o caráter diretamente operatório da terapia sistêmica.

TODA INSTITUIÇÃO É UMA TECNOLOGIA INTELECTUAL

Pelo próprio fato de existir, uma estrutura social qualquer contribui para manter, uma ordem, uma certa redundância no meio em que ela existe. Ora a atividade cognitiva também visa produzir uma ordem no ambiente do ser cognoscente, ou ao menos diminuir a quantidade dê barulho e caos.

Em particular, os indivíduos apóiam-se constantemente sobre a ordem e a memória distribuídas pelas instituições para decidir, raciocinar, prever. A cultura fornece um enorme equipamento cognitivo aos indivíduos. A cada etapa de nossa trajetória social, a coletividade nos fornece línguas, sistemas de classificação, conceitos, analogias, metáforas, imagens, evitando que tenhamos que inventá-las por conta própria. Uma vez que são convencionais e historicamente datadas, é claro que as tecnologias intelectuais (a escrita, a informática...) são instituições.

OS PROCESSOS SOCIAIS SÃO ATIVIDADES COGNITIVAS

Constituir velha classe significa estabelecer limiteis. E nenhuma fronteira existe à priori. Sem dúvida há no mundo gradientes. e descontinuidades, mas o recorte estrito de um conjunto supõe a seleção de um ou mais critérios para separar o exterior do interior. Os sujeitos individuais não se contentam apenas em transmitir palavras de ordem ou em dar continuidade passivamente ás analogias de suas culturas, ou aos raciocínios de suas instituições. Certamente, o social pensa nas atividades cognitivas dos sujeitos. Mas, inversamente, os indivíduos contribuem para a construção e a reconstrução permanentes das máquinas pensantes que são as instituições. Tanto é assim que toda estrutura social só pode manter-se ou transformar-se através da interação inteligente de pessoas singulares.

A DIMENSÃO TÉCNICA DA ECOLOGIA COGNITIVA

As coletividades cognitivas se auto organizam, se mantêm e se transformam através do envolvimento permanente dos indivíduos que as compõem. Mas estas coletividades não são constituídas apenas por seres humanos. É preciso ainda ampliar as coletividades cognitivas às outras técnicas, e mesmo a todos os elementos do universo físico que as ações humanas implicam.

As mudanças técnicas desequilibram e recompõem uma coletividade cognitiva cosmopolita, compreendendo ao mesmo tempo homens, animais, plantas, recursos minerais, etc. As cidades, estes organismos de pedra, de carne, de água e de papel, estes

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